Granjas não estão adotando medidas de biossegurança contra a influenza

Granjas não estão adotando medidas de biossegurança contra a influenza

É o que aponta o Grupo Técnico de Sanidade da CNA, que se reuniu com o Ministério da Agricultura, para tratar da prevenção à influenza no Brasil.

Ovonews

outubro 07, 2015

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Reunião para debater influenza, entre outras doenças: CNA, ABPA e MAPA juntos na prevenção

 

As medidas de biossegurança (normas utilizadas na prevenção da introdução no Brasil de Influenza Aviária e Newcastle) estabelecidass pela Instrução Normativa (IN) 56/2007 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) não estão sendo realizadas em grande parte das granjas comerciais dos estados brasileiros. Essa é a preocupação do Grupo Técnico de Sanidade da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que se reuniu no dia 30 de setembro, em Brasília.

Participaram do encontro representantes das federações de agricultura e pecuária estaduais, do MAPA e da ABPA, a entidade que representa os produtores de aves e ovos no Brasil. A reunião faz parte do Grupo Técnico de Sanidade, criado pela CNA, que reúne sanitaristas e médicos veterinários vinculados às federações.

De acordo com Victor Ayres, assessor técnico da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, são dois fatores que contribuem para essa situação: falta de compreensão de todo o setor sobre a magnitude do problema e dificuldade dos avicultores para a implantação das medidas, seja por dificuldade de acesso ao crédito, seja por imposições da norma inexequíveis para algumas granjas. “A gripe aviária ainda não chegou ao Brasil. Mas o risco é eminente”, comentou. No entanto, reforçou o assessor técnico, caso o vírus chegue ao país, o importante é não deixar atingir as aves de produção comercial. “É preciso aumentar ainda mais a vigilância das aves migratórias, modernizar as granjas defasadas e criar fundos indenizatórios para reforçar o plano de contingência criado pelo MAPA para o caso da introdução do vírus”, complementou.

Nessa reunião mais recente, o Grupo debateu a situação da influenza aviária no mundo e os mecanismos de prevenção para que a doença, que nunca ocorreu aqui, não entre no Brasil. O Coordenador do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), do MAPA, Bruno Pessamilio, e o representante da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Mendes, apresentaram a situação dos estados quanto à implementação das medidas de biossegurança na avicultura com foco na prevenção. Foi concluída também a minuta com as contribuições do Grupo de Sanidade sobre o Projeto de Instrução Normativa do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), o qual se encontra em consulta pública até hoje, dia 02/10/2015.

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Tania Lyra e Altino Rodrigues Neto: seriedade no trabalho preventivo

 

Tania Lyra, consultora em sanidade agropecuária da CNA, diz que os avicultores brasileiros e o serviço de vigilância oficial estão em uma corrida contra o relógio. “Atualmente, a América do Sul é o único continente em que o vírus da IA ainda não chegou. Contudo, a rota das aves migratórias que vêm do Norte do continente americano, a vasta fronteira com países que não levam questões sanitárias tão a sério, quanto o Brasil, e a presença natural das aves silvestres no meio ambiente tornam o risco eminente”, explicou.

A consultora acrescentou que a disseminação da doença nas granjas de produção comercial pode gerar uma pandemia com perdas irreversíveis da produção brasileira, barreiras sanitárias às nossas exportações e redução do consumo no mercado doméstico, por aversão do consumidor. “Dessa forma, por mais que o vírus chegue ao país via aves silvestres, a proteção das granjas, com medidas de biosseguridade consolidadas para impedir sua entrada na produção, certamente trará conforto e segurança para o mercado doméstico e internacional”, ressaltou Tania Lyra.

Tania Lyra ressalta que é preciso seriedade no trabalho preventivo a ser realizado pelos avicultores para mitigar riscos das enfermidades, como a influenza aviária e a Doença de Newcastle; além da importância das entidades e órgãos na elaboração de condições técnicas viáveis para que todos os avicultores tenham possibilidade de atender aos requisitos necessários de proteção.

Na reunião, algumas tarefas foram estabelecidas, entre elas, a realização de um levantamento pelas federações sobre a situação da defesa sanitária de seus estados quanto ao registro de granjas (preconizado pela IN 56/2007) e à vigilância que é realizada.  A CNA terá que formar uma agenda de trabalho junto à Associação Brasileira de Proteína Animal, a ABPA, para a realização de workshops e treinamentos para produtores, técnicos e veterinários oficiais nos estados; além de ações para a promoção de fundos indenizatórios e para dar agilidade e acessibilidade a linhas de crédito de inovação, como o INOVAGRO.

Para a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a intensificação da temática é de extrema importância, tanto para os produtores rurais, quanto para a sociedade, por isso o Grupo Técnico de Sanidade da CNA se reúne com frequência para debater o assunto junto às entidades do setor, representantes das federações estaduais de agricultura e pecuária e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Segundo o coordenador do grupo, Altino Rodrigues Neto, “essas reuniões nos possibilitam trocar experiências e as mais variadas sugestões para combater e prevenir as enfermidades que atrapalham o rendimento dos produtores rurais.”

Saiba mais sobre o Grupo Técnico de Sanidade da CNA e os trabalhos da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil no Canal do Produtor.

(A Hora do Ovo, com informações e fotos da assessoria de comunicação da CNA)

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