Gravação ovo a ovo no Brasil sai da utopia e chega à realidade

Gravação ovo a ovo no Brasil sai da utopia e chega à realidade

Granjas paulistas começam a investir numa tecnologia comum na Europa: a identificação dos ovos com gravação em tinta comestível para conferir rastreabilidade e garantia de origem.

Ovonews

April 05, 2018

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Ovos com identificação da Granja São José: vantagens

Entre tantas mudanças na produção de ovos no Brasil, uma delas é o interesse de granjas em investir na identificação da origem dos ovos através de impressão na casca. A impressão é feita com tinta comestível liberada pelo Ministério da Agricultura e no ovo pode constar o nome da granja, o lote de aves que o gerou, a data de postura, outras informações que interessarem à granja e até mesmo sua logomarca. São dados que garantem ao consumidor a origem do ovo e, ao produtor, a segurança em caso de recall.

Assim, a granja que opta pela identificação ovo a ovo fica preservada de possíveis reclamações em cargas de ovos com problemas, já que não será mais possível ter seu produto utilizado indevidamente com troca de embalagens, por exemplo. Essa é uma vantagem que pode compensar muito para as granjas, principalmente aquelas que trabalham focadas em qualidade de ovos.

O fator segurança e a diferenciação que a "assinatura" leva ao consumidor motivaram a Granja Amano, do produtor Jorge Iwayama, de Bastos (SP), a investir no equipamento Videojet com impressão com jato de tinta comestível. Ele conta que decidiu pelo investimento no início deste ano, depois de ver o sistema Videojet funcionando muito bem na Granja São José, do produtor José Tolero Moral, de Palmital (SP), que há pouco mais de um ano passou a fazer a rastreabilidade de seus ovos com marcação na casca. Ao saber da experiência positiva da Granja São José, Jorge Iwayama procurou a Videojet para estudar a implantação do sistema na Granja Amano e, depois de checar a viabilidade, também optou por essa melhoria. Isso surpreendeu o mercado. A granja passou a ser a primeira a fazer a gravação ovo a ovo no mais tradicional núcleo de produção do Brasil, o forte e conservador núcleo produtivo de Bastos.

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Jorge Iwayama e a nutricionista Lisane Garcia, que auxilia
na área de qualidade da granja: segurança para todos

Esses dois produtores paulistas optaram por fazer a gravação a jato de tinta também nas caixas de ovos, onde podem gravar ainda mais informações, além do nome da granja, lote de origem, data de postura e data de validade. De acordo com Jorge Iwayama, a gravação na caixa amplia ainda mais a segurança em caso de recall. “As informações impressas no ovo e nas embalagens da Granja Amano indicam que o produto pode ser rastreado e, portanto, tem segurança por trás de sua produção. Quem compra nosso produto tem a certeza de onde vem o ovo, quando ele foi produzido e de qual lote da granja o ovo é procedente. Essa rastreabilidade resulta em segurança para quem compra e segurança para quem vende nosso produto."

Victor Moleiro Toral, que atua com o pai na Granja São José, em Palmital, conta que o processo de gravação em ovo aconteceu com uma oferta da Videojet para testar a máquina por alguns meses em outubro de 2015. Inicialmente eles programaram a máquina para só gravar o nome da granja por extenso, sem maior preocupação em rastreabilidade. Mesmo assim, os compradores – e principalmente – o consumidor sentiu o diferencial de ter a garantia de origem do produto.

“Como era apenas um teste, quando a Videojet levou a máquina embora e nosso ovo entrou no mercado sem a gravação, houve reclamações. Inclusive uma nutricionista de uma padaria de um grande supermercado que atendemos disse que somente voltaria a comprar se o ovo da São José voltasse a ter identificação de origem. Aí percebemos que o investimento na gravação ovo a ovo era compensador e compramos uma máquina da marca, já mais moderna, em 2016. Passamos a fazer a gravação com as iniciais da granja, o número do lote de aves e a data juliana, que é um controle interno que temos para saber a data de classificação do ovo”, conta Victor, que se disse muito satisfeito com a inovação.

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Jose e Victor Toral: fidelizando clientes no mercado

“Como trabalhamos 90% com venda no varejo, foi fácil perceber que a rastreabilidade do ovo fideliza ainda mais nossos clientes, que agora têm a certeza que estão comprando ovos com garantia de origem. Nós mesmos nos surpreendemos com o quanto esse investimento foi bem recebido por nossos compradores”, diz o avicultor. Outra vantagem que a Granja São José aponta é a redução na devolução dos ovos por parte do comprador. Houve um episódio de um mercado que reclamou dos ovos e pedia troca da mercadoria, mas quando foram checar pela data juliana impressa na casca, a granja pôde comprovar que a falha havia sido do setor de armazenamento da loja, que demorou mais de 40 dias para colocar o ovo na prateleira. “Só nesse episódio já economizamos muito; sem a datação gravada no ovo não seria possível comprovar que o ovo não estava ruim por nossa culpa, mas era culpa de quem o armazenou por tempo demais”, salienta.

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Ovos da Korin: mais segurança ao consumidor

No começo de 2018 a Korin Agropecuária, especialista na produção sustentável de produtos agropecuários, também anunciou que seus ovos orgânicos passaram a ser carimbados um a um com tinta comestível. Além do nome Korin, os ovos têm gravados na casca o termo orgânico e informações para rastreabilidade, inclusive a data de validade. “Quanto mais informações disponibilizarmos nas embalagens, como a origem, quantidade, composição e prazo de validade, mais segurança o consumidor terá ao adquirir nossos produtos”, afirma Reginaldo Morikawa, diretor superintendente da Korin.

Em várias outras granjas brasileiras a gravação ovo a ovo para garantia de origem sai do campo da utopia e começa a se tornar uma realidade. A Hora do Ovo convida os produtores que já têm essa inovação em sua granja a nos informar e encaminhar fotos dos ovos com impressão na casca. Queremos divulgar as marcas em nossas redes sociais. Encaminhem para Elenita Monteiro - elenita@ahoradoovo.com.br - ou em mensagem in box no facebook: facebook.com/ahoradoovo.

Vamos inovar?

(Texto: Elenita Monteiro. Publicado na revista A Hora do Ovo – Edição 87 – Março/2018)

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