Pesquisa aponta que consumir ovos reduz risco de desenvolver diabetes
Desenvolvido na Finlândia, estudo analisou hábitos alimentares de homens com idade entre 42 e 60 anos.
Ovo na alimentação é resultado de pesquisa na Finlândia |
Embora ainda polêmica, uma pesquisa realizada pela University of Eastern Finland (Universidade do Leste da Finlândia) aponta que comer ovos pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2. O estudo foi publicado este mês no American Journal of Clinical Nutrition e vem contribuir para as análises recentes que fomentam os debates sobre a presença do ovo na saúde humana.
Algumas pesquisas associaram dietas ricas em colesterol (como as que levam ovo) a distúrbios no metabolismo da glicose e consequente risco da doença. Outras, mais recentes, mostraram que consumir o alimento pode levar a um melhor equilíbrio da glicose. Em estudos populacionais, a associação entre os ovos e o diabetes ainda não foi bem investigada, e os resultados são inconclusivos.
Assim, a pesquisa finlandesa é mais uma a suscitar o debate, o que é sempre saudável para a evolução da nutrição. O estudo analisou os hábitos alimentares de 2.332 homens com idade entre 42 e 60 anos entre os anos de 1984 e 1989. Eles foram acompanhados durante 19 anos, e 432 deles foram diagnosticados com diabetes tipo 2.
O trabalho dos pesquisadores da Finlândia demonstrou que os homens que comiam aproximadamente quatro ovos por semana tiveram um risco 37% menor de desenvolver diabetes em comparação com aqueles que consumiam o alimento apenas uma vez por semana. A pesquisa considerou fatores como a prática de atividades físicas, o índice de massa corporal, o tabagismo e o consumo de frutas e verduras.
Uma possível explicação para o resultado é que, na Finlândia, o consumo de ovos está associado a hábitos de vida mais saudáveis, ou, mais precisamente, a hábitos que não levam em conta malefícios à saúde, como o tabagismo e a baixa atividade física. Além do colesterol – que é natural num organismo como o ovo que pode gerar uma vida -, os ovos contêm muitos nutrientes benéficos e que podem ter um efeito sobre, por exemplo, o metabolismo da glicose, diminuindo o risco de diabetes tipo 2.
A pesquisa também sugere que é difícil analisar os efeitos dos alimentos na saúde somente a partir de um nutriente isolado, como o colesterol. Em vez de se concentrar em nutrientes específicos, a pesquisa sugere que os estudos em nutrição busquem se focar cada vez mais nos efeitos da dieta de forma mais geral e suas consequências ao longo dos anos.