Avicultores realizam reunião histórica na Capital do Ovo, em julho
Encontro reuniu representantes de quase todos os polos produtores do país; na pauta, a importância do apoio ao Instituto Ovos Brasil.
Reunião de avicultores: pouco antes da Festa do Ovo 2014, produtores debateram o setor, em Bastos (SP) |
A avicultura de Bastos(SP) teve um momento muito especial no dia 17 de julho, véspera da abertura oficial de sua 55ª Festa da Ovo. Nesse dia, estiveram reunidos na cidade alguns dos mais expressivos nomes da avicultura de postura brasileira, em reunião informal com membros do Conselho do Instituto Ovos Brasil (IOB) e com Ricardo Santin, vice-presidente de Aves da ABPA, a Associação Brasileira de Proteína Animal, e presidente do Conselho do Instituto Ovos Brasil.
Estavam presentes à reunião, realizada no auditório da Associação Comercial e Industrial de Bastos, a Acib, avicultores como Leandro Pinto, do Aviário Mantiqueira (MG e MT), Ademar Kerckhoff, da Kerovos Alimentos (ES), Edival Veras, da Granja Canaã (PE), Airton Carneiro Junior, da Avine (CE), Altino Loyola, da Granja Loyola (GO), Francisco Helder Peixoto, da Fazenda São Pedro (AM), Volkmar Berger, da Granja Santa Maria (ES) e Victor Bertol, da Ovos Cantu (PR), além de dezenas de outros produtores de vários estados do Brasil. De Bastos, estavam presentes alguns dos grande nomes da Capital do Ovo e com expressão nacional, como Noboru Yabuta, Lauro Morishita, Fabio Yabuta, Cássio Yorozuya, Inacio Shida, Paulo Ueyama, Leonardo Yoshikawa, além de Wagner Mizohata, que como já fez parte do Conselho do Instituto Ovos Brasil e ajudou a recepcionar o grupo de avicultores.
Ricardo Santin (ABPA), Leandro Pinto (MG), Altino Loyola (GO), Volkmar Berger (ES) e Nelio Hand (Aves): união para crescer |
O ponto central do debate entre os produtores e o representantes da ABPA e Ovos Brasil foi a importância dos avicultores retomarem as contribuições para o IOB, para que o instituto possa dar continuidade ao trabalho que vem desenvolvendo para apoiar as divulgações sobre os benefícios do consumo do ovo. Segundo o que foi discutido no encontro, tem diminuído o número de produtores que mantêm a prática de doar 1 centavo por pintainha alojada, que é a fonte de recursos para o trabalho da entidade. O IOB, inclusive, está deficitário atualmente, de acordo com dados apresentados na reunião.
Edival Veras, que é conselheiro do IOB e presidente da Avipe, a Associação dos Avicultores de Pernambuco, afirmou que cem por cento dos produtores de ovos de seu Estado colaboram com a entidade, e que se todos os estados brasileiros seguissem o exemplo de Pernambuco, haveria recursos disponíveis para realizar um trabalho ainda melhor do que tem sido feito, e que já ajudou a elevar o consumo do ovo no Brasil. E conclamou: “Bastos, como o município com a maior produção de ovos do Brasil, pode estar conosco, liderando esse movimento”. E afirmou ainda: “Nunca teremos unanimidade, mas podemos ter uma maioria expressiva trabalhando junto por nossa atividade”.
Ricardo Santin expôs aos presentes um panorama do crescimento da produção de ovos no Brasil, que foi da ordem de 7,3% em 2012 e de 7,2% em 2013, com previsão de mais ampliação em 2014 em mais 7%. Tudo isso dentro de um cenário de retração na exportação de ovos. Segundo ele, a exportação de ovos caiu 25% e a receita do que foi exportado caiu 40% devido a variados fatores do mercado internacional. “Não temos cultura exportadora no segmento de ovos, mas temos que repensar isso”, alertou Santin, argumentando que a exportação de ovos é um caminho para ampliar o mercado dos produtores, além do aumento do consumo interno do produto.
Altino Loyola, representante de Goiás no Instituto Ovos Brasil, fez um chamamento ao produtores presentes para que participem do trabalho que a ABPA faz para a avicultura e que não deixem de apoiar com recursos os trabalhos do IOB: “Podemos chegar a 250 ovos per capita no Brasil [atualmente são 168 ovos per capita no país], mas para isso temos que investir, colocar a mão no bolso. E saber que é preciso tempo e dinheiro para o resultado vir. Não será do dia para a noite, mas com planejamento e atitude, que poderemos melhorar muito nossa atividade. Temos que querer e agir”.
Wagner Mizohata, de Bastos (SP): IOB não se restringe apenas ao marketing |
Ao final, o avicutor bastense Wagner Mizohata agradeceu a todos os produtores por terem ido a Bastos prestigiar a Festa do Ovo 2014, e disse acreditar que o trabalho do Instituto Ovos Brasil não se resume apenas ao marketing do ovo, mas também ao atendimento de questões políticas e técnicas muito importantes, como foi por ocasião do processo de convencimento do Ministério da Agricultura de que a telagem dos aviários de postura era inviável. “Foi com o Ovos Brasil que pudemos contar naquela ocasião”, destacou Wagner, comprometendo-se em comunicar aos demais produtores bastenses que não estavam presentes as ideias discutidas naquela reunião histórica realizada na Capital do Ovo.