Brasil fecha o ano com saldo positivo na avicultura; 2024 deverá manter a linha de crescimento, projeta ABPA

Brasil fecha o ano com saldo positivo na avicultura; 2024 deverá manter a linha de crescimento, projeta ABPA

Na entrevista coletiva à imprensa, em 19 de dezembro, entidade apresentou a alta performance da avicultura brasileira, no Brasil e no mundo.

Ovonews

December 22, 2023

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A entrevista coletiva da ABPA com a imprensa brasileira foi, mais uma vez, aquele encontro esperado para ouvir da entidade o quanto a produção de proteína animal brasileira é de excelência e segue conquistando mercados no mundo todo. E como é da tradição, ficamos felizes em divulgar os números positivos do setor, sabendo o quanto isso significa para os brasileiros e o quanto trabalharam os produtores e as lideranças deste país em nome de um alimento seguro e bom para todos.

Recepcionando os jornalistas, presencialmente em São Paulo (SP), e on line para todo o Brasil e América Latina, o executivo Ricardo Santin, presidente da ABPA, fez uma apresentação detalhada de todos os segmentos abrigados na entidade, contextualizando cada quadro e gráfico apresentado.

Ao lado de Luis Rua, diretor de mercado da ABPA; Sula Alves, diretora técnica; e José Perboyle, diretor administrativo-financeiro, Santin abriu a coletiva falando do cenário atual do país, da mudança política e administrativa do Governo Federal, da criação de mais de 1 milhão de empregos formais no primeiro semestre de 2023, do aumento dos custos de produção - com os quais o produtor já convive há tempos -, das mudanças climáticas, com chuvas e seca em excesso, da possibilidade de não faltar milho para o Brasil, de termos uma boa safra e, inevitavelmente, da chegada da influenza aviária em nossas costas marítimas.

“Estamos há mais de 200 dias com o vírus em aves silvestres que, felizmente, não chegou à produção animal brasileira. É um recorde, é um diferencial em relação ao resto do mundo”, disse Santin, mostrando que, enquanto muitos países convivem com a influenza na produção animal – e não é de hoje -, o Brasil segue mantendo em alta sua biosseguridade, seu status sanitário valioso. “Nossa biosseguridade está funcionando”, orgulhou-se Santin, ao falar aos jornalistas. “Entidades, órgãos públicos e técnicos, e produtores estão trabalhando certo e em conjunto. É um exemplo para todo o mundo”, afirmou o executivo, que assumiu, agora em novembro, a presidência do Conselho Mundial da Avicultura, sendo o primeiro brasileiro a presidir a entidade máxima da avicultura mundial (veja matéria neste site: Ricardo Santin é o primeiro brasileiro a comandar o IPC, entidade máxima da avicultura mundial)

Santin também destacou que, ao contrário dos brasileiros, os norte-americanos e os japoneses – entre outros povos – convivem hoje com as consequências da influenza aviária, com altos preços dos ovos, entre outros entraves. Essa situação, segundo o executivo, ao mesmo tempo significa uma oportunidade para o ovo brasileiro. O exigente Japão, por exemplo, e Taiwan, passaram a importar ovos do Brasil por causa da influenza, destacou Santin, lembrando que, nesse sentido, é preciso trabalhar ainda mais para que os níveis de exportação sigam crescendo, ampliando divisas e se mantendo de forma permanente no mercado mundial.

Antes de passar aos números, o presidente da ABPA reforçou que há no mercado global uma confiança no sistema de produção brasileiro. O México, por exemplo, também pode se tornar um parceiro do Brasil, adiantou o executivo, e, como esse grande produtor e consumidor de ovos da América, também outros virão, acredita o líder brasileiro. “Temos água, temos terra, temos produtividade, biosseguridade e todos os requisitos para manter a qualidade do que produzimos”, considerou Santin.

Em síntese, são os seguintes os números de 2023 e as projeções para a avicultura brasileira em 2024:

PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO EM ALTA EM 2024

O Brasil fechou 2023 com saldo positivo na produção e exportação da avicultura e da suinocultura. O ano de 2024 deverá manter a linha de crescimento, segundo projeções da ABPA.

No caso do segmento de ovos, a produção do país deverá chegar a 52,55 bilhões de unidades em 2023, aumento de até 1% em relação a 2022. As exportações, por sua vez, deverão registrar um crescimento de até 175%, com até 26 mil toneladas embarcadas no ano.

