Vacina da Ceva contra Gumboro, exclusiva para a postura, tem lançamento histórico

Vacina da Ceva contra Gumboro, exclusiva para a postura, tem lançamento histórico

Novamune é aplicada no incubatório no primeiro dia de vida da ave, é flexível, segura e feita para atender ao sistema imune da poedeira.

Ovonews

agosto 14, 2021

0

Em um momento histórico para a avicultura de postura brasileira, a Ceva Saúde Animal lançou no último dia 11 de agosto sua mais nova ferramenta tecnológica contra a Doença de Gumboro. Com um evento on line e programação compacta, porém muito bem estruturada, a empresa apresentou ao mercado brasileiro a Novamune, a primeira vacina contra Gumboro criada especialmente para o segmento de postura.

Felipe Pelicioni, gerente de Marketing de Aves de Ciclo Longo da Ceva, abriu o evento, às 17 horas, bastante entusiasmado e muito orgulhoso por estar representando, na ocasião, a empresa e seu lançamento inédito no Brasil. “A vacina Novamune chega para atender a um desafio grande no segmento da postura”, fez questão de salientar Pelicioni, lembrando que a tarde do dia 11 de agosto estava reservada a uma programação recheada de informações dos mercados de postura brasileiro, norte-americano e mexicano (v. box).

FELIPE_INTERNA
Felipe Pelicioni: compromisso com os clientes

Pelicioni salientou que a chegada da nova vacina contra Gumboro, assinada pela Ceva, abre um novo tempo na imunização das aves, redesenhando os programas vacinais, reduzindo manejo, vacinações e, inclusive, fornecendo bem-estar às aves. “Vamos discutir a gestão da sanidade como a principal ferramenta para a manutenção da nossa lucratividade”, disse o anfitrião e apresentador. “Parar o ciclo de Gumboro é garantir a sanidade das granjas e isso, sim, é uma questão estratégica”, salientou o gerente de marketing de Aves de Ciclo Longo da Ceva. “Ficamos muito orgulhosos e felizes em ver o quanto a Novamune é diferenciada e mais felizes ainda em saber que, a partir de agora, essa ferramenta está disponível para os produtores de ovos do Brasil. O lançamento da Novamune reafirma o nosso compromisso com cada um de nossos clientes, trazendo informações importantes, além da saúde animal.”

Saudando a todos os participantes do evento on line, Branko Alva, diretor da Unidade de Negócios Aves da multinacional francesa, ressaltou que a Novamune é um divisor de águas na área de poedeiras. “Acreditamos que empresas que se prestam a ser inovadoras devem mostrar realmente a inovação. A Ceva carrega o DNA inovador. Ao longo dos anos lançamos uma série de soluções para o mercado avícola e essa é mais uma ferramenta, um produto desenvolvido por nossas equipes de P&D exclusivamente para o mercado de poedeiras.”

BRFANKO_INTERNA
Branko Alva: solução definitiva para Gumboro

Alva disse, ainda, que a intenção da Ceva é realmente oferecer uma solução definitiva para a Doença de Gumboro e ser a parceira da indústria de ovos com a inovação para o controle sanitário e promover o retorno necessário para os avicultores. “Nós temos um compromisso com a cadeia da indústria de ovos”, concluiu, categórico.

E foi o que demonstrou Roberto Soares, gerente de Marketing Corporativo da Ceva, ao apresentar o conceito e as características da vacina Novamune. Diretamente do Canadá, onde mora há 20 anos, Soares tem conduzido a “viagem” de sucesso da Novamune nos lançamentos pelo mundo. Hoje, a vacina que acaba de chegar ao mercado brasileiro já está presente em 42 países com muito sucesso, segundo Soares. Isso se deve, salientou, graças a um projeto pensado e estudado com todo o cuidado para atender especificamente ao segmento de postura. E isso ficou bem claro em sua apresentação, na qual especificou os principais pontos que tornam a nova tecnologia da Ceva uma parceira fundamental do avicultor de postura, a favor da sanidade do plantel e dos ganhos do produtor de ovos.

ROBERTO-SOARES-INTERNA
Roberto Soares: sucesso em campo em 42 países

Soares lembrou que o que se conhece hoje por controle de Gumboro é a prevenção dos sinais clínicos da doença. Ele demonstrou que o vírus de Gumboro é extremamente resistente e persiste no galpão por um período bem longo, apesar da limpeza e da desinfecção. É o chamado vírus residente.

