Equipe Novogen, liderada pelo empresário Roberto Kaefer, recepcionou avicultores e técnicos com otimismo

Um clima de otimismo e boas perspectivas marcou o Encontro Novogen 2013, evento promovido no último dia 21 de novembro, quinta-feira, na cidade de Campinas, a 100 km da capital São Paulo. As caravanas de avicultores oriundas de diversas regiões do país e produtores de ovos da Argentina, Uruguai, Bolívia e Chile foram recepcionadas pela equipe Novogen, tendo no comando o empresário Roberto Kaefer, diretor da Globoaves, proprietária da marca no Brasil. Ao lado dos avicultores de postura que chegavam ao Hotel Nacional Inn, sede do evento, somaram-se técnicos avícolas, médicos veterinários e zootecnistas, uma plateia de cerca de 150 pessoas que durante toda a tarde acompanhou a série de 7 palestras cujo “cardápio” foi a genética Novogen e o mercado de postura no Brasil.

Esse foi o primeiro evento oficial promovido pela Novogen desde que a empresa lançou no Brasil, durante a Festa do Ovo 2010, as linhagens Novogen Brown e Novogen White. A genética Novogen compõe o quadro de empresas do Grupo Grimaud, da França, dona também da marca Hubbard.

Presente há três anos nas granjas brasileiras com sucesso inegável em campo, as aves Novogen White e Novogen Brown estiveram em pauta por uma tarde inteira de discussões no Encontro que reuniu também nomes importantes da matriz francesa, como Mickael Le Helloco - gerente geral da Novogen no mundo - e Olivier Behaghel, diretor de negócios da empresa. O anfitrião no Brasil, o empresário paranaense Roberto Kaefer, proprietário da Globoaves e também sócio do Grupo Grimaud na empresa Novogen abriu o evento com sua natural disposição, falando sobre o mercado de postura atual. Foi o dinamismo da palavra de Roberto Kaefer, aliás, que puxou o fio da meada das outras seis palestras que passearam pelo mercado de grãos, pela genética e nutrição das aves Novogen, pela sanidade e pelos detalhes do grupo que hoje detém 10% do mercado de postura no mundo com as aves Novogen, e 25% do mercado europeu, com as aves que estão conquistando avicultores brasileiros desde 2010.

Parceiro nessa empreitada desafiante, o empresário Roberto Kaefer (em perfil neste site, no link O homem que pedala na descida) expôs alguns números importantes da atualidade da postura comercial, mas antes apresentou a solidez do grupo do qual é presidente, a Globoaves. A empresa localizada em Cascavel, no Oeste Paranaense, tem hoje muitos investimentos em genética de poedeiras, frangos, aves coloniais, suínos, investe em biotecnologia, além de outros negócios correlatos. Após agradecer o apoio que a Globoaves recebeu de seus clientes na crise com o frango, em 2012, Kaefer demonstrou, através de números, o quanto a avicultura de postura comercial tem crescido nos últimos anos no Brasil. “Em 2011, o alojamento de pintainhas havia crescido 2% em relação ao ano anterior, mas em 2012 o aumento foi muito superior, chegando a 8%. Quanto teremos de elevação quando fecharmos 2013? Há quem fale em 6%, mas vamos aguardar”, propôs o empresário.

Apostando no crescimento, mas ao mesmo tempo sabendo o quanto é importante crescer com responsabilidade e estratégia, Kaefer instigou os produtores presentes ao aconselhar um olhar atento e uma pesquisa acurada antes de decidir pela ampliação de seus alojamentos. “Quanto de produção de ovos o mercado brasileiro tem condições de absorver? É preciso pensar nisso”, alertou, ressaltando que há muito a fazer ainda para ampliar o consumo de ovos no Brasil, além de estimular a exportação.  

O palestrante apresentou, também, números da Ubabef que apontam o plantel brasileiro de poedeiras em 2012 em pouco mais que 85,5 milhões. “Dessas, 30,85% estão em São Paulo, seguido por Minas Gerais (14,68%), Mato Grosso (7,96%), Rio Grande do Sul (7,2%) e Pernambuco (7,16%)”, enumerou.

Dilvo Grolli, da Coopavel: cenário favorável

Cenário favorável

O segundo posto na tarde de palestras da Novogen, em Campinas, foi assumido por Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, de Cascavel (PR), uma das mais bem-sucedidas e respeitadas cooperativas agropecuárias do país. Experiente com o vai-e-vem das commodites brasileiras, Grolli é conhecido por seu feeling aguçado para analisar o desdobramento do mercado de grãos. E foi esse justamente o tema de sua palestra.

Otimista, o presidente da Coopavel apresentou um cenário bem favorável aos produtores que dependem da soja e do milho para formular a ração de suas aves. Segundo dados apresentados por ele, de 2011 para 2013 o Brasil cresceu na ordem de 46 bilhões de toneladas de grãos. “Só nos últimos três anos a produção de grãos aumentou em 10%. De acordo com a Conab, nos últimos 22 anos nossa produção cresceu 240%”, exultou Grolli, para logo fazer a crítica: nesse mesmo período, a infraestrutura necessária para escoar essa mesma produção cresceu muito abaixo da pujança da agropecuária nacional. 

