O homem que pedala na descida

O homem que pedala na descida

Foi assim que Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, definiu o empresário e amigo Roberto Kaefer, diretor da Globoaves e da Novogen, sócio do Grupo Grimaud.

Ovonews

novembro 28, 2013

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Roberto Kaefer: disposição para crescer

Chamá-lo de um “homem que pedala na descida” foi a melhor maneira que Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, encontrou para definir o empresário paranaense Roberto Kaefer. “Ele não para”, avalia o amigo de longa data. Falando sobre o panorama do mercado de grãos, na semana passada, durante o Encontro Novogen 2013 (veja como foi o evento clicando aqui Encontro Novogen 2013.), Grolli justificou a definição comparando o empresário ao avicultor brasileiro: com a instabilidade, é preciso enfrentar os maus momentos, o que significa se preparar nos bons momentos,  ou seja, pedalar na descida. 

“Quem é que vocês conhecem que pedala na descida?”, perguntou Grolli à plateia, e ele mesmo respondeu: “Roberto Kaefer pedala”. 

Na mesa, com outros diretores da Globoaves e com o filho Daniel – que já trabalha na empresa, em Cascavel (PR) -, Kaefer sorriu, fazendo coro à plateia composta de 150 avicultores e técnicos de diversas regiões do Brasil. Eles foram convidados pela Novogen para participar de um evento que durou toda a tarde da quinta-feira, dia 21 de novembro, em Campinas (SP), ocasião em que a empresa mostrou seu investimento em genética e as chances que o produtor de ovos tem para crescer em parceria.

Quem conhece Kaefer sabe de sua disposição para enfrentar desafios. E se eles não existem, ele mesmo os cria, como fez lá atrás, na década de 1980, ao fundar a Globoaves. “Participei desde o primeiro prego”, costuma dizer o empresário, que apostou na própria visão futurista de um mercado de frango que só viria a existir com força e densidade muitos anos depois. Ele se preparou para o que já antevia. Forte no setor de frango, a Globoaves se tornou mais que um nome, ganhando confiança no mercado e imprimindo uma marca de investimentos em diversas áreas do setor de produção animal.

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Kaefer com Olivier Behaghel: parceria forte

Nos anos que se seguiram, investiu firme na produção de pintainhas de um dia, apostando também que a genética seria o caminho certo para o futuro da postura comercial. Homem direto, sem meias palavras, Kaefer tornou-se sócio do Grupo Grimaud, companhia francesa que adquiriu a Hubbard e que lançou no mercado brasileiro as aves Novogen, que já faziam sucesso em diversas regiões do mundo. Na Europa, hoje, a marca fica com cerca de 25% do mercado, enquanto registra entre 10 e 12% da fatia do setor em nível mundial.

Foi em 2010 que a então nova empreitada de Roberto Kaefer ganhou mais um desafio: o lançamento da Novogen no Brasil. E foi na Festa do Ovo de Bastos, no Oeste Paulista, que o empresário e sua equipe apresentaram as linhagens Novogen Brown e Novogen White, as duas aves que logo foram adotadas por diversos avicultores da região da Capital do Ovo. Um ano depois, exatamente na edição 2011 da mesma Festa do Ovo, as aves Novogen mostraram a que vinham. Juntas, elas arremataram três posições no ranking do disputado Concurso de Qualidade de Ovos promovido pelos avicultores da Capital Nacional do Ovo. Entre as conquistas, o campeonato em ovos vermelhos, conquistado pela Granja Katsuhide Maki, o 5º lugar em ovos vermelhos, podium da Granja Yajima, e o 6º lugar em ovos brancos da Granja Hirai.

Em 2012, mais destaques. A Novogen ficou com o cobiçado primeiro lugar em ovos brancos, conquistado pela Granja Ono. E ainda, o 2º, o 3º e o 6º lugares na categoria ovos vermelhos do tradicional Concurso de Bastos. 

