Recorde, consumo de ovos deve chegar a 250 unidades per capita em 2020

Recorde, consumo de ovos deve chegar a 250 unidades per capita em 2020

Para 2021, a expectativa é de que o consumo cresça 5%; essa e outras projeções positivas foram apresentadas pela ABPA no dia 9 de dezembro.

Ovonews

December 17, 2020

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Os brasileiros devem consumir 250 ovos per capita este ano, registrando um recorde histórico no Brasil. Nunca o brasileiro comeu tanto ovo e, aliás, nunca houve uma valorização do alimento como vemos acontecer nos últimos anos, especialmente neste 2020 de pandemia do novo coronavírus.

O consumo per capita do produto deve crescer em 8,7% em relação a 2019, quando registrou 230 unidades per capita. São índices históricos, e isso, a despeito das muitas dificuldades do produtor que vem enfrentando uma grande crise por causa dos altos custos dos insumos para a ração.

O consumo de ovos deve seguir em crescimento, chegando a 265 unidades em 2021, com alta de 6% em relação à 2020. A projeção é da Associação Brasileira de Proteína Animal, a ABPA, apresentada junto a outras otimistas perspectivas para o ovo, frango e suíno no último dia 9 de dezembro, em videoconferência com os jornalistas. 

Dobrando de tamanho ao longo da última década, conforme os levantamentos da ABPA, a produção de ovos deve alcançar 53,5 bilhões de unidades em 2020, número 9,1% superior ao registrado em 2019, quando foram produzidas 49 bilhões de unidades.

Ricardo Santin, presidente da ABPA, avalia que, “apesar do momento altamente desafiador vivido neste ano, com custos em patamares históricos e os impactos econômicos e sociais causados pela pandemia, a avicultura e a suinocultura do país fecharão o ano com resultados positivos”. Ele diz que, “ao mesmo tempo em que esses segmentos apoiaram o abastecimento de alimentos do país em meio à crise, fomentaram novas oportunidades de trabalho e a economia de centenas de cidades onde estão instaladas, com impacto direto na economia nacional.

AS PROJEÇÕES PARA O FRANGO EM 2020

De acordo com a ABPA, a produção brasileira de carne de frango poderá alcançar até 13,8 milhões de toneladas em 2020, alta de 4,2% em relação às 13,245 milhões de toneladas produzidas em 2019.

Já os embarques do setor poderão chegar a 4,23 milhões de toneladas, número comparativamente 0,5% superior em relação ao registrado no ano passado, com 4,214 milhões de toneladas.

Com isso, a disponibilidade total prevista para o mercado interno deve chegar a 9,6 milhões de toneladas, volume 6,3% maior em relação ao mesmo período de 2019, com 9 milhões de toneladas. O consumo per capita deverá chegar a 45 quilos em 2020, percentual 5% maior em relação ao registrado em 2019, com 42,84 quilos.

2020 PARA A SUINOCULTURA

Conforme os números levantados pela ABPA, a produção brasileira de carne suína poderá alcançar até 4,3 milhões de toneladas neste ano, número 8% superior ao alcançado em 2019, com 3,983 milhões de toneladas.

Já as exportações do ano deverão, pela primeira vez, superar a casa de 1 milhão de toneladas, com total previsto de até 1,03 milhão, número 37% superior em relação às 750 mil toneladas exportadas em 2019.

No mercado interno, a disponibilidade total poderá totalizar 3,3 milhões de toneladas, número até 2% superior ao registrado em 2019, com 3,233 milhões de toneladas. O consumo per capita deverá acompanhar o crescimento vegetativo da população, estabilizado em 15,3 quilos.

OS IMPACTOS NA PROTEÍNA ANIMAL

Na avaliação do presidente da ABPA, assim como em 2019, a crise sanitária de Peste Suína Africana que impactou o rebanho suíno da Ásia, de parte da Europa e da África seguiu impulsionando as exportações brasileiras de aves e de suínos. “As nações asiáticas se consolidaram como principais importadoras das carnes de aves e de suínos do Brasil, e foram os principais vetores do resultado do ano nos dois setores”, explica.

