Melhoramento genético ajuda a manter o bem-estar animal, sustentabilidade ambiental e os lucros do avicultor
Diogo Ito, nutricionista da Hendrix Genetics, explicou, em Bastos (SP), como a genética Hendrix sustenta a longevidade da ave, melhora a conversão alimentar, reduz custos para o produtor e diminui o impacto ambiental.
“Nosso foco continua sendo o ovo de primeira qualidade. Não adianta só ter quantidade se não tiver qualidade”. Esse foi o ponto de partida da palestra de Diogo Tsuyoshi Ito, no encontro com os avicultores de Bastos, em 19 de novembro (Veja matéria sobre a palestra do geneticista Teun van de Braak no link: Hendrix Genetics reúne avicultores do Oeste Paulista em encontro técnico especial em Bastos (SP).
Zootecnista brasileiro que começou sua trajetória na empresa como técnico da linha Hisex, hoje Diogo Ito responde pela área de nutrição global de poedeiras da Hendrix e tem acompanhado a evolução genética das aves muito de perto, tanto no Brasil como nos países em que a Hendrix atua. Ele integra o grupo técnico de atendimento global.
Diogo destacou, especialmente, a crescente evolução que hoje alcança mais de 500 ovos por ave alojada num único ciclo. Para isso, falou sobre a necessidade de adequar o manejo à estrutura da ave moderna, investindo em melhores práticas para obter da galinha alta performance produtiva. Isso permite ao avicultor ter maior rentabilidade e uma ave que alcança o máximo de seu desempenho.
Por trás dos números que indicam essa alta persistência de produção está todo um trabalho da genética somado às práticas sustentáveis e rentáveis na granja. Nesse sentido, Diogo mostrou a estrutura do trabalho e das aves da Hendrix oferecidas ao produtor brasileiro, através das empresas parceiras Mercoaves e Plumagen.
Hoje, as linhas puras da Hendrix Genetics estão localizadas na Holanda, França e Canadá. No Brasil, as duas granjas de avós estão em Itapetininga e em Domélia, ambas no Estado de São Paulo. Também na região paulista está o incubatório, situado na cidade de Salto.
As avós geram as matrizes e essas matrizes são adquiridas pela Mercoaves, que hoje produz as linhas ISA e Bovans; e pela Plumagen, responsável pela produção das linhas Dekalb e Hisex.
ACOMPANHAMENTO PERMANENTE
O trabalho constante da empresa de genética é manter permanente atenção e estudos para o melhoramento da ave e, permanentemente, testar e acompanhar as aves em campo. Por isso, o foco é no ovo de primeira qualidade, como apontou Diogo. “A esteira de ovos hoje não perdoa ovo de baixa qualidade”, disse o nutricionista ao mostrar uma das máquinas que a empresa utiliza para acompanhar e avaliar a qualidade dos ovos.
“Com o acompanhamento permanente é possível concluir como a qualidade da casca tem evoluído, ou seja, quanto que temos conseguido melhorar a resistência da casca em diferentes faixas de idade”, indicou. A qualidade interna também é foco do trabalho da empresa, seja proveniente de aves jovens ou com mais de 80 semanas de idade. “Outro ponto muito importante é a coloração da casca, principalmente em termos de uniformidade e manutenção dessa coloração. A busca é que ela se mantenha intensa mesmo em lotes mais velhos.”
Na área comportamental da ave também é possível ampliar o canal de dados genéticos usando novas tecnologias. É o caso dos RFID, o Transmissor de Rádio e Frequência, que auxilia os pesquisadores e técnicos a entender a interação das aves nos galpões. São estudos que mostram como a ave interage com diferentes situações, ambientes, coloração de lâmpada, bebedouro, entre outros fatores. Diogo explica que as aves são identificadas individualmente e são monitoradas, como em um Big Brother de galinha, comparou o nutricionista. “Existe inclusive um projeto – o HenTrack – do qual a Hendrix faz parte e que tem esse objetivo de entender o comportamento das aves de forma individual. E tudo isso é parte da ciência que faz o dia a dia de uma empresa de melhoramento genético”, destacou.
Diogo explicou que todos os dados são registrados, analisados e correlacionados com o desempenho das aves. “Da mesma forma que acontece com o bovino de leite: hoje é possível saber quantos litros cada vaca forneceu de forma individual. Com as aves também é possível obter dados sobre seu comportamento e desempenho”. Tudo isso ajuda a entender, por exemplo, o que acontece no comportamento da ave quando ocorre uma queda de produção. Às vezes seu comportamento muda alguns dias antes da queda de produção acontecer, e pode ser um dado útil para o monitoramento do dia a dia da granja. “E não estamos falando só do futuro, estamos falando do presente já”, considerou o palestrante.
SAÚDE INTESTINAL E COMPARTIMENTAÇÃO
A saúde intestinal continua sendo importante, pensando-se especialmente em conversão alimentar e produção de anticorpos naturais, que é o que ajuda muito a viabilidade em diferentes condições de criação. Hoje, a Hendrix mantém diversas parcerias com universidades brasileiras através das quais é possível manter pesquisa e experimentos que acompanham os resultados nessa área, em campo. “Temos hoje 14 projetos de doutorado nos quais a Hendrix também está envolvida”, destacou Diogo. “São estudos que estão acontecendo e que podem auxiliar em questões fundamentais na produção avícola do país.”