Em 2013, o ovo campeão no Concurso de Qualidade mais uma vez foi o da Novogen, dessa vez na categoria Ovos Vermelhos, com a granja de Marcelo Maki. A linhagem ainda levou o sexto lugar na mesma categoria, com os ovos da Granja Katsuhide Maki. Esses avicultores foram homenageados durante o evento da Novogen, em Campinas (Veja na reportagem Avicultores bastenses recebem homenagem da Novogen“Estamos juntos nessa nova ideia”, diz Roberto Kaefer, se referindo à empreitada que ele propôs ao setor de postura em 2010 e que conquistou avicultores de diversas regiões do país. Muitos deles estavam ali, no Nacional Inn, hotel que sediou o Encontro da Novogen e que ficou recheado de profissionais da avicultura para ouvir as palavras dos sete palestrantes integrados à programação. Duas horas antes do início das palestras, no auditório ainda sendo preparado para o evento, ladeado pelo francês Olivier Behaghel, diretor de negócios da Novogen, o empresário Roberto Kaefer comentou com a Hora do Ovo que não há exageros nas perspectivas de crescimento da empresa. O desafio é crescer 20% nos próximos dois anos, num mercado do qual a Novogen detém hoje 10%. Há no país, atualmente, segundo dados oficiais, 85.587.540 aves em produção, 8 milhões de pintainhas alojadas. O volume de produção da empresa está em torno de 800 mil pintainhas/mês. “No máximo, em dois anos, temos que dobrar isso”, sugeriu Kaefer, sem pestanejar.

Ele não gosta de exageros quando fala de estimativas. Prefere pisar em terreno seguro, o que comprova sua história de sucesso na avicultura brasileira. Os números, para Roberto Kaefer, devem ser reais, e as possibilidades, ainda mais palpáveis. “O importante, diz ele, “é quanto nós podemos crescer no mercado brasileiro continuamente, produzindo sempre. Dentro dessa realidade, ganhar 20% do mercado significa produzir 1 milhão e meio de pintainhas/mês”. É uma meta possível, arrisca, sem piscar.

É da sua genética - experimentada tantas vezes em diversos momentos do mercado brasileiro - entender como o mercado vai se mostrar. Ao mesmo tempo, diz ele, é preciso saber o que apresentar ao mercado. Não adianta uma via de mão única. “Você precisa ter algo diferenciado para mostrar ao mercado. Nós temos uma forma diferente de trabalhar, temos um jeito diferente de chegar no cliente, baseados na credibilidade. Porque tem o dono aqui perto, o cliente enxerga quem é o dono da empresa. É uma empresa que tem um sistema de lidar com o cliente mais familiar, mais próximo. Isso dá uma diferença”, acredita Kaefer.

E como tem lastro e tem história, a Globoaves, e agora a Novoagen, têm o que mostrar ao avicultor, avalia o empresário. “O avicultor olha para nós e enxerga uma história por trás. A Globoaves tem uma história de vida no mercado brasileiro. E dentro disso, estamos garantindo que temos um produto de qualidade, com sanidade sine qua non. Porque em genética avícola o segredo é: a galinha tem que ser comprada. O avicultor experimenta; se ele começar a comprá-la é porque ela foi bem. Se você tiver que insistir na venda é porque o produto não está legal.”

Enfim, Kaefer é categórico. Não tem segredo; o negócio é ser competente, ficar de pé durante uma crise, continuar seu negócio, “e isso só é possível se houver fornecedores e clientes acreditando no seu trabalho”, indica o empresário. “Temos muito orgulho de ter criado a Globoaves, de continuar com a Novoagen, e eu, como dono, me sinto muito satisfeito de poder mostrar um pouco mais dessa nova genética que está no mundo.”

O mesmo homem que pedala na descida, caminha com os pés no chão. A genética da Novogen integra notas de comportamento e ambiência dentro das várias condições do imenso espaço geográfico e das características peculiares da avicultura de postura brasileira. Roberto Kaefer, por sua vez, tem uma legião de parceiros que vem acreditando na sua mais recente proposta para a postura: as aves da Novogen. Com elas – e com tantas outras oportunidades que ele logo enxergará para investir nos próximos anos – não há mesmo motivo para parar de pedalar.

(Teresa Godoy – A HORA DO OVO)

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