Outro grande fator de impacto nos setores produtivos foi a pandemia de Covid-19. “No mercado interno, o programa de auxílio do Governo Federal foi determinante para a garantia de acesso às proteínas nos núcleos da população mais impactados pela redução da atividade econômica”, indica.

“No mercado internacional, os impactos no fluxo de passageiros retraíram a importação de grandes destinos islâmicos da proteína animal do Brasil, como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, especialmente no auge da crise pandêmica nestes países. Com a diminuição dos casos e retorno gradativo do turismo nestas nações, temos observado melhora significativa na venda destes mercados”, completa o diretor de mercados, Luis Rua.

EXPORTAÇÕES JANEIRO A NOVEMBRO DE 2020

Carne de frango – As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram em novembro 350,7 mil toneladas, volume 5,6% superior ao registrado no mesmo período de 2019, quando foram exportadas 332 mil toneladas.

Em receita, as exportações de novembro alcançaram US$476,8 milhões, número 11,3% inferior ao registrado no mesmo período de 2019, com US$ 537,5 milhões.

No acumulado do ano, as vendas de carne de frango mantêm alta de 0,69%, com 3,849 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e novembro de 2020 e 3,823 milhões de toneladas no mesmo período de 2019. A receita em dólares acumulada no período é de US$5,543 bilhões, número 12,8% menor em relação ao registrado em 2019, com US$6,358 milhões.

Carne suína – Os embarques de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) chegaram a 87,5 mil toneladas em novembro, número 31,7% superior ao efetivado em 2019, com 66,4 mil toneladas.

Em receita, a alta das exportações do décimo primeiro mês do ano chega a 35,7%, com US$202,7 milhões de dólares, contra US$ 149,3 milhões em novembro de 2019.

No acumulado de 2020 (janeiro a novembro), as vendas internacionais de carne suína chegaram a 940,9 mil toneladas, número 39,5% maior que o total embarcado no mesmo período de 2019, com 674,2 mil toneladas.

E, pela primeira vez na história, as exportações de carne suína do Brasil ultrapassaram a casa de dois bilhões de dólares, chegando a US$ 2,079 bilhões, número 47,1% maior que os US$ 1,413 bilhão realizados entre janeiro e novembro de 2019.

AS PERSPECTIVAS PARA 2021

Conforme as projeções determinadas pela ABPA, a produção brasileira de carne de frango poderá alcançar até 14,5 milhões de toneladas em 2021, número que superaria em 5,5% os números totais previstos para 2020. Já as exportações deverão chegar a 4,35 milhões de toneladas, superando em até 3,6% o total que deverá ser exportado pelo Brasil em 2020. No mercado interno, a disponibilidade do produto pode chegar a 10,1 milhões de toneladas (+6,5%), com consumo per capita de até 47 quilos (+4,4%).

Por fim, a produção de carne suína poderá totalizar 4,4 milhões de toneladas em 2021, número até 3,5% superior à produção projetada para 2020. Segundo o mesmo período comparativo, a alta esperada para as exportações de 2021 poderá alcançar até 10%, com total de 1,1 milhão de toneladas previstas. No mercado doméstico, a oferta poderá chegar a 3,32 milhões de toneladas, saldo até 3% maior que as projeções para 2020. E o consumo per capita poderá apresentar alta de até 2%, chegando a 15,6 quilos.

“A pressão asiática por carne de frango e carne suína do Brasil deverá se manter em patamares elevados em 2021.  Ao mesmo tempo, há expectativa de retomada por importadores relevantes, como é o caso das Filipinas. Também é esperada a renovação da cota de importação pelo México no próximo ano. O efeito “Olimpíadas” também deve favorecer as vendas para o Japão, país que é presença constante entre os três principais destinos de carne de frango.  Por fim, tanto no exterior quanto no mercado doméstico, é esperado um significativo impacto positivo decorrente da retomada econômica, com a superação dos efeitos da pandemia”, completa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

(A Hora do Ovo, com informações da assessoria de imprensa da ABPA)

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