O IBGE divulgou e o jornal Valor Econômico repercutiu: a alta produção de ovos – considerada recorde - já está pressionando as margens de lucro do avicultor, por conta, principalmente, da derrubada dos preços.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, sinalizou na última quinta-feira, dia 11 de dezembro, que a produção de ovos comerciais atingiu o recorde de 720,036 milhões de dúzias no terceiro trimestre de 2014. O resultado representou aumento de 3,9% em relação a igual período de 2013 e avanço de 3% no comparativo com o período anterior, que incluiu os meses de abril a junho.

O volume é o maior desde 1987, quando o IBGE iniciou a pesquisa de produção de ovos. De lá para cá, o Brasil aumentou em duas vezes e meia a sua produção, informa o IBGE. Na análise do Instituto, “em termos de distribuição regional dos resultados do terceiro trimestre, o Sudeste deteve 48,9%, seguido pelas regiões Sul (22,1%), Nordeste (13,4%), Centro-Oeste (13,1%) e Norte (2,4%).

E por falar em Sudeste, o mercado de ovos do Estado de São Paulo sente a força dessa alta produção de ovos, pois, mesmo em um período de consumo mais aquecido, os preços dos ovos seguem em queda no mercado paulista. É o que apontou o boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Cepea, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

“Na última semana, a oferta foi superior à demanda, mesmo em início de mês, período em que o consumo tende a se aquecer com o pagamento dos salários”, informa o boletim do Cepea. Na primeira semana de dezembro, o preço médio dos ovos vermelhos na Região de Bastos (SP), maior polo produtor de ovos do país, recuou 3,92%, para R$ 48,94 a caixa.

O Cepea destaca, ainda, que nem mesmo o incremento das vendas típico das festas de fim de ano ajudou a elevar os preços, o que prejudica a rentabilidade dos avicultores; já há relatos de prejuízos. Nesse contexto, o Cepea informa que alguns produtores já estão descartando aves de postura, a fim de reduzir a oferta de ovos no início de 2015.

(A Hora do Ovo, com informações do jornal Valor Econômico e Cepea/Esalq-USP. Foto: Teresa Godoy)