Em sua apresentação sucinta e bem direta, Soares explicou que as aves de postura são mais suscetíveis ao Gumboro que o frango de corte e, quando afetadas, chegam a uma mortalidade que atinge a mais de 60%. E explicou: “A Novamune é uma vacina de complexo imune, formada pela cepa SYZA 26 strain, ligada a anticorpos específicos chamados imunoglobulinas protetoras do vírus, administrada como dose única no incubatório. As imunoglobulinas estão aí para proteger o vírus.”

A indicação da vacina é para aves de postura brancas ou vermelhas. A administração é feita via subcutânea, injetada no primeiro dia de vida da pintainha, no incubatório. É uma vacina congelada e produzida para a Ceva em Phylaxia, na Hungria, com duas apresentações: no formato para 1.000 doses e para 2.000 doses.

COMO FUNCIONA

Roberto Soares fez uma apresentação bastante didática, demonstrando o desenho de uma vacina que foi pensada exatamente com a missão de parar o ciclo de Gumboro. E explicou como isso funciona (veja imagens na galeria, no final da matéria). “Uma vez injetada, o imunocomplexo fica concentrado nas células dendríticas. A metabolização dos anticorpos libera o vírus na corrente sanguínea e, se os anticorpos maternos da ave estiverem ainda muito altos, esse vírus é destruído. No momento em que o nível de anticorpos maternos cai, a liberação do vírus é feita novamente, então, chega à Bursa de Fabricius, se replica e vai induzir a uma imunidade ativa e uma proteção da Bursa, evitando que haja uma colonização da Bursa de Fabrício por variantes ou por cepas muito virulentas.”

Já na Bursa de Fabrícius, o vírus presente na vacina começa a se replicar, estimulando a uma imunidade ativa contra o vírus de Gumboro. E essa ativação acontece de acordo com os níveis de anticorpos maternos, explicou Soares. “Se existem níveis de anticorpos maternos baixos, há uma liberação mais cedo; se for o contrário, há uma liberação mais tardia”, mas a vacina está preparada para cumprir a missão que recebeu da equipe Ceva, cujo intenso trabalho operado por seus pesquisadores vem resultando em conquistas já nos países em que a vacina está em campo.

OS BENEFÍCIOS E OS DIFERENCIAIS

Roberto Soares foi mais longe. Explicou por que a Novamune é tão historicamente importante para o segmento da postura, que convive com o Gumboro de forma desafiante há muito tempo. E, nesse sentido, ele destacou que a nova tecnologia foi desenhada exclusivamente para poedeiras, pensando em dois pontos extremamente importantes: a eficácia e a segurança. “Sabemos que o nível de queda dos anticorpos maternos das poedeiras é mais lento e de forma mais desuniforme. Então, o desenho da Novamune, com a Syza 26, foi feito justamente para se ajustar a essa queda de anticorpos maternos das poedeiras; e de uma forma segura porque muitas vacinas utilizadas – tanto em imunocomplexo como em água de bebida – que têm cepas mais fortes, podem acarretar morte em poedeiras, devido à sensibilidade genética das aves.”

Outro ponto importante destacado por Soares foi a flexibilidade da Novamune. “É uma vacina imunocomplexo compatível com diferentes tipos de vacina vetorizadas e com a vacina de Marek. Isso é importante porque, principalmente algumas vacinas recombinantes de Gumboro, não podem se combinar com outra recombinante de Gumboro. E nesse caso, uma imunocomplexo é perfeitamente compatível, por exemplo, com uma vacina vetorizada de Newcastle ou de Laringotraqueíte. Elas podem ser utilizadas perfeitamente com a Novamune no primeiro dia de idade da pintainha”, destacou.

Outro ponto bem importante, de acordo com Soares, é que essas qualidades da Novamune ajudam a simplificar o programa de vacinação no incubatório pela combinação com outras vacinas e sua total flexibilidade. “Com isso, se tem menos vacina em campo e é possível melhorar vários aspectos de manejo – já que não é necessário vacinar várias vezes o lote. E é também uma questão de biossegurança, por evitar que se transite tantas vezes dentro de um galpão de produção.”

Flexível, segura e específica para o modus da poedeira, a Novamune, finalmente, traz consigo o fator determinante: ela pára o ciclo de Gumboro nas granjas de poedeiras. Tudo isso somado explica o porquê de tanto sucesso nos 42 países em que a Novamune já está presente.

Lançada em 2020, quando teve um volume de 14 milhões de doses aplicadas, a nova vacina da Ceva já registra, em apenas seis meses de 2021, o total de 46 milhões de doses aplicadas. “Esse produto está sendo extremamente bem aceito em campo”, finalizou Roberto Soares, agradecendo a oportunidade de estar apresentando aos avicultores brasileiros o resultado de um trabalho feito especialmente para atender à indústria avícola de postura.

