Doença de Marek: o que é importante saber

Doença de Marek: o que é importante saber

A prevenção e os cuidados com a Doença de Marek é o tema deste artigo de Edmilson Freitas, da equipe técnica da Vaxxinova.

Com a palavra

abril 28, 2022

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AGENTE CAUSADOR

O agente causador da Doença de Marek é um vírus DNA envelopado do gênero Mardivirus (anteriormente chamado de Herpevirus). Os sorotipos 1, 2 e 3 agora são espécies: Gallid herpesvirus 2, Gallid herpesvirus 3 e Mileagrid herpesvirus 1. Esse vírus está distribuído por todos os ambientes criatórios, causando tumor linfocitário em vários órgãos. É o primeiro vírus que causa tumor e pode ser controlado por vacina.

OCORRÊNCIA E TRANSMISSÃO

A infecção ocorre fundamentalmente em galinhas de 2 a 16 semanas de idade, porém, ocasionalmente, pode afetar codornas, perus e faisões.

A forma de transmissão do vírus da Doença de Marek é feita exclusivamente pela via horizontal, principalmente por aerossol. O único local onde o vírus pode se replicar e ser eliminado no ambiente é no folículo da pena. A constante descamação da pele/pena faz com que o vírus também seja eliminado e fique disponível no ambiente durante um longo período, podendo permanecer infeccioso por mais de um ano.

A susceptibilidade à doença diminui rapidamente, dentro de poucos dias, após o nascimento. Portanto, proteger a ave bem jovem é a chave para o controle da doença. É por isso que as aves são vacinadas ainda na vida embrionária ou no primeiro dia no incubatório. Esse vírus está amplamente disseminado no ambiente criatório de aves no Brasil e no mundo.

SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos da Doença de Marek são muito variáveis e dependem de qual órgão foi afetado. Mas, de uma forma geral, as aves infectadas apresentam perda de peso, prostração, desidratação, palidez da pele e mucosas e, nos surtos agudos, morte súbita.  Também podem exibir algumas formas nervosas da doença, em que se observam paralisia, claudicação, asas caídas e torcicolo, dependendo do nervo que foi acometido. Quando acomete o olho, pode levar a ave à cegueira. A mortalidade varia entre 5% e 50% em aves não vacinadas. Em frangos a infecção pode ocorrer sem manifestar sinais clínicos, apenas tumores no folículo da pena.

AS LESÕES

De uma forma geral, as lesões observadas variam conforme o tipo de vírus que infectou a ave. As aves podem apresentar tumores viscerais em praticamente todos os órgãos: fígado, baço, rins, coração, mesentério, gônadas, pulmões, bolsa de Fabricius, timo, proventrículo, íris, entre outros. Quando afeta os olhos, a córnea torna-se opaca, a íris fica despigmentada e a pupila, irregular.

Os nervos periféricos afetados apresentam perda de estriação transversa, coloração acinzentada ou amarelada e, algumas vezes, mais espessado que o normal. Em frangos, a forma mais comum consiste em tumores do folículo das penas ou entre os folículos. Isso causa um aumento na condenação por ocasião do abate.

O DIAGNÓSTICO

A presença de tumores no fígado, baço, rins, pulmão, músculos ou outros tecidos pode ser indicativo de Doença de Marek, mas eles também podem ser sugestivos de leucose aviária e de outras enfermidades que levam a um processo inflamatório granulomatoso. Entretanto, o envolvimento do nervo, macroscopicamente (perna, asa ou outros nervos) ou microscopicamente é típico de Doença de Marek.

O diagnóstico adequado para diferenciar Doença de Marek da leucose aviária e formas granulomatosas causadas por outros agentes, é o exame histopatológico. Provas moleculares também podem ser adotadas para auxiliar na diferenciação dos sorotipos existentes. Testes sorológicos como o AGP, soroneutralização e ELISA podem ser utilizados no diagnóstico e monitoramento (usados para pesquisa e planteis SPF). Fora disso, sempre devem ser acompanhados do exame histopatológico, pois apenas a detecção de anticorpos sem a presença das lesões características não possui bom valor diagnóstico.

O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Fazer o diagnóstico diferencial de leucose aviária e outras doenças granulomatosas como colibacilose, tuberculose, salmonelose e aspergilose.

O CONTROLE

Não existe tratamento contra o vírus da Doença de Marek. A vacinação de pintos de um dia de vida é o principal meio de prevenção. Tem sido demonstrado que a vacina para a Doença de Marek apenas previne o surgimento dos tumores e da paralisia. Porém, não previne que as aves se tornem infectadas com o vírus. Por isso, é de grande importância manter medidas de higienização e bom manejo para evitar a exposição precoce das aves jovens.  Todas as aves, frangos, matrizes e poedeiras são vacinadas uma única vez nos 18º/19º dias de vida embrionária ou ao nascimento. As vacinas mais usadas são HVT, Rispens e SB1.


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EDMILSON FREITAS Autor

Médico veterinário e assessor técnico avicultura Paraná da Vaxxinova

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