Novogen se adequa ao ajuste de pintainhas no mercado de postura

Novogen se adequa ao ajuste de pintainhas no mercado de postura

A empresa de genética atende à realidade do mercado de ovos e faz adequações em sua produção.

Ovonews

junho 04, 2021

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“O mercado é soberano”, afirmou, categoricamente, o executivo Minoru Miyasaka, diretor geral da Novogen no Brasil, em entrevista a A Hora do Ovo. Em sua fala, Miyasaka (foto no destaque) se refere, especificamente, ao atual ajuste de produção no setor de genética.

Como fizemos com outros executivos das grandes marcas de linhagens genéticas de poedeiras comerciais presentes no Brasil, entrevistamos a diretoria da Novogen para ter seu posicionamento oficial sobre a atual crise por que passa a avicultura de postura com o alojamento de aves ainda pronunciado, o preço do ovo em baixa e o preço dos insumos da ração em alta frequente.

Em resposta, Minoru Miyasaka informou à jornalista Elenita Monteiro, da A Hora do Ovo, que a Novogen do Brasil iniciou em janeiro deste ano uma redução de alojamento de suas matrizes. A decisão foi tomada diante do cenário que já se mostrava desfavorável no final de 2020 devido a um verdadeiro desarranjo no mercado de grãos, o que pressionou enormemente toda a cadeia de produção animal, com ênfase na avicultura.

O executivo reafirma a disposição da empresa de genética em se manter em linha com o produtor de ovos para que o mercado volte a se regularizar tão logo seja possível. Segundo Miyasaka, o alinhamento no sentido de ajuste no setor de genética foi necessário para manter o equilíbrio em tempos de crise, para que o segmento possa retomar seu ritmo de forma harmônica e voltar a trilhar os caminhos do crescimento, como vinha acontecendo com a postura brasileira até 2019.

A alta dos preços dos principais insumos para a ração vem elevando sobremaneira os custos de produção, acarretando perdas expressivas aos produtores, justamente quando o consumo cresceu durante a pandemia da Covid-19. Na mesma direção em que cresceu o consumo, caiu a margem de lucro do avicultor. Há meses que o segmento da postura amarga prejuízos, chegando ao absurdo da saca de milho ser mais cara que uma caixa de ovos.

Dentro deste universo, os avicultores brasileiros têm tido pouco estímulo para se manter na atividade e já há notícias de fechamento de pequenas granjas. Outras, de porte médio, adotaram a estratégia de reduzir o plantel, desistindo de novos alojamentos à medida em que vão descartando as aves mais velhas dos aviários.

Ainda que a demanda se mantenha – já que o consumidor se acostumou a consumir mais ovos – não há como repassar todos os custos ao comprador final tendo em vista, também, a crise financeira estabelecida com a pandemia. 

AJUSTES DESDE JANEIRO

Minoru Miyasaka avalia que é preciso respeitar a soberania do mercado e, para tanto, ajustes são necessários quando as crises se instalam e demonstram que podem perdurar se os elos da cadeia não se posicionarem adequadamente. “À medida em que o mercado nos sinaliza com mudanças necessárias, temos que respeitar e agir prontamente. Por isso, a Novogen iniciou seus ajustes em janeiro deste ano”, explica Miyasaka.

O diretor da Novogen no Brasil também contou a A Hora do Ovo que já foram feitas três importantes adequações em respeito às nuances do mercado. “Desde janeiro começamos os ajustes de produção”, explica, dizendo que, além dessas adequações, também foram feitos ajustes de planejamento. “A projeção de produção futura foi realinhada também, tanto para o segundo semestre de 2021 como para 2022.”

Miyasaka revela que a estratégia da empresa também tem sido objeto de reavaliações, já que o movimento do mercado vem demonstrando caminhos diferentes desde meados de 2020, especialmente por conta da pandemia da Covid-19. “Como a Novogen vinha crescendo de forma consistente no mercado brasileiro, havíamos projetado um aumento no volume de produção e de crescimento para este ano, mas, diante da realidade que se impôs ao segmento de postura, seguramos um pouco os investimentos e também fizemos o ajuste necessário para nos adequarmos ao novo momento.”

Em linhas gerais, segundo o diretor da Novogen, significa dizer que o planejamento feito anteriormente já sofreu ajustes ao longo de 2021, exatamente para que, no segundo semestre, haja uma disponibilidade menor de pintainhas e que no ano que vem também não haja um excesso do produto. “Todo o processo da Novogen está bem alinhado”, assegura Miyasaka.

No mercado brasileiro desde 2010, a Novogen vive, ao lado do produtor de ovos, sua primeira grande crise de mercado. Se havia um horizonte promissor com a alta histórica do consumo de ovos no país e o alto índice de alojamento no primeiro semestre de 2020, o cenário de crise no curto prazo pode se manter sem grandes mudanças. “Nos próximos meses eu não consigo ver a reversão desse quadro”, pondera o diretor, afirmando que a recuperação do setor passa necessariamente por uma diminuição nos alojamentos. “Estamos fazendo a nossa parte”, avalia.

Com a produção concentrada no Estado de São Paulo e atendendo todo o Brasil e países do Cone Sul, a Novogen diminuiu o volume de pintainhas direcionadas ao mercado brasileiro e está dando vazão de produção para o mercado externo.

(A HORA DO OVO. Foto: Teresa Godoy)

tag: Novogen , Minoru Miyasaka , Covid-19 , insumos caros , crise ,

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