Com o aumento da demanda por proteínas animais, os ovos se tornaram um produto de referência. Eles são uma fonte de proteína de alta qualidade, relativamente acessível, fácil de cozinhar e consumir. Por esses e outros motivos, os ovos são um dos mercados de proteínas que mais crescem no mundo.

Nos sistemas de produção modernos, a lucratividade está intimamente ligada ao uso eficiente dos recursos naturais. Ao longo dos anos, as poedeiras foram selecionadas por sua capacidade de botar ovos, idealmente um por dia. Para conseguir isso, muitas variáveis estão em jogo, como estado fisiológico, estresse por calor, problemas de saúde e nutrição.

Condições abaixo do ideal não apenas afetam negativamente o desempenho das aves, mas também aumentam os impactos ambientais. Daí a necessidade de uma alimentação precisa e de suplementar as aves de acordo com suas necessidades ao longo do ciclo de postura. A micronutrição e, especialmente, os oligoelementos são uma parte essencial disso. O uso de uma fonte mineral otimizada pode melhorar o desempenho e evitar o excesso de produção mineral.

Seria tentador presumir que o aumento da exigência herdada através dos anos de seleção levaria ao aumento dos níveis de suplementação. No entanto, essa estratégia não é recomendada por vários motivos. Por um lado, podem ocorrer interações negativas entre os minerais, e a baixa biodisponibilidade resultante dessas relações antagônicas recomenda respeitar solicitação de níveis necessários.

Por outro lado, o conceito “menos é mais” se aplica a muitos nutrientes, pois a eficácia de retenção aumenta com a diminuição da disponibilidade para prevenir deficiências.

Muitos produtores em sua prática diária utilizam fontes minerais comoditizadas e baratas, como sulfatos e óxidos. Devido à sua baixa biodisponibilidade, muitas vezes são superabastecidos para garantir as necessidades do animal. Portanto, o caminho a seguir para atender aos requisitos de nutrientes e apoiar de forma sustentável as galinhas poedeiras é usar mais fontes biodisponíveis.

Minerais orgânicos à base de glicina, com estrutura química e qualidade comprovadas, demonstraram ser uma fonte de minerais altamente biodisponíveis. Devido à absorção superior desses chamados ‘glicinatos’, agora é possível reduzir a dose de inclusão de minerais enquanto ainda atende às necessidades dos animais e melhora o desempenho.

Foi demonstrado que as poedeiras suplementadas com meia dose de glicinato apresentaram desempenho de postura significativamente melhor e menos ovos quebrados em comparação com a dose correspondente de 100% de minerais inorgânicos. Ainda com uma redução de dose de 75%, o glicinato apresentou uma redução significativa na taxa de ovos quebrados.

Os glicinatos oferecem oportunidades na estratégia nutricional, mas também no gerenciamento de nutrientes. Devido à sua alta biodisponibilidade, os nutrientes são melhor retidos e a dose final pode ser reduzida. Consequentemente, a menor suplementação também significa menor excreção de minerais, minimizando o impacto ambiental causada pela avicultura de postura.

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(Artigo publicado originalmente na revista A Hora do Ovo Ed. 116 web. Confira, também no link: A HORA DO OVO 116 )