Workshop reúne avicultores em torno dos sistemas de produção livres de gaiolas
Humane Society International e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral apresentaram a crescente demanda pelo bem-estar das poedeiras.
A Humane Society International e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) Regional de Limeira (SP), realizaram, no dia 11 de dezembro de 2023, um workshop voltado aos avicultores com temas específicos sobre a produção de ovos em sistemas livres de gaiola. O evento, realizado em Santa Cruz da Conceição, no interior de São Paulo, capacitou os participantes a darem os primeiros passos nesse sistema de produção buscando atender à crescente demanda de mercado por esse tipo de ovos.
Participaram especialistas de diversas áreas do setor de ovos, com palestras sobre comportamento e bem-estar das galinhas poedeiras, nutrição, biosseguridade e manejo sanitário, manejo em sistemas livres de gaiolas e oportunidades de mercado para ovos certificados em bem-estar animal. O evento demonstrou como os produtores têm uma ampla oferta de recursos disponíveis para garantir uma transição bem-sucedida para sistemas livres de gaiolas.
“Como técnicos da CATI, nós acreditamos que a criação de galinhas de postura livres de gaiola é uma tendência e que o mercado consumidor tem exigido produtos que levam em consideração o bem-estar dos animais, além da qualidade e segurança do alimento”, explicou Tatiane do Carmo, assistente agropecuária da CATI. Segundo ela, muitos produtores desejam fazer a transição do sistema convencional para sistemas livres de gaiolas, “e outros que já adotam esse sistema têm interesse em obter mais conhecimento para aprimorar sua produção e obter uma possível certificação e bem-estar animal”, destacou.
Diogo Ito, especialista em nutrição e suporte técnico para poedeiras na Hendrix Genetics, comentou que os sistemas livres de gaiola atendem a uma demanda do consumidor que busca bem-estar animal, sem abrir mão da qualidade do ovo em sua mesa. “Para isso – considerou -, é importante que o produtor de ovos siga determinadas recomendações que visam proteger a ave de diferentes problemas sanitários e, ao mesmo tempo, atender as suas exigências nutricionais, para que a ave consiga se manter saudável e produzindo ovos de alta qualidade.”
Para Rodrigo Cobrelo, consultor na VR Assessoria Avícola, é essencial garantir que o bem-estar das aves seja respeitado em todo o seu ciclo de vida. “O foco é a galinha, o ovo é consequência”, argumentou o consultor.
Conforme os palestrantes, “ao contrário dos sistemas convencionais de produção, os sistemas livres de gaiolas oferecem às aves mais oportunidades para um bem-estar elevado ao oferecer recursos para a expressão de comportamentos como ciscar, empoleirar, tomar banho de areia, realizar a postura em ninhos, desenvolver grupos sociais, entre muitos outros.”
CERTIFICAÇÃO E MERCADO CRESCENTE
A certificação tem papel fundamental no processo de produção de ovos com aves livres de gaiola. José Ciocca, diretor executivo da Produtor do Bem, destacou o valor de uma boa certificação de bem-estar animal na cadeia produtiva: “As certificações fornecem orientações e diretrizes técnicas aplicáveis e permitem que os produtores demonstrem que seus produtos atendem a padrões específicos, além de abrir acesso a novos mercados. Ainda, ajuda as empresas compradoras a implementar seus próprios compromissos de bem-estar animal, mitiga riscos reputacionais na cadeia de suprimentos e traz valor agregado e rentável à cadeia de suprimentos”, destacou.
O mercado de ovos livres de gaiolas no Brasil está crescendo rapidamente, informaram os palestrantes. Diversas empresas se comprometeram publicamente a adquirir exclusivamente ovos oriundos de produção livre de gaiolas até 2028. Estão entre essas empresas grandes varejistas, como o Carrefour e o GPA; fabricantes, como Unilever e Bimbo; grupos de restaurantes, como Arcos Dorados e Brazilian Fast-Food Corporation (BFFC); redes hoteleiras, como Accor e Atlantica Hotels, e muitos outros setores, desde food services até alimentos para pets.
O mercado, enfim, orienta a produção, que acompanha de forma a ofertar para a demanda. Conforme dados apresentados durante o workshop, em dezembro, “o volume exigido pelos mais de 170 compradores de grande escala com esses compromissos exigirá uma mudança significativa do setor produtivo para atender a essa demanda por ovos livres de gaiolas. Assim, como observado em outros países, a demanda corporativa já transforma e transformará ainda mais o cenário da produção brasileira de ovos”.
Anna Souza, gerente de programa e políticas na HSI Brasil, confirma: “Os produtores interessados agora têm uma infinidade de recursos ao seu alcance, empoderando muitos a fazer uma transição bem-sucedida para sistemas livres de gaiolas. Não há dúvida de que o futuro da produção de ovos é livre de gaiolas, e a HSI dá as boas-vindas ao Brasil por se juntar à mudança global”, disse a representante da entidade que, junto à CATI, promoveu o evento em Santa Cruz da Conceição, no interior de São Paulo.
A HUMANE SOCIETY INTERNATIONAL
A Humane Society International trabalha para promover o vínculo humano-animal, resgatar e proteger cães e gatos, melhorar o bem-estar dos animais de criação, proteger a vida selvagem, promover testes e pesquisas sem o uso de animais, responder a desastres naturais e enfrentar a crueldade contra os animais em todas as suas formas.
A entidade promove o bem-estar dos animais em mais de 50 países.
Saiba mais sobre o trabalho da HSI em: hsi.org.
(A Hora do Ovo, com informações e fotos da assessoria de imprensa da HSI no Brasil)
tag: bem-estar animal , livre de gaiolas , aves livres , Humane Society International , Coordenadoria de Assistência Técnica Integral , CATI , Santa Cruz da Conceição , Diogo Ito , Hendrix Genetics , Rodrigo Cobrelo , VR Assessoria Avícola , José Ciocca , Produtor do Bem , Carrefour , GPA , Unilever , Bimbo , Arcos Dorados , Brazilian Fast-Food Corporation , Accor , Atlantica Hotels , Anna Souza , HSI Brasil ,