Especialmente nas áreas de produção da Hendrix no Brasil também está presente a compartimentação, fruto de muito empenho do time da empresa para conquistar o certificado que mantém a blindagem contra doenças, especialmente a influenza aviária. “Hoje a compartimentação é uma realidade nos diversos campos de trabalho da Hendrix, sejam granjas de pesquisa de desenvolvimento, granjas de produção ou o próprio incubatório da empresa. Tudo está compartimentado”. (Veja matéria sobre a compartimentação na Hendrix Genetics: Hendrix Genetics recebe Certificado de Compartimentação entregue pela ABPA)
A LONGEVIDADE NA PRODUÇÃO AVÍCOLA
A força e persistência na pesquisa e na produção, fruto de muitos anos de trabalho, embasa a capacidade longeva das aves na produção. “O que temos visto é que ano a ano, cada vez mais aumenta o perceptual de aves em nosso banco genético que têm mostrado capacidade de produzir mais de 500 ovos. E isso tem sido observado principalmente quando comparamos as curvas de produção do passado.”
Um estudo rápido apresentado pelo nutricionista durante a palestra mostrou que o ganho genético das aves nos últimos 24 anos tem muitos saltos importantes. Exemplo é a economia de reposição de aves em lotes com maior longevidade com um ganho de 5 lotes em comparação com o final da década de 1990. Também contam pontos a menor necessidade de desalojar para ocupar novos lotes, 20 semanas a mais de produção e uma conversão alimentar que está economizando entre 1.3 a 2.6 quilos de ração por caixa de ovo.
Estudos comparativos demonstram que na década de 1970, às 75 semanas, a produção era de 250 ovos por ave alojada. Em 2020, às 90 semanas, a produção subiu para 435 ovos por ave alojada. Dados da própria Hendrix Genetics apontam que a evolução genética vem permitindo não só índices maiores de produção, mas também economia de insumos e menor impacto ambiental. “Ao longo de 40 anos, suínos e aves conseguem produzir a mesma quantidade de proteína usando metade da ração”, demonstrou o geneticista holandês Teun van de Braak, em sua palestra em Bastos.
ALCANÇANDO OS RESULTADOS
“Para alcançar tantos resultados, algumas regras não mudam”, indicou Diogo Ito, demonstrando: “Peso corporal a 5 semanas, uniformidade a 10, 15, 20 semanas, capacidade de ingestão de 06 a 35, peso corporal para a maturidade sexual entre 15 e 16, integridade corporal e imunológica, e estabilidade das condições de criação depois de 35 semanas. Isso ajuda muito a manter a mortalidade semanal sob controle.”
E quais são os objetivos desses lotes que produzem mais de 500 ovos? Diogo questiona e ele mesmo responde: “Aumentar a produtividade e a rentabilidade de cada lote, o que ajuda a utilizar custo fixo, permitir a sobrevivência e evolução do setor. Permitir a permanência desses lotes mais longevos ajuda a diminuir o custo de reposição e, principalmente, reduz a necessidade de muda forçada. E conseguimos manter a qualidade dos ovos por mais tempo, atendendo à demanda do consumidor e otimizando o funcionamento da classificação de ovo, porque toda vez que temos um problema de qualidade no ovo o rendimento da classificadora cai. Portanto, isso tudo está ligado.”
A conclusão é que o melhoramento genético ajuda a obter melhor conversão alimentar e reduz os impactos ambientais, o que vem sendo comprovado tanto em pesquisas quanto no campo. “Na Hendrix Genetics temos trabalhado para chegar a resultados zootécnicos que gerem alta lucratividade. Nossa expectativa é ajudar nossos clientes a terem pelo menos 80% de bons lotes (aqueles que conseguem alcançar a produtividade padrão) - porque esse índice ajuda no planejamento financeiro da granja –, e tenham sempre um percentual de ótimos lotes -, aqueles que, por exemplo, produzem 10 ou mais ovos por ave alojada acima do padrão e que gerarão mais lucro.”
O zootecnista destacou ainda: “Por isso é que para nós, da Hendrix, é motivo de comemoração quando nossos clientes alcançam recordes na produtividade, como foi o caso da Granja Pavão, de Goiás, que em 2018 superou 500 ovos com aves Bovans. Ele repetiu a dose com lote de Dekalb este ano, e foi motivo de orgulho para nós, três semanas atrás, quando viajamos com os clientes em visita à matriz, na Holanda. Recentemente um lote da Bovans, no Rio Grande do Sul, superou 520 ovos. E já há um recorde na Europa de um lote comercial recentemente premiado, com mais de 540 ovos”, destacou.
Diante desse auspicioso cenário zootécnico e produtivo, o objetivo maior do trabalho da Hendrix Genetics é manter – e até aumentar - o investimento em pesquisa e desenvolvimento para continuar oferecendo aves competitivas e lucrativas. “Queremos manter e proteger o status sanitário dos lotes e para isso devemos ampliar as parcerias, encontrar respostas antecipadamente, ter em conta que a importância dos dados de campo não precisa ser somente em relação à produção com mais de 500 ovos. Toda informação é importante porque ajuda a validar o programa de melhoramento genético”, ressaltou Diogo.
Tanto a palestra de Teun van de Braak, da Holanda, quanto de Diogo Ito, do Brasil, demonstraram no evento em Bastos que o melhoramento genético é fundamental para manter os lucros dos clientes e também estar em sintonia com o bem-estar animal e a sustentabilidade ambiental. Para Diogo Ito, a produtividade, necessariamente, precisa estar associada à qualidade: “E para isso é fundamental que a Hendrix esteja sempre junto com empresas que compartilham de nossos princípios, como é o caso da Mercoaves – que produz as aves ISA e Bovans - e da Plumagen, que produz as aves Hisex e Dekalb, e próxima dos produtores de ovos.”
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