Hendrix Genetics reúne avicultores do Oeste Paulista em encontro técnico especial em Bastos (SP)

Hendrix Genetics reúne avicultores do Oeste Paulista em encontro técnico especial em Bastos (SP)

Evento realizado em novembro contou com palestra do holandês Teun van de Braak e do brasileiro Diogo Tsuyoshi Ito, ambos da Hendrix Genetics.

POLOS DO OVO

December 04, 2024

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Cerca de 100 profissionais, entre avicultores, técnicos e parceiros da avicultura brasileira marcaram presença no encontro promovido pela Hendrix Genetics no dia 19 de novembro, em Bastos (SP). Os avanços da genética Hendrix pelo mundo e a importância econômica dos 500 ovos às 100 semanas da ave foram os temas principais do encontro, que reuniu os avicultores e técnicos no Bastos Golf Clube, com organização assinada pelas empresas Mercoaves e Plumagen, que produzem no Brasil as aves ISA e Bovans, e Hisex e Dekalb, respectivamente.

Os representantes locais de ambas as empresas também estiveram presentes: Fabio Arai (Socel/Hisex), Luciano Iwayama (Dekalb), Cleber Morgado (Mercoaves) e Silvio Ricardo Pereira do Carmo, Hyago dos Santos Esteves e Ana Evellyn Ventrone (Proteca/ISA White e Bovans Brown).

Na ocasião, os clientes Hendrix puderam acompanhar as novidades da genética de postura com as palestras de Teun van de Braak, gerente global de serviços técnicos e suporte ao cliente da Hendrix, e Diogo Tsuyoshi Ito, nutricionista global poedeiras da empresa e membro do corpo técnico global da Hendrix.

“Tivemos momentos de discussão e troca de ideias com nossos clientes e os parceiros da Mercoaves e da Plumagen, que enriqueceram ainda mais o evento”, destacou André Machado, gerente técnico de Vendas América do Sul da Hendrix Genetics. Segundo ele, o evento com as duas palestras seguidas de um jantar foi uma grande oportunidade para fortalecer ainda mais a parceria e colaboração entre a empresa e suas representantes no Brasil.

Em visita à América do Sul, quando participou do Congresso Latino-americano OVUM 2024, no Uruguai, o geneticista holandês Teun van de Braak fez questão de conhecer a avicultura de Bastos, tradicional núcleo de postura brasileiro conhecido por sua alta produtividade e qualidade dos ovos. Sua palestra na Região Oeste Paulista mostrou um panorama sintético do programa de melhoramento genético da Hendrix e do mercado de ovos na Europa.

Teun van de Braak atua na empresa de genética desde 2010. Em 2018 assumiu a gerência de produto de poedeiras comerciais das seis linhas da Hendrix Genetics e hoje é responsável pelo grupo técnico de atendimento aos clientes ao redor do mundo.

TODOS OS SISTEMAS DE PRODUÇÃO SÃO IMPORTANTES

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Teun van de Braak: genética no mundo


Com sua experiência e visão ampla do mundo avícola, Teun van de Braak traçou um panorama da genética avícola e seus destaques no mercado global. E ele começou justamente pela Holanda, país-sede da Hendrix Genetics, onde ele tem sua base de trabalho. Considerou que, embora seja um país pequeno, a Holanda tem um agronegócio forte e a avicultura muito expressiva.

Nascida na Holanda, a Hendrix Genetics é uma empresa relativamente nova, fundada em 2005 que hoje fornece genética para o mundo todo. “A Hendrix está presente em 26 países e hoje conta com 44 geneticistas, 29 núcleos de melhoramento genético e 326 granjas de multiplicação/avós”, explicou Teun van de Braak. Segundo ele, hoje, entre 40 e 45% das galinhas poedeiras do mundo pertencem à genética da Hendrix. “Dessa forma, são muitos os desafios logísticos para estar em sintonia com todas as áreas do planeta em que a genética da empresa está presente”, destacou o especialista.

Ele considerou, em sua palestra, que a Hendrix está atenta aos desafios estruturais e sanitários de cada região atendida e destaca, especialmente, desafios importantes atuais como a influenza aviária e as características ambientais e culturais, buscando atender, sempre, a qualidade e a produtividade da produção de ovos e tendo como foco a segurança alimentar. “Temos que apoiar o desafio global de alimentar as pessoas através de genética animal de alta qualidade. Alta qualidade: esse é o nosso desafio”, frisou Teun van de Braak.

Nesse sentido, explicou o especialista, é preciso haver uma sintonia entre todos os elos dessa cadeia, valorizando o trabalho do médico veterinário, do biólogo, do nutricionista, dos especialistas de produção e de incubação e todos os clientes dos países atendidos. “Precisamos trabalhar juntos, buscando estabelecer uma produção animal sustentável. Isso significa oferecer aves que atendam a todos os sistemas de produção, sejam elas galinhas livres ou em sistemas convencionais. Todos os sistemas são importantes para nós, da Hendrix”, fez questão de frisar o palestrante.

A EVOLUÇÃO DA GENÉTICA E A SUSTANTABILIDADE

Durante a palestra em Bastos, Teun van de Braak também falou sobre a evolução das aves através do crescente trabalho da genética. A cada ano, as aves evoluem pelo menos 2%, indicou. “E vocês, avicultores, que trabalham há muitos anos com aves, devem perceber as mudanças expressivas na evolução da genética avícola. Se hoje são 500 ovos por ave alojada, no futuro serão 600, 700, até 1.100 ovos. É possível”, disse ele, estimando que estejamos muito perto de alcançar 600 ovos por ave alojada num único ciclo.

