Mortalidade das aves devido ao calor ajuda a elevar preço do ovo

Mortalidade das aves devido ao calor ajuda a elevar preço do ovo

Descarte das aves velhas também ajudou; longe do ideal, preço do ovo pode ter dias melhores no futuro breve.

POLOS DO OVO

January 21, 2015

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Ovo: preço mais alto nos últimos dias

A mortalidade de poedeiras devido ao intenso calor na região de Bastos (SP), principal região produtora de ovos do Brasil, é um dos fatores que levaram ao aumento do preço dos ovos nesta semana. A informação foi obtida pelo site A Hora do Ovo nesta terça-feira, dia 20, por fontes do setor na Capital do Ovo. A mortalidade está na ordem de, pelo menos, 5% das aves alojadas na região, variando o índice em cada granja, pois as que contam com sistemas de climatização têm perdas menores. Já as granjas que possuem aviários mais antigos, sem qualquer tipo de climatização, acabam registrando mortalidade bem mais acentuada.

Além de levar à mortalidade de milhares de aves, o calor intenso também induz à redução na produção de ovos devido ao stress calórico do plantel. A temperaturas de pico deste verão tem girado entre 36° C e 40° C no Oeste Paulista, com sensação térmica bem superior devido a poucos ventos, como é comum na região da Capital do Ovo. As aves poedeiras se ressentem especialmente porque sua temperatura corporal é superior à dos humanos. Assim, sob forte stress calórico, a ave come menos ração e tem sua produtividade seriamente afetada.

Além da redução na produção, outros dois fatores ajudaram a elevação do preço do ovo, ainda que com menor ênfase. O primeiro é o reflexo do intenso descarte, nos primeiros dias do ano, de poedeiras mais velhas (que o mercado de Bastos chama de haikê, nome em japonês para esse tipo de ave); e o segundo é que o pico das férias do verão já passou e as famílias começam a retornar ao ritmo normal de atividades e de refeições em casa.

Informações do Sindicato Rural de Bastos apontavam o preço do ovo extra branco no dia 21 de janeiro para retirar em Bastos (preço Fob) em R$53,00 a caixa de 30 dúzias. Uma valorização de 32,5% em relação ao preocupante preço registrado no dia 10 de janeiro, quando o valor de venda estava em R$40,00. A entidade fornece preços apenas de ovos a retirar.

Francisco Oura, da Cooperativa Avícola de Bastos, experiente homem de vendas, informou que o preço do ovo extra branco posto em São Paulo (preço CIF) abriu a semana a R$57,80; e posto no Rio de Janeiro, a R$59,40. Ele acredita que no momento não deve haver descarte de aves, pois além do volume de descarte ter sido alto recentemente, agora o produtor deve preferir contar com um maior volume de ovos tipo extra grande e jumbo, normalmente posto por esse tipo de poedeira. É que continua grande o volume de ovos pequenos no mercado, devido ao stress das aves e também em razão do alto volume de ovos de poedeiras em início de postura.

O Cepea, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP, divulgou boletim nesta segunda-feira, dia 19, confirmando que “os preços pararam de cair tão acentuadamente como nas semanas anteriores”. De acordo com o último boletim de preços divulgado pelo Cepea, a média de preço do ovo extra branco praticado entre 12 a 16 de janeiro fechou em R$42,02 a retirar em Bastos e a R$ 47,23 posto na Grande São Paulo. Assim, em relação aos preços levantados na quarta-feira, dia 21 de janeiro, pela A Hora do Ovo, a caixa de 30 dúzias de ovos extra branco abriu esta terceira semana de janeiro com alta de 26%. Muito longe do ideal, porém assinalando dias melhores no futuro breve. É que no começo de fevereiro as escolas públicas iniciam o ano letivo e, com isso, há aumento do consumo de ovos devido à volta da merenda escolar.

(A Hora do Ovo)

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