APA realiza o maior congresso de sua história
Evento de 2018, que aconteceu pela sexta edição em Ribeirão Preto (SP), reuniu perto de 700 inscritos, 124 trabalhos e casa cheia do primeiro ao último dia.
Maior público já registrado na história do Congresso da APA: sucesso na cadeia avícola brasileira |
Não é exagero dizer que o Congresso da APA 2018 – realizado entre os dias 20 e 22 de março -, foi o maior de toda a história da entidade. Bastava estar lá para constatar. O Centro de Convenções de Ribeirão Preto, local que sedia o evento há seis anos, pulsou do primeiro ao último dia.
No dia 20 de março, a Associação Paulista de Avicultura experimentou o ineditismo de abrir o congresso no período da manhã. Normalmente, o evento tem início no período da tarde. E o resultado foi um auditório preenchido por uma plateia atenta e ávida por saber a quantas anda o bem-estar animal na cadeia produtiva de ovos. Estavam lá a pesquisadora Helenice Mazzuco, da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia (SC), e o professor Iran de Oliveira, do Nupea-Esalq/USP, de Piracicaba (SP), do Grupo BEA, prontos a debater com o setor de ovos, como se esperava.
Iran de Oliveira e Helenice Mazzuco: conduzindo o debate |
Eles cumpriram a sua parte comandando o que foi chamado de pré-congresso, com palestras interessantes e manifestações importantes de avicultores e representantes da cadeia avícola de postura. Faltou, no entanto, a presença dos representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária, o MAPA, para proferir a palestra agendada para abrir o evento. O órgão é o responsável pela criação do Grupo BEA, que vem realizando jornadas técnicas e palestras junto aos produtores de ovos do país e tem na coordenação Helenice Mazzuco, Iran de Oliveira e Paulo Giovanni Abreu.
Embora o MAPA tenha enviado uma “palestra” gravada de Lizie Pereira Buss, coordenadora da Comissão de Bem-Estar Animal do Mapa, a falta de atenção do órgão governamental ao maior evento técnico da postura brasileira foi um desprestígio gigantesco, e mais ainda, ao grupo que tanto empenho vem prestando ao setor de ovos nesse um ano e meio de trabalho, com esclarecimentos e debate sobre o tema bem-estar animal que tanto angustia o produtor de ovos.
Lamentável! Para dizer o mínimo.
A despeito disso, a manhã foi profícua, coordenada pelo Grupo BEA, que esclareceu dúvidas e mediou debates entre os palestrantes e a plateia (Leia mais sobre o pré-congresso no link: Congresso da APA 2018 bate recorde de público e de trabalhos inscritos).
E os três dias do evento foram um verdadeiro sucesso de público e de organização, com 40 patrocinadores. “Estamos muito mais do que satisfeitos!”, disse José Roberto Bottura, diretor técnico da APA e coordenador geral do evento. “Por outro lado, é uma responsabilidade grande que se cria para o congresso do ano que vem”, considerou o diretor da APA.
Palestras abordaram laringotraqueíte, saúde intestinal, micoplasma e mercado de grãos |
Bottura: responsabilidade maior para 2019 |
Bottura considera que o sucesso sempre tem dois lados: a realização plena com o saldo positivo alcançado e a responsabilidade gigante que nasce dessa conquista, cuja expectativa precisa ser cumprida no ano seguinte. “Como é que vamos continuar sendo top?”, questiona para, em seguida, apontar o caminho: “É começar já o trabalho do 17º Congresso”.
“A primeira providência é decidir o local”, disse o coordenador. E o local será mesmo o Centro de Convenções de Ribeirão Preto, sede dos últimos seis congressos da APA, realizados todos com bastante sucesso, não só pela organização mas, também, pela localização, que oferece uma logística privilegiada à boa parte dos participantes oriundos das diversas regiões produtoras do Brasil, e até mesmo do exterior. “Ribeirão continua sendo uma cidade excelente, com uma rede rodoviária interessante, aeroporto com possibilidade de vôos para vários locais, uma rede hoteleira grande e próxima. Tudo isso facilita e contribui positivamente para prosseguirmos com o Congresso na cidade.”
Agronegócio, defesa agropecuária, controle de doenças e genética de aves também foram temas |
Manejo de codornas e dieta de poedeiras chamaram a atenção |
Mercado no varejo e economia do país atrairam o público |
Se o Centro de Convenções de Ribeirão Preto se mantém como sede do Congresso da APA em 2019, a ideia é transferir as palestras para uma ampla sala de convenções no mesmo prédio, a ser preparada especialmente para a programação do evento. É bom que se diga que o auditório atual, bastante confortável, ficou pequeno nesta edição para tanta gente. Houve palestras, no segundo dia do congresso, que aconteceram com uma parte do público em pé, preenchendo as laterais do auditório.
“Vamos tentar no ano que vem um desenho diferente. Como é um salão muito comprido, vamos montar o auditório num sistema reverso. Em vez do palco lá na ponta, faremos o palco na lateral. Assim, a distância será curta, o público conseguirá enxergar melhor e, com quatro telas de projeção, todos poderão assistir”, desenha o diretor da APA.
Sobre o Centro de Convenções como um todo, o coordenador do Congresso ressalta a boa estrutura, com capacidade para atender o congressista o dia todo, inclusive com espaços para reuniões e encontros paralelos. “O participante do evento chega de manhã e só vai embora à noite”.
Sobre a expressiva participação na primeira manhã do Congresso, com o tema bem-estar animal, Bottura acredita que, ao lado da busca por informações, o produtor também esteve presente por se sentir à vontade para debater com seus pares, com a coordenação do Grupo BEA, sem a presença de ONGs. “É o setor que tem que debater consigo mesmo, buscando seu próprio entendimento; é preciso entender que bem-estar animal é muito mais do que dizem essas organizações. E o grupo do BEA nos convenceu de que debater o tema é muito além de discutir o fim das gaiolas. Por isso abrimos para que eles coordenassem o pré-congresso com esse tema”.
Bem-estar animal sob diversos pontos de vista: no Brasil e no exterior |
E ainda sobre a participação recorde de quase 700 inscritos, com presença maciça e constante nos três dias do evento, Bottura avalia: “O avicultor está voltando a frequentar o congresso, em contrapartida a anos anteriores, em que ele esteve ausente do evento”.
Em março de 2018 foi possível ver avicultores de diversos polos produtores, de Norte a Sul do país, inclusive os paulistas, os menos presentes nos dois últimos congressos da APA. Ao lado dos avicultores, muitos técnicos, profissionais de empresas fornecedoras, estudantes em busca de mais conhecimento e de contato com o mercado, representantes de empresas do varejo e da indústria, professores e pesquisadores das diversas instituições do país. “Tínhamos avicultores do Ceará, do Espírito Santo, do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Minas Gerais... As pessoas que deixam de vir num congresso para discutir, para ter oportunidade de encontrar produtores de outros estados, para avaliar e sentir como estão as coisas, esses profissionais vão estar sempre atrás, sem acompanhar a evolução do mercado”, avalia Bottura.
Lideranças e autoridades se revezaram no púlpito, aclamando a sanidade e a força da postura brasileira |
Sobre o sucesso do evento, ele é categórico: “É um resultado obtido graças ao trabalho de todos: APA, comissão organizadora, parceiros na realização, mídia, patrocinadores e participantes. Todos são responsáveis por esse sucesso”, conclui Bottura.