Alunos da Etec de Barretos usam casca de ovos no pré-tratamento de água

Alunos da Etec de Barretos usam casca de ovos no pré-tratamento de água

A alternativa desenvolvida para a primeira etapa de purificação gera, também, um subproduto que pode ser usado por agricultores para fertilizar o solo.

Ovonews

maio 11, 2015

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Estudantes do ETEC no projeto que reutiliza as cascas de ovos

Uma pesquisa desenvolvida por estudantes da Escola Técnica Estadual do Estado de São Paulo, unidade ETEC de Barretos (cidade do Noroeste do estado), mostra a utilização da casca do ovo no processo de pré-tratamento de água. Confira esse trabalho desenvolvido pelos jovens na reportagem abaixo, publicada no site da instituição.

“Desde os 8 anos, quando Renan Pecegueiro Tristão começou a frequentar a panificadora de sua família, a quantidade de cascas de ovos jogada no lixo chamava sua atenção. Hoje, aos 20 anos, ele e outros quatro colegas do quarto módulo do curso técnico em Química da Escola Técnica Estadual Cel. Raphael Brandão, de Barretos, criaram um destino sustentável para o material descartado. Recolhidas da panificadora, as cascas de ovos são trituradas e utilizadas no pré-tratamento da água. A alternativa desenvolvida para a primeira etapa de purificação gera ainda um subproduto que pode ser usado por agricultores para fertilizar o solo.

O projeto começou justamente com a ideia de criar um fertilizante. “Queria muito trabalhar com esse subproduto da indústria da panificação, porque a casca de ovo possui uma quantidade muito grande de carbonato de cálcio e é pouco usada na terra. A intenção era criar algo sustentável”, conta Renan, que trabalha na panificadora como balconista.  

Porém, os primeiros testes feitos pelo grupo – composto também por Adriel Martins de Oliveira, Flavia Oliveira da Silva, Gabriel Moreira Muniz Santos e Marcelo Pereira da Silva – indicaram que o pó da casca de ovos poderia ser usado para sedimentar a sujeira presente na água. Então, o projeto ganhou novo rumo. Os alunos constataram que, para tratar cada quatro litros de água, basta a casca de um ovo e dois reagentes. A decantação acontece em cinco minutos.

“O processo criado pelos alunos pode substituir o pré-tratamento da água. Em vez de comprar floculantes – substância que faz a sujeira se aglutinar em flocos e decantar –, as estações poderiam aproveitar a casca de ovo, que hoje não tem um encaminhamento sustentável. Além disso, os reagentes que testamos no projeto são mais baratos que os usados pelas estações”, afirma o professor Evandro Lucas de Lima, orientador do grupo e coordenador do curso técnico em Química da Etec de Barretos. Para ele, a formação de um fertilizante como subproduto a partir do material sedimentado é outra vantagem do projeto dos estudantes em relação ao tratamento convencional. “Nas estações, os flocos de impurezas formados durante o processo têm muito alumínio, que é tóxico.”

Após o pré-tratamento, a água ainda precisa passar por outros processos, como filtragem e adição de cloro, para estar apta ao consumo humano, explica o professor.

A próxima etapa de trabalho dos alunos é o levantamento detalhado dos custos para avaliar e justificar a viabilidade econômica do projeto. Com a experiência adquirida em tecnologia de tratamento de água, o grupo vai buscar ainda parcerias com estações da cidade de Barretos para aplicar a ideia.”

(A Hora do Ovo, com reportagem e foto do site do Centro Paula Souza-ETEC/SP)

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