O CHICK PROGRAM DA CEVA

Ao retomar a palavra, Felipe Pelicioni arrematou que, por ser uma vacina de incubatório, a Novamune também pode contar com os serviços da Ceva no que diz respeito à monitoria e auditoria. Isso porque, segundo ele, a Ceva é a única empresa no país que conta com um serviço de monitoria e auditoria de vacinação nos incubatórios e cujo trabalho é auditado e certificado com parâmetros internacionais.

EQUIPE-INCUBATORIO-OK
Equipe Chick Program: monitoramento em incubatórios

“Trata-se do Chick Program, programa que avalia e monitora os pontos críticos da imunização no incubatório e que tem o objetivo único de assegurarmos 100% de aves bem vacinadas”, ressaltou Pelicioni. “Essa certificação é global, verificada pelo Bureau Veritas e renovada ano a ano. Em julho deste ano, já recebemos a certificação novamente.”

Pelicioni fez questão de ressaltar, também, que hoje, seis incubatórios de poedeiras no Brasil são monitorados pelo programa da Ceva. Eles representam 94% das pintainhas que nascem no Brasil. “Ou seja, destacou Pelicioni, mais de 94% das pintainhas nascem no país em incubatórios monitorados pela equipe da Ceva. Isso garante a melhoria dos níveis de vacinação”, concluiu, exaltando o trabalho da equipe da Ceva que faz essa monitoria nos incubatórios do Brasil.

VACINAR E PROTEGER: A MISSÃO

Encerrando a programação técnica e específica da vacina Novamune, Jorge Chacon, gerente de Serviços Veterinários da Ceva, apresentou algumas experiências da vacina já no Brasil, de como essa tecnologia permite a associação com diferentes inovações e os grandes benefícios que isso traz, seja na redução de manejo, na redução de vacinas e vacinações e, principalmente, na garantia da sanidade.

Ele apresentou a palestra Programas vacinais protetivos e com menos intervenções em postura comercial e disse que o produtor quer, primeiramente, uma vacina segura, que proteja bem e rapidamente de forma completa, que seja prática de ser aplicada, que não requeira muitas intervenções e com um custo-benefício interessante.

É importante vacinar e proteger, mas também é importante evitar reações pós-vacinais e outros problemas que podem acontecer durante a vacinação, no caso das vacinas aplicadas em campo, apontou Chacon. Ele lembrou algumas dificuldades que existem hoje com as vacinações para Gumboro feitas em campo. “É complicado porque tem que acertar desde o preparo da vacina, ter qualidade da água, cuidar da via de aplicação e esse problema aumenta dependendo das instalações que a granja possui.”

CHACON
Jorge Chacon: mais praticidade para o avicultor

Outro desafio das vacinações em campo é a dificuldade para alcançar a bursa, pois há lotes variados com vários níveis de imunidade materna nas granjas. “Como a Novamune, a ideia é facilitar. Fazer tudo no incubatório. O granjeiro não precisa se preocupar mais em vacinar no campo. Tudo isso, sem diminuir o nível de proteção. Ao contrário, aumentando esse nível de proteção”, destacou Chacon, concluindo ser um orgulho participar do lançamento, “mostrando que temos condições de imunizar as aves sem agredi-las, sem causar stress, e deixando-as muito bem protegidas contra os desafios de campo.”

Encerrando, Felipe Pelicioni arrematou que hoje já há no Brasil 1 milhão de aves vacinadas com a Novamune, em diferentes regiões do Brasil, entre elas São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Goiás. “Sempre com excelentes resultados”, destacou.

Para Pelicioni, o momento realmente é histórico para a avicultura de postura, é histórico para a equipe da Ceva. “E esse evento representa bem o que a Ceva acredita: é essa paixão pelo cliente que a gente tenta demonstrar através da tecnologia e da inovação que a gente traz, na maneira de levar a gestão em sanidade para o cliente porque acreditamos que é dessa forma que podemos, sim, entregar valor para os nossos clientes.” 

(BOX)

EVENTO DE LANÇAMENTO TEVE ANÁLISE DO MERCADO DE GRÃOS E UM PANORAMA DO SEGMENTO DE OVOS NOS ESTADOS UNIDOS E NO MÉXICO

O evento do dia 11 de agosto que lançou a nova vacina da Ceva para Gumboro também contou com uma programação de análise do mercado de grãos e apresentação de panoramas da indústria avícola nos Estados Unidos e no México.

O primeiro a se apresentar foi Alexandre Mendonça de Barros, consultor da MB Agro (São Paulo/SP) e especialista em agronegócio, que apresentou as causas e consequências relacionadas às altas em torno dos custos de produção e projeções para o segmento avícola.