De acordo com o experiente executivo do agronegócio, os avicultores - e mesmo os suinocultores - não devem se preocupar com a quantidade de milho que tem sido exportado nos últimos anos. “Produzimos hoje mais grãos do que consumimos e o estoque do grão no Brasil está em expansão”. Para ele, faz parte do sucesso no negócio “aceitar a realidade mesmo quando ela não está a nosso favor”. E, então, anunciou, com a segurança de quem fala a língua do mercado de grãos: o preço do milho vai subir no próximo ano, já que está com uma defasagem que precisa ser corrigida. O grão deve subir em torno de 15%, em 2014, segundo sua análise. E também a soja pode aumentar de preço, já que a perspectiva da próxima safra é de redução no volume colhido. Mas em relação ao milho – tão necessário na avicultura - ressaltou, mais uma vez com segurança: “Não haverá escassez do grão”.

Joly, Valls e Martins: nutrição, manejo e sanidade devem andar juntos para a melhor performance das aves

A biossegurança foi o ponto alto da terceira palestra da tarde, brilhantemente conduzida pelo médico veterinário Paulo Cesar Martins, nome de grande destaque no cenário avícola. Ele falou sobre salomoneloses, tema que tem sido cada vez mais presente nas granjas brasileiras devido às atuais exigências de vacinação impostas pelo Ministério da Agricultura. Martins alertou, porém, que evitar ocorrências de salmoneloses nos aviários é um trabalho que começa muito antes da vacinação, com medidas rigorosas de biosseguridade para “diminuir o nível de desafio e aumentar a resistência e imunidade específica das aves”.

O médico veterinário da Lohmann Saúde Animal alertou que as medidas devem ser não só estruturais como conceituais e operacionais, e para sempre. “Todos os dias podemos fazer algo para diminuir os riscos sanitários em nossas granjas”, aconselhou, acrescentando que continuar agindo como se não fosse necessário preocupar-se com biosseguridade é muito arriscado. “Risco é também acreditar que não há risco”, enfatizou.

Le Helloco e Behaghel, da Novogen mundial:genética adaptada aos desafios globais

A genética Novogen

Mickael Le Helloco, gerente geral da Novogen, expôs aos avicultores e técnicos presentes que as linhagens Novogen foram criadas pelo Grupo Grimaud para oferecer ao mundo novas alternativas em genética de poedeiras. “O mercado necessitava de alternativas novas e competitivas. O mercado mundial de genética de poedeiras vinha crescendo de 2% a 3% ao ano, com fornecedores restritos. Vimos, então, a oportunidade de ingressar com um produto novo, muito bem estudado e aprimorado, que são as linhagens Novogen White e Novogen Brown. Elas foram lançadas em 2008 para o mundo (no Brasil chegaram em 2010), mas temos 20 anos de desenvolvimento de pesquisa e programa genético antes de chegarmos ao produto final que hoje oferecemos”, esclareceu.

O executivo francês destaca que essa genética foi desenvolvida para chegar a poedeiras de fácil adaptabilidade, bom perfil produtivo, com eficácia alimentar, viabilidade e qualidade de casca, características que a ave tem demonstrado em campo, seja no Brasil ou em outros países do mundo. “A Novogen que temos na França é a mesma que temos no Brasil ou em qualquer parte do mundo onde a ave chega”, fez questão de ressaltar Mickael.

Confirmando essa máxima da empresa, o médico veterinário Miguel Valls, que atende a Novogen em nível internacional, falou em sua palestra sobre o manejo que as aves desta genética necessitam no dia a dia nas granjas para dar o máximo de seu potencial produtivo. “Nossa filosofia é ter uma galinha mais fácil de manejar em campo”, explicou o médico veterinário, esmiuçando aos presentes fatores e procedimentos necessários para se obter o melhor da genética Novogen. Entre estes itens, destacou a importância de se maximizar o consumo de ração nas primeiras cinco semanas de vida da ave e, assim, desenvolver ao máximo o esqueleto da pintainha, obtendo uniformidade no lote. “O período da recria é o mais importante. Oitenta por cento do êxito na produção depende do manejo adequado nessa primeira etapa de vida da ave”.

E na fase entre 16 a 28 semanas, quando a ave atinge a maturidade sexual e inicia a postura, Miguel Valls alertou que, novamente, o produtor deve estimular a ave a consumir o máximo na alimentação. “É importante que, duas semanas antes das galinhas entrarem em postura, se utilize uma ração específica para reforçar o cálcio nos ossos das aves”, indicou.

A nutrição foi o ponto central da palestra do pesquisador francês Philippe Joly, consultor mundial da Novogen. Joly ressaltou que o zootecnista que atua na granja deve ater-se ao balanceamento da metionina e da metionina + cistina. “Se houver redução muito acentuada do oferecimento de metionina a ave vai pagar caro”, resume. Ele aconselha um acompanhamento rigoroso dos nutrientes oferecidos às poedeiras, já que as aves têm exigências nutricionais diárias que precisam ser supridas. “Não se deve diminuir o nível de aminoácidos na segunda fase de produção”, alertou também.

Quem encerrou a séria de palestras foi o também francês Olivier Behaghel, diretor de Negócios da Novogen, que falou sobre o Grupo Grimaud, detentor da genética Novogen. Ele explicou que se trata de um grupo familiar, com negócios desde 1968, todos direcionados à saúde e à alimentação animal. “Somos hoje uma empresa de genética multiespécies, com 15 centros de pesquisa na Europa, Estados Unidos e, agora, no Brasil, além da Ásia. “Somos a segunda empresa de seleção genética multiespécie no mundo e temos muito apreço peloss desafios”, disse, finalizando com uma excelente frase de Peter Drucker, ícone maior da administração moderna. “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”, numa clara referência à filosofia do Grupo Grimaud.

(Elenita Monteiro - A HORA DO OVO)