José Eduardo Santos, da Asgav: cuidados de biossegurança

Os avicultores devem ficar alertas com a Copa do Mundo. Foi o que destacaram as autoridades e líderes durante o Congresso da APA 2014, realizado em março no Estado de São Paulo. É também o que estão alertando os líderes gaúchos junto a seus avicultores e, para tanto, a Associação Gaúcha de Avicultura, a Asgav, e o Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas no Estado do Rio Grande do Sul, o SIPARGS, já realizaram um encontro para debater o risco sanitário que as granjas brasileiras podem correr com a chegada de tantos estrangeiros ao Brasil, por ocasião do mais importante evento do futebol mundial.

No encontro promovido no último dia 29 de maio, na sede da entidade, em Porto Alegre, os representantes dos avicultores mostraram a necessidade fundamental de manter sob rígida fiscalização as fronteiras e outros pontos de acesso dos estrangeiros ao país, como os aeroportos e postos de divisas. "Para o setor que tem trabalhado fortemente nas ações de defesa e prevenção sanitária, é imprescindível um alinhamento com os Órgãos Oficiais e outras Instituições que atuam na Avicultura, além de reforçar os cuidados que nossos produtores, indústrias e cooperativas precisam estar atentos nesse período", comentou Nestor Freiberger, presidente da Asgav e Sipargs, ao convidar avicultores, técnicos, lideranças e autoridades para o encontro.

O setor avícola aproveitou a ocasião para cobrar os órgãos de fiscalização, sugerindo atenção redobrada no período da copa, entre junho e julho deste ano.

A principal orientação é evitar visitas às granjas e propriedades que trabalham com ovos e aves. O executivo José Eduardo dos Santos, diretor da Asgav, salientou que o objetivo é levar a preocupação para que todos se preparem, exigindo rigor na biossegurança, durante o período. Em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre, Santos explicou: “Nosso intuito é nivelar junto aos nossos associados e órgãos oficiais quais serão os cuidados na época do mundial. Solicitamos reforço através de uma inspeção mais rigorosa e apurada a produtos alimentares que possam estar entrando no País nos postos de acesso, além de recomendar reforço nos cuidados que já vêm sendo tomados pela indústria e produtores.”

O informativo, que trouxe a cobertura do evento da Asgav em suas páginas de agronegócio, demonstrou a importância do tema ao salientar que aves e ovos são produtos gaúchos que abastecem o mercado interno, com destaque para a exportação. Atualmente o Brasil é o maior exportador mundial de Carne de Frango e o Rio Grande do Sul é o 3º Estado maior exportador do País, essa participação no mercado externo só é possível graças ao status sanitário que a avicultura brasileira mantém.

Nesse sentido, a fiscal do Serviço de Saúde Animal (SSA) do Ministério da Agricultura, Taís Oltramari Barnasque, garantiu que “há permanente preocupação tanto do setor público quanto privado na manutenção da condição sanitária do plantel avícola nacional”. Segundo Taís, o ministério já instituiu “a vigilância ativa na importação de material genético avícola e de aves ornamentais e de companhia, colhendo amostras biológicas para pesquisa do vírus da influenza aviária e da doença de Newcastle”.

O Jornal do Comércio informou ainda que, sobre a inspeção em zonas de fronteira, o fiscal da Superintendência Federal de Agricultura (SFA/RS), Marcelo Vieira Mazzini, afirmou que o ministério já está se preparando para intensificar a fiscalização, por meio do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), em áreas apontadas como prioritárias após a realização de uma análise de risco. “Em todos os aeroportos internacionais, inclusive no Salgado Filho (de Porto Alegre), será realizada uma operação pente fino para impedir a entrada de produtos que possam colocar em risco a produção agrícola nacional”, completou.

De acordo com o coordenador do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Secretaria de Agricultura, Flávio Loureiro, medidas preventivas também serão instaladas no Rio Grande do Sul. “Pelo menos metade dos visitantes vem de países com ocorrência de influenza aviária. Por isso, estamos encaminhando circulares alertando para que não haja circulação de pessoas, em especial turistas, nas granjas. Além disso, uma minuta deve estabelecer restrições à participação de aves e suínos em feiras e remates durante o período da Copa”, disse.

 (A Hora do Ovo, com informações da assessoria de imprensa da Asgav e de Luiz Eduardo Kochhann, do Jornal do Comércio de Porto Alegre – RS)