Simpósio Ovosite 2019 debateu exportação e desafios da postura
Com palestras de Osler Desouzart, executivos e empresários, evento reuniu, mais uma vez, a cadeia avícola de postura para debater a atualidade do segmento.
Já é tradição: o primeiro evento da tarde do primeiro dia do SIAVS é o Simpósio Ovosite, importante encontro de avicultores, lideranças e outros profissionais da cadeia avícola. Este ano não foi diferente. Ontem, dia 27 de agosto, primeiro dia do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura, o Simpósio voltou a reunir grande público no Palácio das Convenções no Anhembi, a partir das 14 horas. A promoção é da Mundo Agro/Ovosite e ABPA.
Muito prestigiado, o evento levou para o palco o debate sobre a exportação e, claro, os desafios enfrentados pela avicultura de postura no mercado interno, na falta de união dos produtores e na dificuldade em unir o setor para promover o ovo.
Apresentando o tema Avicultura de postura do Brasil: cenário atual e onde podemos chegar, o consultor Osler Desouzart, especialista em mercado avícola, lembrou aos presentes a falta que faz informações confiáveis para o segmento de ovos se embasar e para se estudar o mercado do ovo. "Faltam dados confiáveis para poder fazer planejamento no setor de ovos. E quem é melhor informado prevalece. Vocês estão navegando de olhos fechados", disse Osler, lembrando ainda o quanto há de espaço para a exportação e como o setor tem potencial para tomar conta desse negócio especificamente.
NÉLIO HAND, DA AVES
O diretor executivo da AVES, Nélio Hand (foto no destaque), representando o importante mercado do Espírito Santo, falou durante o Simpósio sobre a importância do segmento de ovos se profissionalizar. Disse que o mercado da postura não suporta mais amadorismos. Para ele, está claro que o produtor precisa pensar em criar volume de exportação, até para poder ter saída dos ovos excedentes, quando houver. "Podemos pegar carona com os setores de frango e de suínos, que já trabalham com mais de 150 mercados no exterior", comentou o executivo, lembrando que já existe um trabalho feito e um conhecimento experimentado e compartilhado com sucesso pela ABPA.
LEANDRO PINTO, DO GRUPO MANTIQUEIRA
Destacando a experiência da exportação, o avicultor Leandro Pinto, do Grupo Mantiqueira, disse concordar completamente com o que o consultor Osler Desouzart havia apresentado em sua palestra no início do evento. Enfatizou, de forma direta, que o setor da postura é muito pulverizado, desorganizado e precisa entender que exportação não é apenas para liberar estoque. “Quando se exporta, no início se perde dinheiro, mas é para ganhar depois”, disse ele, que tem experiência de exportação com ovos.
GUSTAVO CROSARA, DA SOMAI ALIMENTOS
Gustavo Crosara, da Somai Alimentos, de Montes Claros (MG), traçou um panorama da avicultura de postura, segundo sua experiência no setor. Disse que a demanda do ovo não vai parar de crescer no Brasil, mas alertou que a falta de união é um dos desafios a serem vencidos. “A produção não vai parar de crescer e não temos união para fazer um plano para enfrentar isso”. Citando o lutador Mike Tyson, Crosara considerou, em analogia: "Todo mundo tem um plano, até levar o primeiro soco. Nosso problema é que não temos nenhum plano e não paramos de levar socos".
Crosara também lançou a reflexão para a plateia, dizendo que, sim, “temos condições de fazer planos, pois temos um SIF confiável, temos bons controles nas granjas, produzimos bem, somos competitivos. Mas temos uma fraqueza: encaramos o investimento em divulgação do nosso produto como um gasto. E quando comparamos com outros mercados que investem na divulgação do ovo, nossa situação é triste. O resultado que temos nos últimos anos de aumento do consumo do ovo se deve ao trabalho que o Instituto Ovos Brasil consegue fazer, mesmo com tão poucos recursos. Precisamos nos unir a entidades fortes para fortalecer nosso segmento!”, concluiu.
RICARDO FARIA, DA AVÍCOLA CATARINENSE
Ao falar do setor de ovos, durante o Simpósio Ovosite, o empresário Ricardo Faria, da Avícola Catarinense (SC), reafirmou o que já havia dito o avicultor Leandro Pinto em sua apresentação, no início do simpósio. Disse que para exportar ovos é preciso estar preparado para perder dinheiro no começo, ou mesmo periodicamente, pois sempre haverá momentos em que o mercado interno estará melhor que o externo, mas salientou que é preciso ter sequência de exportações e honrar contratos para ganhar em longo prazo.
Falando da participação dos avicultores em suas entidades, Ricardo Faria criticou a baixa frequência do produtor nas reuniões que a ABPA realiza para discutir as questões da postura comercial e chamou à maior participação, dizendo que ABPA deve ser “o nosso grande ponto de encontro.”
(A Hora do Ovo, em cobertura no SIAVS 2019. Fotos: Elenita Monteiro)
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