Galinhas felizes produzem mais ovos e ovos de melhor qualidade

Galinhas felizes produzem mais ovos e ovos de melhor qualidade

É o que aponta um programa desenvolvido pela Universidade Nacional da Colômbia, cuja base é a alimentação e o pastoreio das aves para melhorar sua produção.

Ovonews

julho 28, 2013

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Projeto Galinha Feliz: ovos com mais qualidade interna e de casca

O projeto se chama A Galinha Feliz e está sendo desenvolvido pela Universidade Nacional da Colômbia. Trata-se de um programa realizado por pesquisadores dessa instituição colombiana que associa ração à alimentação feita livremente, no pasto. O objetivo é melhorar a produção de ovos, o que parece estar sendo alcançado. Segundo pesquisadores do Centro Agropecuário Marengo, da Universidade da Colômbia, as galinhas criadas dentro desse programa aumentaram sua produção e a qualidade dos ovos entre 5 a 10% em comparação com as aves tradicionais criadas em gaiolas.

O projeto, criado pela professora Marta Pulido, consiste em complementar a ração dada às aves todas as manhãs com “passeios” pelo campo localizado junto aos galpões. São dois galpões, cada um com capacidade para 250 galinhas, tendo ao lado cerca de quatro lotes para o pastoreio. “São alojadas entre 6 e 8 aves por cada metro quadrado dentro do galpão e cerca de 4 aves por cada metro quadrado no pasto”, explica Claudia Torres, pesquisadora da Faculdade de Medicina Veterinária e de Zootecnia da Universidade. Coordenadora encarregada do programa, Claudia conta que, a princípio, as aves saem para o pastoreio durante uma hora. Depois, a cada dois dias, a jornada das aves no pasto vai aumentando uma hora, até que elas permanecem ao ar livre entre as 9 da manhã e as três e meia da tarde.

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No galpão, as aves recebem ração e botam seus ovos; no campo, elas passeiam, ciscam, tomam sol e têm contato com a terra

 

Ao se alimentar com os nutrientes do pasto, que contêm alta quantidade de pigmentos naturais, os chamados carotenoides, essas aves põem ovos com gemas de cor mais intensa, o que agrada muito o consumidor. “Esses carotenoides auxiliam na cor da gema mais intensa, tornando o ovo mais atrativo ao consumidor”, assegura a zootecnista. Além disso, acrescenta, o pastoreio das aves lhes proporcionam proteínas e nutrientes que também vão para os ovos. Quanto à felicidade das aves, Claudia conclui: “Dizemos que essas galinhas são felizes porque podem sair do galpão, ficar sob o sol, ter contato com a terra e ciscar, como gostam.”

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Os nutrientes do campo também "fortalecem" os ovos

O projeto, segundo seus idealizadores, também atende a questões econômicas já que essas aves são alimentadas com maior quantidade de suplementos deixados como resíduos das colheitas na terra. Isso significa que o ovo posto por essas aves é mais enriquecido com elementos nutritivos que não estão contidos nas rações.

Embora seja um projeto muito bem estruturado para quem procura a criação para nichos específicos de mercado, a ideia não se adequa à alta produção de ovos para atender a grandes mercados, já que há restrições nesse sentido. O maior complicador é a exigência de uma área grande para a criação das aves, já que elas precisam viver em baixa densidade, segundo as características do programa. “Infelizmente, com esse projeto, o avicultor necessita de muito mais espaço. São necessários cerca de 50 metros quadrados para criar mais ou menos 50 aves em pastoreio (livres no campo). Nos galpões tradicionais, esse mesmo espaço poderia conter até 400 aves”, comparam os pesquisadores colombianos.

(A Hora do Ovo, com informações do Site Avícola e da Universidade Nacional da Colômbia. Fotos: Victor Holguín)

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