Granja Mantiqueira é destaque no programa Dois Pontos, da Band News

Granja Mantiqueira é destaque no programa Dois Pontos, da Band News

O avicultor mineiro Leandro Pinto, proprietário da Granja Mantiqueira, fala do sucesso de seu trabalho ao jornalista Salomão Schvartzman.

Ovonews

fevereiro 24, 2013

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Granja Mantiqueira: 11 milhões de aves

Tradicional no rádio e na TV brasileira, o jornalista de economia Salomão Schvartzman entrevistou, no último dia 21 de fevereiro, o avicultor Leandro Pinto, da nova geração de produtores de ovos do país. Mineiro de Itanhandú, no Sul de Minas, Leandro é conhecido por uma gestão diferenciada e vibrante à frente da granja que mudou o conceito de administração no setor de ovos.

Com 44 anos, Leandro já tem muita história para contar. Schvartzman lembra, em seu programa Dois Pontos, na Band News, que há cerca de 30 anos, quando estava em profundas dificuldades financeiras, Leandro Pinto comprou uma granja com 30 mil galinhas. “Eu diria que foram as galinhas dos ovos de ouro porque o mineiro tornou-se o maior vendedor de ovos da América do Sul, sim, senhor. Suas 30 mil galinhas se tornaram 11 milhões de poedeiras disciplinadas, capazes de produzir hoje cerca de 2 bilhões de ovos por ano.”

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Leandro Pinto: determinação e dinamismo

Leandro conta ao jornalista que jamais imaginou produzir tantos ovos e que só se deu conta dessa importância quando a revista Exame publicou a cifra. Seguro do que faz, o produtor acreditou em sua capacidade quando começou no negócio de ovos, com apenas 18 anos de idade. Comprou as 30 mil galinhas de um amigo, que estava doente, e alugou sua granja. Tudo parecia perdido naquela época, mas Leandro acreditou. “Resolvi ser granjeiro por uma força do destino. Eu tive um insucesso com o Plano Cruzado, com um negócio de máquinas agrícolas. Eu tinha 18 anos. Então, em 1987, um amigo meu teve um infarto, estava se recuperando, e a avicultura passava por uma crise muito grande. Ele me disse:

- Leandro, me compra a granja.

Eu falei:

- Juarez, eu não tenho como comprar a granja. Eu não tenho dinheiro; estou quebrado.  Vamos fazer um negócio: eu te compro as galinhas e você me aluga a granja.

- Eu topo – disse ele.

E aí, eu vendi um caminhão, um carro, dei o dinheiro para ele e fiquei com as 30 mil galinhas; e aluguei a granja dele.”

Nascia a Granja Mantiqueira, tida hoje como a maior produtora de ovos do país.

“Como foi essa virada?”, quis saber o jornalista Salomão Schvartzman, em seu programa.

Leandro não titubeia: “Nós sempre pensamos em produzir com qualidade; nunca tivemos a obsessão de sermos os maiores”. No entanto, foi isso que aconteceu, e é sobre esse investimento e seu sucesso que Salomão quis saber. Leandro respondeu:

“Sempre quis ter alguma coisa que me desse rentabilidade. Queria ter uma fatia pequena de um bolo grande. Não adianta você ter uma fatia grande do bolo pequeno. E esse era o dilema porque o lucro do ovo é sempre muito espremido. Eu falo porque o lucro do ovo está na terceira casa depois da vírgula. Então não adianta você ter pouco; você tem que ter muito para tornar o seu negócio rentável, e fazer sua empresa prosperar.”

Hoje, a granja de Leandro é, segundo ele mesmo, a maior exportadora de ovos in natura do país, ovos que seguem para o Oriente Médio e Europa. No entanto, o empresário diz que está apenas esperando cumprir os contratos que tem para encerrar essa fase de exportação, já que o câmbio, entre outros fatores da economia, não tem ajudado mais esse tipo de negócio. Leandro explicou ao jornalista que em 2012 a avicultura brasileira sofreu uma crise grande por conta da seca americana, com o milho e a soja em patamares de preços nunca antes vistos. “E, por conta disso, o ovo no Brasil, de janeiro para cá, subiu 30%”, emendou o avicultor.

Apesar das dificuldades – e até por conta de vencê-las -, a Granja Mantiqueira tornou-se, ao longo dos anos, uma verdadeira fábrica de ovos. Cresceu, venceu barreiras, quebrou conceitos e abriu novas fronteiras. Hoje, além de Minas Gerais, a marca Mantiqueira está presente no Mato Grosso. Leandro Pinto e seu modo dinâmico de administrar abriram uma nova frente na produção de ovos. E foi na cidade mato-grossense de Primavera do Leste que o produtor de ovos instalou uma unidade com 6 milhões de aves.

“Primavera do Leste nos acolheu de maneira espetacular. Meu avô foi para o Mato Grosso em 1964”, relembra Leandro. “Eu conheci o Mato Grosso em 1978, quando tinha 10 anos de idade, e sempre falei, ´Um dia eu quero estar aqui´, porque sempre achei aquele estado maravilhoso.”

E foi o que aconteceu. Hoje, a avaliação do setor aponta a produção de Leandro como uma das maiores da América do Sul. “Falam que é a maior da América do Sul. Eu não tenho certeza, mas estão falando”, diz o produtor, preferindo a modéstia.

Mas não é nada modesto o dia a dia da avicultura com a marca Mantiqueira. As granjas de Leandro, hoje, consomem anualmente cerca de 4  milhões de sacas de 60 quilos de milho. São 240 mil toneladas de grãos para suprir a dieta das aves que produzem 2 bilhões de ovos, e 1900 funcionários para garantir o sucesso de uma empresa que começou, aparentemente, por causa de um “insucesso”, que é como Leandro chama o primeiro fracasso que teve com apenas 18 anos de idade. A esse aparente fracasso o mineiro credita a oportunidade para tornar-se o avicultor respeitado dos dias atuais. Aliás, segundo Leandro, para se ter sucesso não basta apenas saber aproveitar as oportunidades, como diz o ditado chinês; é preciso trabalhar e muito. Por isso, ele aconselha os jovens que buscam sucesso a trabalhar, trabalhar muito: “Não dêem férias para os seus pés, não usem Rider (como sugere a propaganda). Acordem cedo e durmam tarde.”

É também com trabalho e muita fé que o mineiro de Itanhandu sugere vencer os principais obstáculos que a avicultura tem. No passado, o preconceito com o ovo, inclusive dos próprios produtores, depois, da sociedade, principalmente em relação à saúde. “De uns cinco anos pra cá a coisa mudou; o ovo foi absolvido em todos os tribunais”, cita Leandro. “Agora, os problemas que temos são o apagão de mão de obra que existe no país e o custo-Brasil. As estradas sucateadas. Tem buraco que se o carro cair, não sai. Pior do que não ter produção é não ter lugar para escoar, é não ter logística.”

Mas Leandro não se abate. Para vencer os problemas, fé no Brasil - ainda, apesar de tudo - e muito trabalho, recomenda. 

Quem quiser assistir à entrevista de Leandro Pinto na íntegra é só acessar http://bandnewstv.band.uol.com.br/colunistas/coluna.asp?idc=111&idn=649536&tt=salomao-schvartzman&tc=entrevista-com-leandro-pinto.

(A Hora do Ovo, com informações da entrevista de Salomão Schvartzman, no programa Dois Pontos)

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