Economia, novos modelos de negócios e sustentabilidade no 2º. dia da Conbrasul

Economia, novos modelos de negócios e sustentabilidade no 2º. dia da Conbrasul

Nas palestras, Antônio da Luz, Rodrigo Provazzi, Ricardo Santin e Mariana Modesto mostraram como as relações no agronegócio estão mudando e transformando o mundo.

POLOS DO OVO

novembro 29, 2021

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São cerca de 400 congressistas e a participação expressiva de lideranças do segmento de postura brasileiro. Esses são os pontos altos da 3ª. Conbrasul Ovos, evento que acontece desde domingo, dia 28 de novembro, na cidade de Gramado, na serra gaúcha.

Promovido pela Asgav, a Associação Gaúcha de Avicultura, a terceira edição da Conbrasul Ovos retoma os debates presenciais no mundo do ovo. E as primeiras palestras, com participação expressiva de congressistas – sempre com segurança e protocolos sanitários da covid-19 – apresentaram os principais cenários econômicos, as forças que estão acelerando as transformações no mundo e no agronegócio e a sustentabilidade na produção.

Na abertura da programação no período da manhã do dia 29 de novembro, Antônio da Luz, economista Chefe da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), defendeu o financiamento da produção agropecuária no mercado de capitais. “O mercado de capitais é o futuro do crédito rural”, apontou o economista, indicando que o mercado de capitais está aberto para grandes empresas, para as médias e para as pequenas também. “Hoje, todas as empresas podem participar, independentemente do tamanho. E o setor deve conhecer melhor e avaliar o uso de operações estruturadas de crédito, em vez de depender da boa vontade dos bancos”, disparou o especialista, explicando que existem, basicamente, três instrumentos de acesso, como CRA, FIDC e Fiagro.  

Ainda de manhã, Rodrigo Provazzi, sócio da PwC Brasil, apresentou as cinco forças que estão transformando o mundo rapidamente e que, segundo ele, demandarão adaptações nos modelos de negócios. São elas a assimetria, a disrupção, a age (Idade), polarização e trust (Confiança). De acordo com Provazzi, o aumento da disparidade de riqueza e a erosão da classe média são fatores que estão influenciando os negócios, bem como a tecnologia e seu impacto sobre os indivíduos, a sociedade e o clima.

O envelhecimento da população também vem afetando os negócios, as instituições sociais e a economia. Outros dois pontos que vêm contribuindo para as transformações aceleradas são a fragmentação do mundo, com crescimento do nacionalismo e do populismo, e a redução de confiança nas instituições que sustentam a sociedade. “Essas cinco forças estão acelerando transformações no mundo e no agronegócio, e temos de nos adaptar a elas”, ressaltou.

Debatedor do Painel de Sustentabilidade, o executivo Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), mostrou que o Brasil é responsável por menos de 2% da emissão de carbono no mundo, sendo que 50,4% do total vêm da soma das emissões da China, Estados Unidos e União Europeia. “Existem erros de conversa, mas, no resumo, somos sustentáveis. Temos uma matriz energética limpa”, definiu o executivo, lembrando que a projeção da produção brasileira de alimentos para 2026/27 é de aumento de 41%. “Temos um produto que precisa ser valorizado”, destacou Santin.  

Falando ainda de sustentabilidade, a diretora de Sustentabilidade da BRF, Mariana Modesto, anunciou uma parceria para um parque de energia solar e eólica com aportes de R$ 130 milhões. “Atingiremos 88% de energia elétrica proveniente de fontes limpas e renováveis no Brasil com potencial de redução de custos de aproximadamente R$ 1,7 bilhões nos próximos 15 anos”. Para ela, a agenda ESG resultará em riscos e impactos econômicos relevantes, o que tem impulsionado o rigor do mercado em relação ao tema. “É necessária uma atuação sustentável e transparente. Práticas sustentáveis exigem trabalho contínuo e evolução constante. É possível ser sustentável e rentável”, indicou a diretora da BRF. 

Na avaliação do presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, o segundo dia da Conbrasul – o primeiro da programação técnica -, foi extremamente bem acompanhada pelos congressistas, sempre interessados em se aprofundar nos desafios vividos pela avicultura de postura brasileira.  “Essa primeira manhã trouxe dois painéis que chamaram a atenção do público, que teve participação expressiva. Os temas destacados seguem uma proposta de trazer assuntos diferenciados e atualizados, de interesse de lideranças, da agroindústria e do setor de produção de ovos”, salientou José Eduardo.

(A Hora do Ovo, com informações e fotos da assessoria de imprensa da Conbrasul 2021)


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