A betaína como alternativa importante para as poedeiras
A betaína ajuda na redução do custo de formulação, permite maior desempenho de postura, menos problemas com fígados gordurosos e redução na umidade da cama e excretas, reduzindo os ovos sujos e lesões nas patas.
Na nutrição de frangos de corte e de poedeiras, a colina e a metionina podem ser substituídos pela betaína. A suplementação de betaína promove custos de alimentação reduzidos, melhor desempenho e conversão alimentar. Benefícios adicionais são encontrados no rendimento de carcaça no abate (maior rendimento de peito e menos gordura abdominal), prevenindo o estresse calórico e promovendo melhor resistência à coccidiose.
Em galinhas poedeiras, a substituição de colina e metionina também é recomendada. Além da redução do custo de formulação, outros parâmetros de interesse são: maior desempenho de postura, menos problemas com fígados gordurosos e redução na umidade da cama e excretas. Esse último pode desempenhar papel importante na prevenção de ovos sujos e lesões nas patas.
Um ponto de interesse específico é prevenir os desafios do estresse térmico.
DESEMPENHO PRODUTIVO DE POEDEIRAS
A adição de betaína promove resultados positivos na produção e nos parâmetros de desempenho em muitas espécies animais. Na postura, um estudo de dose-resposta foi promissor.
Aumentando a suplementação de betaína em níveis de 600 ou 800 g/t melhora significativamente a porcentagem de taxa de postura e a conversão alimentar. A 400 ppm melhorias numéricas foram atingidas (Tabela 1).
Respostas semelhantes foram relatadas por outros grupos de pesquisa, sobre porcentagem de postura e melhor massa diária de ovo.
A substituição de metionina/colina na nutrição animal torna-se mais comum, a implementação de uma estratégia de substituição para todo o cloreto de colina e parcialmente da metionina por betaína. Esse conceito leva ao menor custo de formulação, mantendo o desempenho produtivo.
Sabe-se que a redução da metionina afeta o peso e a massa do ovo, como uma das principais funções da metionina é ser usada na síntese de proteínas, além de estar envolvida na síntese de fosfolipídios, afetando a formação da gema.
Suplementação com betaína compensa a redução parcial de metionina e remoção total do cloreto de colina. Isso pode ser explicado pelo fato de que a betaína tem a capacidade de doar grupos metil no mesmo nível que a metionina e sendo ainda mais eficaz do que o cloreto de colina.
Bendezu et al (2015) reduziram a metiona+cisteína (M+C) níveis em uma dieta de poedeiras com 20% e sem suplementação de cloreto de colina observaram uma redução no peso do ovo (2,85%) e massa de ovos (6,26%) quando comparada à dieta regular.
A suplementação de betaína anidra (750 g/t) ou betaína HCl (1000 g/t) na dieta reduzida de M+C melhorou o peso do ovo e massa de ovos. Ambas as fontes de betaína levam ao mesmo desempenho da dieta controle positivo.
Esses dados estão de acordo com outros estudos em aves e suínos. Dependendo da estratégia exata seguida e dos níveis de preços de colina, betaína e metionina, o cálculo econômico pode diferir, mas em geral um retorno sobre o investimento de 1:2 ou superior pode ser esperado, levando a reduções significativas de preço e custos de formulação.
Substituição de todo o cloreto de colina e substituição parcial de, no máximo, 10% do total de metionina parece ser uma estratégia viável e econômica.
CALCIFICAÇÃO DA CASCA DO OVO
Não deve ser negligenciada a qualidade da suplementação proteica da dieta, que deve conter aminoácidos essenciais bem equilibrados, em particular metionina, para a síntese de proteínas que formam a base de apoio da estrutura da casca do ovo.
Embora contribua com menos de 1% do peso da casca do ovo, o componente proteico tem um papel muito importante, papel na calcificação da casca, participando do núcleo de suporte e na modelagem da estrutura calcária.
Substituir 567 g/t de metionina por 454 g/t de betaína é promissor não apenas atuando como doador do grupo metil, mas também por melhorar o balanço osmótico e a tolerância iônica das membranas, intestinos, fígado e rins.
DESAFIO POR ESTRESSE TÉRMICO
O estresse térmico influencia negativamente no consumo de ração, no desempenho zootécnico e nos índices de postura, diminuindo o bem-estar das aves. O estresse térmico também influenciará negativamente no processo de ovulação, formação do ovo e oviposição.
Attia et al (2016) estudaram o efeito do estresse térmico. Elas observaram diminuição do peso corporal (2,5%), taxa de postura (11%), massa de ovos (12,8%), consumo de ração (5,9%) e TCA (8,6%) para poedeiras criadas sob estresse térmico e sem betaína.
Os mesmos autores também observaram que a suplementação de 10.000 g/t de betaína em situações de estresse térmico recuperou os índices corporais, taxa de postura, peso do ovo e massa do ovo sem diferenças comparado às poedeiras criadas na temperatura ideal. A taxa de sobrevivência das poedeiras melhorou, embora apenas numericamente (Figuras 2, 3, 4 e 5).
PRÓXIMOS PASSOS NA NUTRIÇÃO DE POEDEIRAS
Outra característica importante da suplementação de betaína em aves e suínos é a capacidade lipogênica, responsável pela redução da gordura abdominal e prevenção do acúmulo de gordura no fígado. O acúmulo excessivo de gordura por parte das aves é um problema mundial que causa a síndrome do fígado gorduroso, menor produção e qualidade de ovos.
A carnitina é um cofator para a transformação de ácidos graxos em acilcarnitinas e o transporte de ácidos graxos na matriz mitocondrial, onde são usados para produção de energia.
Para a síntese de carnitina, grupos metil são necessários. Como tal, adicionar betaína à dieta aumenta os níveis de carnitina em circulação e previne problemas de fígado gorduroso. Uma enzima crucial, a betaína aldeído desidrogenase, é responsável pela síntese de betaína a partir de colina, bem como também é responsável pela síntese de carnitina a partir da lisina.
Estudos sugerem que a enzima tem preferência pela conversão colina-betaína. Devido à competição pela betaína aldeído desidrogenase, a suplementação de colina diminui a síntese de carnitina; portanto, é de maior benefício para as aves a suplementação com betaína em vez de seu precursor, a colina. Suplementação de betaína aumenta a atividade da lipase e proporciona a diminuição da concentração de triglicerídeos e colesterol.
FUNCIONALIDADE DE OSMÓLITO
Outro ponto de interesse é a capacidade de atuação da betaína como um osmólito.
A substituição da metionina por betaína também promove níveis mais baixos de umidade nas excretas. Tanto em dietas com alta concentração de metionina, quanto em dietas com níveis mais modestos de metionina, a betaína reduz o conteúdo de água nas fezes na ordem de 39% e 26%, respectivamente. Com isso, espera-se reduzir problemas de ovos sujos.
O uso de betaína auxilia o desempenho animal, e o melhor resultado zootécnico garante o retorno dos investimentos.
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LUIZ GUSTAVO ROMBOLA Autor
Zootecnista e gerente Técnico Internacional da Orffa do Brasil
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