Onda de calor provoca queda de 10% na produção de ovos em Bastos
Calor extremo, típico do verão em plena primavera, provoca mortalidade no plantel; além de comerem menos, as aves também produzem ovos menores.
Não chega a ser novidade a mortalidade de aves com o calor extremo. Os avicultores de Bastos convivem com essa realidade não é de hoje. A diferença, este ano, é que as altas temperaturas típicas da região Oeste do Estado de São Paulo chegaram mais cedo, castigando a avicultura local sem aviso prévio. As informações do Sindicato Rural de Bastos demonstram que a queda na produção de ovos, por causa do calor, chegou a 10%.
A maior onda foi registrada entre o final de outubro e o início de novembro, quando os termômetros da cidade registraram 40 graus. Houve períodos mais amenos depois disso, o que não significa nenhuma garantia de que o verão não vá chegar com tudo este ano, interferindo sensivelmente na produção de ovos da Capital Nacional do Ovo. Segundo avaliação de Yasuhiko Yamanaka, diretor-executivo do Sindicato Rural de Bastos, estressadas com o forte calor, as aves demoram de uma semana a 10 dias para voltar a se alimentar normalmente. “Isso causa não só a queda de produção como também a redução do tamanho dos ovos”, informou Yamanaka à imprensa local.
Estudos da Embrapa Suínos e Aves, em Santa Catarina, confirmam que durante os períodos quentes do ano a produtividade das aves é afetada e a taxa de mortalidade é consideravelmente alta. “Quando a temperatura ambiente atinge valores elevados de 36º C a 40º C é possível de ocorrer morte total das aves”, informam Paulo Giovanni de Abreu e Valéria Maria Nascimento Abreu, em seu estudo Estresse calórico – como ocorre e o que fazer?
Os pesquisadores da Embrapa ressaltam que o avicultor deve estar preparado para agir nessas ocasiões. “Devem estar atentos às informações climáticas para atuarem antes de ocorrer o estresse das aves. Assim, devem retirar a alimentação nos horários mais quentes e fornecer a alimentação no período mais fresco; fazer o flushing dos bebedouros para renovação da água; quando possível, adicionar gelo na caixa d’água. Em aviários climatizados é permitido também o abaixamento das cortinas.”
Outra medida que deve ser levada em conta, nesse período de alto calor, segundo os pesquisadores, é estar atento para a densidade das aves, ou seja, o número de aves por gaiola. Ela deve ser mais baixa no verão do que no inverno. “A densidade de criação de aves deve ser compatível com o nível de tecnificação do aviário”, diz o estudo. Tendo em conta que essas são medidas paliativas, o estudo indica o planejamento como melhor forma de evitar estresses futuros. Esse planejamento deve ser feito na implantação do aviário, tendo como referências a localização dos aviários, a referência da posição do sol e os materiais utilizados na sua construção, como o telhado e os beirais, por exemplo.