Para 2024, a tendência é de mais avanços. A produção deverá crescer até 6,5% em relação a 2023, contabilizando até 56 bilhões de unidades produzidas. As exportações deverão se manter estáveis em 26 mil toneladas, considerando o total embarcado em 2023.

O consumo per capita deverá registrar leve incremento de até 0,5% em relação ao ano passado, totalizando 242 unidades por habitante. No próximo ano, o consumo deverá crescer até 6,5%, com até 258 unidades por habitante.

“Mantendo-se há cinco anos em patamares acima da média global, o consumo de ovos no Brasil em 2024 deverá se aproximar no maior nível já registrado pelo setor, indicando expectativa positiva em relação à presença dessa proteína no consumo das famílias. Nesse mesmo sentido, as exportações seguem tendências favoráveis ao setor, com a consolidação de importantes mercados para a proteína”, avaliou Ricardo Santin, presidente da ABPA.

OS NÚMEROS DO FRANGO

A produção de carne de frango deverá fechar o ano de 2023 com incremento de até 2,6% em relação ao ano passado, com mais de 14,8 milhões de toneladas. Já as exportações deverão superar a barreira de 5 milhões de toneladas, alcançando até 5,1 milhões de toneladas — número até 6,8% superior em relação a 2022.

Para 2024, projeta-se uma tendência de crescimento no setor, com até 3,7% de alta na produção de carne de frango em relação ao que deverá ser realizado em 2023, estimada em até 15,35 milhões de toneladas. Também são esperadas elevações nas exportações, com perspectiva de até 3,9% de alta em relação ao que deverá ser registrado em 2023, podendo alcançar até 5,3 milhões de toneladas enviadas ao exterior.

A disponibilidade de produtos no mercado interno também deverá registrar leve alta. Em 2023, espera-se até 9,8 milhões de toneladas, com aumento de até 1% em relação ao ano anterior. Para 2024, há expectativa de avanço em torno de até 3,6%, chegando a pouco mais de 10 milhões de toneladas disponíveis no mercado interno.

O consumo per capita de carne de frango deverá registrar elevações: em 2023, espera-se um consumo de até 46 quilos, com aumento de até 1,8% em relação a 2022; e em 2024, por sua vez, estima-se um consumo per capita de até 47 quilos, incremento de até 2,2% em relação a 2023.

“Após um primeiro semestre de desafios, o setor de carne de frango tem encontrado um balanço maior entre oferta e demanda neste segundo semestre.  Ao mesmo tempo, as exportações mantiveram níveis elevados durante todo o ano, e há perspectiva de manutenção do fluxo em 2024, reforçando a posição brasileira e a confiança do mundo na capacidade da avicultura do país em apoiar a segurança alimentar das nações parceiras”, destacou o presidente da ABPA.

A CARNE SUÍNA EM NÚMEROS

A produção de carne suína deverá apresentar um crescimento de até 2,3% em relação ao ano passado, com produção de até 5,1 milhões de toneladas.  Já as exportações deverão alcançar até 1,22 milhões de toneladas, um incremento de até 8,9% em relação a 2022. 

Para 2024, projeta-se um avanço de até 1% de aumento em relação a 2023, com uma produção estimada em até 5,15 milhões de toneladas. Nas exportações, a alta também deverá se confirmar, com incremento de até 6,6% em relação a este ano, com embarques de até 1,3 milhões de toneladas.

A disponibilidade de produtos no mercado interno deverá se manter estável em 2023 e 2024, em torno de 3,8 milhões de toneladas. Também é projetada estabilidade no consumo per capita nos dois anos, com cerca de 18 quilos por habitante.

Segundo Luis Rua, diretor de mercados da ABPA, “existem boas perspectivas de incremento nas exportações a partir da abertura de novos mercados e a ampliação em destinos já consolidados, também em função da desaceleração dos embarques de importantes concorrentes, como é o caso da União Europeia e o Canadá. Por outro lado, no mercado interno, consolida-se um novo patamar de consumo, em torno de 18 quilos anuais por habitante, bem acima do que se via até alguns anos atrás.”

Veja na galeria abaixo os números da produção e exportação de ovos no Brasil, em gráficos apresentados por Ricardo Santin durante a coletiva de imprensa, no dia 19 de dezembro.

(A Hora do Ovo, em cobertura on line na coletiva da ABPA à imprensa. Foto: divulgação. Quadros/gráficos: ABPA/Secex)


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