Produção mundial de ração cresceu 2,3%, aponta pesquisa da Alltech

Produção mundial de ração cresceu 2,3%, aponta pesquisa da Alltech

Dados da 10ª. edição da pesquisa revelam a marca de 1.235 bilhão de toneladas métricas. Dez países produzem 65% da alimentação mundial.

Ovonews

January 28, 2022

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A 10ª. edição da pesquisa Perspectivas do Setor Agroalimentar da Alltech, realizada sobre 2021 e divulgada este mês, destaca dados da pesquisa global de produção de ração. Segundo informa a assessoria de imprensa da Alltech no Brasil, a pandemia global de Covid-19 teve grandes impactos no setor agroalimentar, contribuindo para os desafios da cadeia de abastecimento e acelerando a adoção de novas tecnologias e práticas de sustentabilidade ambiental.

"Os resultados presentes na Perspectiva do Setor Agroalimentar da Alltech para 2022 reforçam nossa confiança e otimismo no futuro do setor", disse Dr. Mark Lyons, presidente e CEO da Alltech. "Vemos a resiliência da agroindústria frente aos desafios da Covid-19, a interrupção da cadeia de abastecimento e, até mais importante, há evidências de crescimento, modernização e adoção de práticas mais sustentáveis ocorrendo em paralelo."

MARCK-LYON
Mark Lyons: otimismo no setor


A pesquisa da empresa é feita anualmente e inclui dados coletados em 28.000 fábricas de ração distribuídas em 140 países do mundo. Com base nesses dados, estima-se que a tonelagem internacional de ração aumentou em 2,3%, o que representa 1,235 bilhão de toneladas de ração produzidas em 2021.

A Alltech trabalha em conjunto com fábricas de ração, entidades industriais e governamentais ao redor do mundo para compilar dados e insights para fornecer uma avaliação da produção de ração a cada ano. A produção e os preços da ração foram coletados pela equipe global de vendas da Alltech em parceria com associações locais do setor no último trimestre de 2021. Esses números são estimativas e destinam-se a servir como um recurso de informação para as partes interessadas do setor.

OS 10 MAIORES PRODUTORES DE RAÇÃO NO MUNDO

Os dez principais países produtores no último ano foram a China (261,424 mmt), os Estados Unidos (231.538 mmt), o Brasil (80,094 mmt), a Índia (44,059 mmt), o México (38,857 mmt), a Espanha (35,580 mmt), a Rússia (33,000 mmt), a Turquia (25,300 mmt), o Japão (24,797 mmt) e a Alemanha (24.506 mmt). A soma da produção desses 10 países representa 65% da produção mundial de ração e pode ser vista como indicador de tendências no agronegócio.

Os números mostram, ainda, que a produção de ração desses países aumentou 4,4%, em comparação com o crescimento global, que registrou 2,3%.

DESTAQUES QUE MERECEM SER CONHECIDOS

● O país com maior aumento na produção de ração por tonelagem foi a China, com 8,9%, alcançando a marca de 261.424 milhões de toneladas métricas (MMT).

Uma das principais tendências que resultaram nesse crescimento foi a continuação da consolidação e modernização da indústria de ração do país.

As granjas de suínos e a produção de ração passaram a utilizar desde resíduos alimentares até a contratação de fábricas de ração profissionais. Como resultado, a tonelagem de ração comercial aumentou, impulsionada, em particular, pelo crescimento e pela contínua modernização do setor de suinocultura chinesa.

● Metade dos países pesquisados mostram que a sua produção de ração local atendeu às próprias expectativas. Estão abaixo das expectativas 25% dos países, por causa do fechamento de restaurantes, altos preços de matérias-primas e/ou peste suína africana (PSA).

Os 25% restantes superaram as expectativas, principalmente devido à recuperação dos lockdowns da Covid-19, incluindo o aumento das exportações e a reabertura de restaurantes.

● No último ano, houve um foco especial no meio ambiente, uma vez que os governos de países ao redor do mundo renovaram compromissos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

Na Europa e na Ásia, as políticas governamentais têm sido as principais impulsionadoras na maioria dos mercados, enquanto nas Américas, os principais impulsionadores têm sido os consumidores e a indústria privada.

Em alguns mercados, há um forte foco na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, em outros mercados, o foco está principalmente nas esperadas regulamentações de nitrogênio.

RESULTADOS PARA O SETOR AVÍCOLA

O setor avícola experimentou uma ligeira redução na tonelagem de ração para aves poedeiras (queda de 1,4%), enquanto a produção de ração para frangos de corte aumentou (2,3%).

O negócio de aves poedeiras vem enfrentando desafios em muitos países devido aos altos custos de matérias-primas, somados aos preços de ovos no varejo estacionados e/ou baixos.

A preocupação com o bem-estar animal também é um ponto importante nesse cenário, uma vez que a produção ao ar livre e fora de gaiolas está em ascensão em muitos países.