Toda as mudanças empreendidas atualmente na genética avícola visam abastecer um mercado a cada ano mais necessitado de proteína de boa qualidade. E o Brasil, segundo o geneticista, está bem-posicionado nesse sentido, com uma grande infraestrutura agrícola e da avicultura. “O futuro está bem aqui”, considerou o especialista, apontando para o Brasil. “O mundo precisa de muitos, muitos ovos!”, disse, “e temos ótima seleção de ovos de primeira qualidade por cada ave alojada.”

Segundo Teun van de Braak, a Europa e o mundo caminham para aves com cada vez maior viabilidade, persistência e massa de ovos, e um ovo com alta qualidade interna e de casca. E tudo isso tendo como foco a sustentabilidade, evitando altos impactos ambientais e mantendo em alta o bem-estar animal. A evolução da genética traz esse conjunto de qualidades em suas aves modernas, considerou o geneticista, salientando que os países europeus prezam muito pelo bem-estar animal, talvez o item mais importante hoje para os consumidores de ovos daquele continente. Nesse sentido, alguns procedimentos foram proibidos, como o tratamento de bico, que há seis anos foi abolido das granjas europeias.

OS STAR SYSTEMS NOS RÓTULOS

A sintonia entre a produção de ovos e o consumidor ganham contornos ainda mais salientes no mercado europeu. Os sistemas de produção na Holanda contam, por exemplos, com algumas particularidades, como os rótulos de embalagens com indicação do sistema no qual aqueles ovos foram produzidos. São os rótulos com   informação direta para o consumidor de como foi produzido aquele ovo que ele está adquirindo. “Há uma graduação de estrelas categorizando cada tipo de sistema. O consumidor saberá, pelos ovos no mercado, de que tipo de sistema são provenientes aqueles ovos, conforme o número de estrelas que estão no rótulo.”

Pode ser galpões com aves livres de gaiola, com ou sem área externa coberta, com ou sem pastoreio, permitindo ou não que as aves convivam com a luz natural, mas estejam protegidas. São sistemas com uma, duas e três estrelas. A produção de ovos na Europa, portanto, segue acompanhada de perto pelo consumidor e seus olhos atentos aos sistemas produtivos e, especialmente, ao bem-estar animal. 

A alta produção de ovos atende tanto ao mercado interno quanto à exportação. “Na Holanda vivem 18 milhões de pessoas e 32 milhões de galinhas. Sessenta por cento dos ovos produzidos no país é exportado e há uma grande indústria de processamento de ovos que atendem ao mercado consumidor e também às indústrias de maionese, pasta”, indicou o especialista da Hendrix.

Outra particularidade do mercado holandês de ovos é a preferência, cada vez maior, por aves brancas. É o caso de uma grande rede de supermercados da Europa, o Lidl, que só comercializa ovos brancos. E a justificativa é que a galinha branca é mais eficaz em produção de ovo, tem mortalidade mais baixa e produtividade mais alta; somando esses fatores, ela gera um impacto ambiental mais baixo. “Levando em conta o fato de estar comercializando um alimento com menor pegada ambiental, é nesse ponto que eles se sustentam”, complementou Diogo Ito, que fez uma palestra em seguida, no encontro em Bastos (SP). Confira no link: Melhoramento genético ajuda a manter o bem-estar animal, sustentabilidade ambiental e os lucros do avicultor

“A maioria dos países da Europa Norte e Central têm mercados de ovo branco. Há 10, 20 anos, esses mesmos mercados tinham somente ovos vermelhos”. Essa é a tendência, assim como o futuro está sendo desenhado para o fim da criação de animais de consumo em gaiolas. “Até 2040, todo o tipo de criação animal estará proibido de alojar animais em gaiolas”, destacou o representante da Hendrix.

Segundo Diogo Ito, o mercado brasileiro também começa a seguir essa tendência. “A proporção entre brown e branca está mudando”, confirmou Diogo, em sua palestra, também no dia 19 de novembro. “O mercado brasileiro está ficando mais branco. A quantidade proporcional de ave brown está diminuindo. Os fatores e a frequência variam de estado para estado, mas, na média, o segmento de ovos brasileiro está ficando um pouco mais branco. Está vendendo ou está necessitando menos ovo vermelho e está necessitando mais ovo branco.”

Com um olho na produtividade e no bem-estar animal e outro na sanidade, os avicultores europeus têm um grande desafio pela frente: a influenza aviária. Especialmente na Holanda, há muitos lagos e uma importante rota de imigração de aves silvestres, o que preocupa as autoridades locais e os produtores, já que o impacto dessa doença é incomensurável. Para Teun van de Braak, o fundamental diante de tantos desafios é unir as forças de todos os elos da cadeia avícola.

“Precisamos trabalhar juntos. Para nós, colaboração é muito importante”, comentou o especialista, principalmente porque, segundo ele, temos um superalimento natural e nutritivo a oferecer ao mundo. “O ovo é a base da vida, com todos os nutrientes necessários à saúde humana”, considerou o geneticista, concluindo que tantos desafios – como a fome do mundo, o bem-estar animal e a sustentabilidade – podem ser vencidos com a força e a tecnologia da genética avícola.

(Texto e fotos: Teresa Godoy/A Hora do Ovo)

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