Ele falou sobre o cenário internacional de grãos e, em especial, a posição do Brasil nesses últimos anos, em relação às altas dos custos dos insumos que atendem às granjas de postura no que diz respeito à produção de ração.

MENDONCA-INTERNA
Alexandre M. Barros: cenário difícil ainda este ano

Mendonça traçou um panorama do mercado global do milho e da soja e de como os números mundiais impactaram a produção de proteína animal no Brasil, desafio que vem se mostrando tão difícil de encarar nos últimos dois anos pelos produtores de ovos.

O consultor e palestrante também falou dos problemas sanitários vividos pela suinocultura chinesa que impactaram e continuam impactando a produção mundial, passando pelos efeitos da pandemia, canalização da renda nos canais food services, exportações elevadas, dólar em alta e seus efeitos na formação dos preços internos. E, por fim, a insaciável demanda chinesa por grãos, clima e o impacto no estoque global de grãos.

O especialista vê com otimismo o mercado de grãos para o próximo ano, mas não tem dúvidas de que o cenário seguirá apertado ainda neste semestre, especialmente para o Brasil.

O SEGMENTO DE OVOS NOS ESTADOS UNIDOS

As experiências de mercados de países expoentes na produção e consumo de ovos foram apresentadas, também, no evento da Ceva, no dia 11 de agosto. Para falar sobre o rico mercado norte-americano no lançamento da Novamune no Brasil, a Ceva convidou Chad Gregory, presidente da United Egg Producers, a associação nacional dos produtores de ovos dos Estados Unidos. Gregory traçou um perfil do mercado de ovos norte-americano – que conta com 300 milhões de poedeiras -, destacando as dificuldades porque vem passando os avicultores do país em relação às mudanças exigidas pelos consumidores de ovos. O sistema cage free é uma dessas mudanças postas à produção de ovos local.

GREGORY_USA
Chad Gregory: avicultor americano vive impasse

Por um lado, disse o presidente da UEP, houve uma boa situação em relação ao sistema cage free, já que ficou combinado entre produtores e órgãos de regulação que o sistema poderia ser mantido com aves em galpões fechados. Por outro, as mudanças têm provocado desvalorização das empresas de ovos com sistemas convencionais. Assim, avicultores que têm negócios e que não pretendem, ou não têm condições financeiras de investir no sistema cage free, não conseguem financiamento cem por cento nos bancos pois suas estruturas não estão sendo nem consideradas como “avalistas” para novos créditos. As instituições financeiras exigem que o avicultor banque, pelo menos, 70 a 80% do valor do investimento. “Então, esses empresários continuarão produzindo ovos no sistema convencional até que fechem suas empresas, pois nem sequer vendê-las eles conseguirão, já que praticamente não valem nada diante do nosso cenário.”

Gregory vê com preocupação essa nova realidade porque há, também, um prazo estipulado, entre 2022 e 2025, período em que os avicultores devem estar produzindo exclusivamente ovos com galinhas livres. “E não há volume de produção desse tipo de sistema para atender ao mercado norte-americano”, aponta o líder dos avicultores norte-americanos. Trata-se de 345 milhões de pessoas que consomem 288 ovos per capita somente em 2021.

NO MÉXICO, O MERCADO INTERNO AINDA É O REI

Outro convidado da Ceva para participar do evento de lançamento da Novamune no Brasil, Francisco Gonzales, da União dos Avicultores do México – UNA, confirmou que o mercado interno mexicano continua ditando as regras para o ovo produzido no país. Ou seja: os mexicanos consomem todo a produção de ovos gerada pelas empresas locais. Não há excedente para exportação. Isso porque o mexicano ama o ovo, ele está presente na vida da família mexicana. O consumidor mexicano não abre mão do ovo em sua dieta diária. Ninguém imagina um café da manhã no México sem a presença do ovo. 

GONZALES
Francisco Gonzales: ovo faz parte da cultura mexicana

Nesse sentido, Gonzales traçou o perfil do mercado do seu país em relação ao consumo de ovos, destacando que, apesar de ser um “querido alimento” à mesa dos mexicanos, o ovo não para de receber investimentos em marketing para manter-se um top of mind no cotidiano dos mexicanos. O México segue tendo o maior consumo per capita de ovos do mundo, com 24 quilos por pessoa ou 378 ovos per capita/ano. “É uma quantidade impressionante”, destacou Gonzales.

É o quarto país do mundo em produção de ovos. “Assim, o ovo é um alimento importante para o consumidor e, muito especialmente, para a economia do país, estando em lugar de destaque no agrobusiness mexicano”, concluiu.

(Teresa Godoy – A HORA DO OVO. Em cobertura especial no lançamento da Novamune, da Ceva. Prints: A Hora do Ovo)



0 Comentários