Na Europa, as quedas mais significativas ocorreram na Noruega, Rússia, Ucrânia e Polônia. A região da Ásia-Pacífico também observou uma redução, ainda que a tonelagem na Austrália tenha crescido 4%.

- Os fatores que têm ajudado o setor de frangos de corte incluem um aumento da demanda por proteínas fáceis de cozinhar, já que os restaurantes fecharam durante a pandemia, além de ser uma opção frente ao aumento dos preços de outras proteínas animais.

China e Índia foram responsáveis pelos aumentos mais significativos na Ásia-Pacífico.

Na América Latina, Peru, Brasil, Paraguai e México contribuíram significativamente para o aumento de 5% da região.

- A produção de ração suína aumentou significativamente, em 6,6%. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela recuperação da peste suína africana (PSA) na região da Ásia-Pacífico. Japão, Coreia do Sul, Malásia e China demonstraram tal recuperação da PSA, mas Indonésia, Mianmar, Filipinas, Tailândia e Vietnã continuaram a sentir o impacto da doença.

Na Europa, países onde a PSA não é ou não é mais um problema ainda foram impactados por um excedente de carne suína que ocorreu devido a uma demanda reduzida da China.

- A tonelagem de ração para bovinos de leite aumentou ligeiramente, 1,9%. O maior aumento foi observado na região da Ásia-Pacífico, que é atribuído principalmente ao crescimento na Índia.

À medida que os bloqueios da Covid-19 diminuíam ao redor do mundo, a reabertura da indústria hoteleira e da educação presencial em sala de aula ajudou a aumentar o consumo de leite de maneira geral. Na Austrália e na Nova Zelândia, as tonelagens de ração para a indústria leiteira caíram 6,7% e 2,5%, respectivamente.

- A produção de ração para bovinos de corte reduziu 1,9% globalmente. A indústria continua a ser desafiada pelas regulamentações dos gases de efeito estufa, pelas percepções do meio ambiente e pelos impactos na saúde.

Os mercados europeus estão especialmente focados na redução das emissões de gases do efeito estufa, em um esforço para se alinhar com a COP26, o Acordo Verde da União Europeia e a Carta de Sustentabilidade dos Alimentos para Animais - 2030 da Federação Europeia de Fabricantes de Rações.

Os Estados Unidos tiveram um aumento na produção de novilhos e novilhas devido aos adiamentos de 2020, bem como um recorde na demanda de exportação de carne.

A Argentina observou uma redução significativa devido à redução das exportações, à alta inflação e à desvalorização da moeda local, que também estão afetando o poder de compra dos argentinos, embora as regulamentações de exportação estejam diminuindo e possam impactar as perspectivas da Argentina para 2022.

- A indústria de aquicultura continua a crescer em muitos mercados e aumentou impressionantes 3,7%. Os sistemas de recirculação em aquicultura (RAS) estão se tornando mais prevalentes, e a demanda dos consumidores por peixes está aumentando.

Os mercados que estão tendo desafios relacionados à PSA notaram um crescimento adicional devido à redução da oferta de carne suína.

A Índia observou um aumento significativo em sua tonelagem de ração para aquicultura de 9%; além disso, a Indonésia foi responsável por 10% do crescimento da Ásia-Pacífico.

Na América Latina, Chile, Brasil, Honduras e Equador contribuíram para o crescimento regional de 5,6%.

- A produção de ração para animais de estimação teve o maior aumento entre os setores, com alta de 8,2% na produção. Esse aumento significativo deve-se, em grande parte, ao aumento da adoção de animais de estimação em meio à pandemia de Covid-19. Embora algumas regiões tenham permanecido inalteradas, não houve quedas relatadas em nenhuma região ao redor do mundo.  

RESULTADOS EM DIVERSOS CONTINENTES

- A América do Norte teve um crescimento constante de 1,9% no ano passado, e os Estados Unidos seguiram como o segundo maior país produtor de ração do mundo, atrás apenas da China.

  • A América Latina teve um crescimento moderado de 0,5% e o Brasil permaneceu líder na produção de ração para a região, ficando em terceiro lugar globalmente.

- A Europa teve uma queda de 1,2% na produção de ração devido a questões como a PSA e alto custo das matérias-primas, junto a baixos preços de produtos-finais, declínio da produção de ração para ruminantes e regulações governamentais relacionadas à Covid-19.

- A Ásia-Pacífico registrou o maior crescimento regional de 5,7% e abriga alguns dos 10 principais países produtores de ração, incluindo China, Índia e Japão.

- A África registrou crescimento de 2,4%, apesar dos desafios causados pelos altos preços das matérias-primas, da febre aftosa e das tensões geopolíticas que afetaram as exportações de alimentos de origem animal e causaram escassez de matérias-primas em algumas áreas.

Para maiores detalhes, acesse o Alltech Agri-Food Outlook 2022, que inclui um mapa global interativo: www.alltech.com/agri-food-outlook

(A Hora do Ovo, com informações da assessoria de comunicação da Alltech no Brasil)

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