O mercado está bom para o ovo? Murilo Pinto, da Mantiqueira Brasil, avalia

O mercado está bom para o ovo? Murilo Pinto, da Mantiqueira Brasil, avalia

O diretor comercial da empresa analisa o mercado e as perspectivas para o segmento no final do primeiro semestre de 2024.

Ovonews

abril 24, 2024

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Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), mesmo após a quaresma, quando a demanda por ovos costuma diminuir, o mercado em âmbito nacional segue firme e as cotações permanecem estáveis em boa parte das praças analisadas por esse órgão da USP.

Pesquisadores do Cepea apontam que o início do mês, com o recebimento de salários, propiciou o aumento desse consumo, aliado à oferta controlada de certa forma, levando à estabilidade dos preços praticados. Entretanto, segundo colaboradores consultados pelo centro de pesquisas, há possibilidade de enfraquecimento da demanda e nos preços, em especial na segunda quinzena. 

Em termos de exportações, o governo brasileiro recebeu aprovação sanitária que autoriza o Brasil a exportar para El Salvador.

Diante desse cenário nos mercados interno e externo, Murilo Pinto, diretor comercial da Mantiqueira Brasil - grande exportadora de ovos - analisa:

“Acredito que tenhamos um primeiro semestre dividido em duas fases: o primeiro trimestre do ano, marcado com forte calor, o que reduziu a oferta de ovos prevista inicialmente, e o mercado ficou forte com bastante consumo também em função da Quaresma, período que, tradicionalmente, as pessoas consomem menos carnes vermelhas e aumentam o consumo por ovos em função disso, principalmente na Região Nordeste do Brasil.

A segunda fase do semestre é o segundo trimestre, que agora é o momento pós-Quaresma. Esperamos ter mais oferta de ovos no mercado e mais oportunidade de promoções também para o consumidor final, que irá sentir isso.

Sobre a abertura de um novo mercado para os ovos brasileiros, El Salvador, na América Central, Murilo avalia como um ponto positivo, muito embora ainda seja recente e não tenha havido demanda ainda para exportar ovos brasileiros para esse país. “Claro que a abertura de um novo mercado é sempre positiva, mas em termos de gerar grandes impactos ainda não sentimos, e ainda não é um mercado tão grande que possa mexer o ‘ponteiro’ na oferta e demanda de ovo nacional de produção e venda de ovos.”

Sobre os mercados que mais suscitam movimentos para os ovos brasileiros exportados pela Mantiqueira Brasil, segundo Murilo, estão o Oriente Médio, em especial Dubai, principal destino. Com o maior potencial de crescimento, ele aponta o Japão, que já é um mercado consumidor, e o Chile. “Esses são os top 3 destinos que o Brasil tradicionalmente exporta e os que vejo com maior potencial são Japão e Chile. Há uma discussão de abertura para Rússia também, que seria um bom destino, com dimensão continental e populosa, então teria grande potencial de consumo”, indica.

A logística é especial, com os produtos sendo exportados com refrigeração. Segundo Murilo, a logística é feita em contêineres, com 40 pés, refrigerado, de 0 a 8 graus Co. “Essa temperatura é o grande diferencial, comparado ao que temos no mercado interno”, demonstra. “A partir do momento em que se resfriam os ovos nessa faixa de temperatura, é criado um shelf life muito maior. Para se ter uma base, há destinos para os quais mandamos os ovos com 180 dias (6 meses de validade). No mercado interno, para efeito de comparação, temos 30 dias de validade do ovo. Isso acontece em função do ovo no mercado interno não ser refrigerado. A cadeia logística e do varejo no Brasil não é refrigerada, e na cadeia de exportação os países importadores têm essa cadeia refrigerada, tanto no transporte, quanto no ponto de venda, o que alonga a vida útil dos ovos.”

(A Hora do Ovo, com informações da assessoria de imprensa da Mantiqueira Brasil.  Imagem de jannoon028 no Freepik)

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