Mercado em baixa desanima avicultores

O que se previa está acontecendo: a queda acentuada no preço dos ovos inaugurou o mês de janeiro de 2015, deixando o mercado e o avicultor desanimados. As pesquisas do Cepea, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP, nos núcleos produtores brasileiros demonstram que a primeira semana de 2015 foi de baixa liquidez e preços em forte queda.

De acordo com dados do Centro da USP, o ovo tipo extra branco, colocado na Grande São Paulo, apresentou a maior desvalorização nos primeiros nove dias do mês: 15,6%, com a média da caixa com 30 dúzias passando para R$45,83 na sexta-feira, dia 9 de janeiro.

Na avaliação do Cepea, concorreram para essa forte queda no preço o período de férias escolares, que faz diminuir a demanda por parte das escolas -  pois o ovo é utilizado na merenda escolar - e altera o hábito de consumo da população. “Além disso, as altas temperaturas inibem o consumo, ao mesmo tempo em que prejudicam a produção”, avaliam os pesquisadores do Cepea. O centro analisa, no entanto, que não foram registradas quedas na qualidade do produto, o que já demonstra o grau de comprometimento do avicultor em continuar produzindo dentro do padrão.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário em termos de demanda, por sua vez, não requer que os atacadistas tenham que reabastecer os estoques em larga escala. Assim, na tentativa de escoar a oferta que se acumulou nas granjas no período de festas, produtores têm dado muitos descontos para vender seus produtos. “Além das sobras, em Bastos (SP) - principal região produtora do Brasil -, a produção de ovos pequenos está elevada – por conta do alto alojamento de aves recentemente promovido pelos avicultores - o que acaba reforçando a pressão sobre as cotações dos produtos de tamanhos maiores, o extra e o jumbo."

Nesse momento, vale muito a capacidade administrativa do avicultor em manejar os dados de que ele dispõe no “tabuleiro do xadrez da gestão e do mercado”.

(A Hora do Ovo, com informações do Cepea)