Classificação de ovos na Cooperativa de Terenos: preços menores para os cooperados

Assim como está acontecendo em São Paulo, também no Mato Grosso do Sul os avicultores já trabalham com preços menores, e a notícia vem da região de Terenos, a maior produtora de ovos no Estado do Mato Grosso do Sul. Segundo reportagem da TV Morena, afiliada da Rede Globo naquele estado, “depois de um período de bons preços – cerca de oito meses -, os produtores de ovos estão enfrentando um período de retração nas cotações.”

Na reportagem do programa MS Rural, a equipe da TV entrevistou o representante da Camva, a Cooperativa de produtores de Terenos, mostrando que os preços são ainda menores para os cooperados, enquanto os avicultores independentes conseguem valores um pouco melhores. Na cooperativa que recebe a produção de 26 avicultores e processa mais de 800 mil ovos por dia, o diretor Issao Kurokawa conta ao repórter que a caixa com 30 dúzias está sendo comercializada no varejo a R$70,00, ou seja, R$10, 00 a menos que no mês passado. Kurokawa diz que anteriormente a margem de lucro estava em média R$15 reais por caixa, dependendo do produtor. “Agora, com essa queda no preço do ovo, estamos aí com uma margem de R$7 reais por caixa. Hoje, estamos conseguindo pagar os custos da granja, vacina, pintinho, funcionários, energia... falar que há margem de lucro, não... estamos meio apertados agora”, explica. De acordo com o diretor, a rentabilidade média da dúzia para o produtor fica agora entre R$1,70 e R$1,80, valor já descontado dos custos.

Mas a expectativa é que a margem de lucro volte a subir com o fim do ano, apontam os produtores de Terenos. Com as festas do fim de ano, Natal e Ano Novo, a demanda sempre aumenta, dizem. “Historicamente, dezembro demanda mais ovo, por causa das festas. Então, acreditamos que daqui a alguns dias estaremos com preços melhores”, avalia Kurokawa.

Locks: preços dos insumos caíram

Em propriedades independentes, os avicultores têm conseguido preços melhores, chegando mesmo a obter 30% a mais nos lucros, já descontados os custos com transporte, já que a produção é entregue em várias cidades do estado. Numa das granjas independentes da cidade, a dúzia do ovo chega a ser vendida por até R$3,00. “É mais de R$1,00 de diferença em relação ao preço de um ano atrás”, diz o repórter. Mesmo assim, o produtor José Alberto Locks diz que os preços poderiam ser melhores, pois ainda há a defasagem a ser vencida. De qualquer maneira, segundo ele, o preço dos insumos baixaram, o que já ajuda. Locks tem 24 mil aves vermelhas e brancas divididas em dois galpões, sendo que a produção média é 18 mil ovos por dia. O avicultor tem pensado em se dedicar a outra atividade, pois também precisa reformular a granja, atualizando-a, e no momento não tem recursos para isso.

Okishima: atividade é osclante

É o que avalia o produtor Paulo Okishima sobre a atividade, cuja produção nacional cresceu 2,4%, do segundo para o terceiro trimestre. Ele diz que o setor é muito oscilante, por isso, o produtor de ovos precisa se preparar quando o momento está bom, assim, é possível enfrentar as dificuldades que aparecem nos momentos de crise. Paulo tem 46 mil aves em 13 barracões e uma experiência de mercado de 18 anos, o que lhe dá uma boa visão de como funciona a avicultura de postura. “Quando o ano está bom, a gente procura melhorar, investir em tecnologia, melhorar a produção. Quando chega a crise, a gente tenta ficar reservado, queimando a gordura para se manter na crise, sempre pensando no futuro, porque a atividade é muito oscilante”, diz ele. Segundo o avicultor, é bom comemorar os bons momentos, mas sempre de olho nas oscilações típicas da atividade.

A região Centro-Oeste, à qual pertence o Mato Grosso do Sul, é responsável por 13,9% da produção nacional de ovos, ficando atrás apenas do Sudeste e do Sul do país.

(A Hora do Ovo, com dados e fotos da reportagem do MS Rural – TV Morena/Rede Globo)