A avicultura de postura brasileira foi prestigiada, no final de março deste ano, com uma nova visita do geneticista Gosse Veninga, da gigante holandesa Hendrix Genetics. Diretor global de Genética de Postura da empresa, Veninga esteve em Pernambuco e Rio Grande do Sul a convite da Mercoaves, empresa responsável por produzir e comercializar no país as aves Bovans e Isa, duas das mais destacadas linhagens da Hendrix. A Bovans, inclusive, é detentora de recordes mundiais de produtividade, desde 2018 na Granja Pavão, de Goiás (Leia nossa reportagem exclusiva acessando o link A galinha dos 500 ovos já é uma realidade). 

As duas palestras de Gosse Veninga tiveram como tema Progresso Genético das Poedeiras Bovans e Isa. A primeira foi em 26 de março, em São Bento do Una, cidade do Agreste Pernambucano que se destaca em todo o Nordeste e Norte por sua alta produção de ovos. Participaram avicultores e técnicos avícolas do município e região, com grande proveito das informações transmitidas pelo geneticista.  

Da mesma forma, no dia seguinte, 27 de março, produtores gaúchos, da Mercoaves, também puderam ouvir as boas novas que Gosse Veninga trouxe ao Brasil. A palestra para produtores e técnicos do Rio Grande do Sul foi promovida na cidade de Garibaldi e foi prestigiada por expressivo número de produtores do estado. E, assim, como em Pernambuco, as informações transmitidas foram sobre os avanços das poedeira Bovans e Isa em nível mundial. Lembrando que elas são aves de grande penetração no mercado brasileiro por terem, tradicionalmente, grande adaptabilidade às variadas condições de sistemas de criação, alojamento, manejo e nutrição utilizadas no Brasil.

As palestras de Gosse Veninga nos dois importantes polos de produção brasileiros tiveram o prestígio, também, da presença de Marco de Almeida, diretor da Hendrix Genetics para o Brasil e América do Sul; de Gauben Peruzzo e de Marco Antônio Soares, diretores da Mercoaves. 

FOCO NO APRIMORAMENTO GENÉTICO

Em uma entrevista ao site Avicultura do Nordeste, gravada durante o evento em São Bento do Una, Gosse Veninga mostrou-se feliz em estar mais uma vez no Brasil para o contato direto com os avicultores que alojam aves da Hendrix Genetics. E aproveitou para destacar o compromisso da empresa em atuar sem descanso para aprimorar a genética de suas poedeiras, tanto em produtividade como em persistência de produção e qualidade de casca até o final do ciclo produtivo da ave.

“Vim ao Brasil para mostrar aos nossos clientes o que podem esperar em melhoramento genético dos produtos Hendrix Genetics nos próximos anos. Estamos muito focados em aumentar o número de ovos de primeira qualidade por galinha alojada. Também focamos na persistência de produção de ovos, na qualidade da casca dos ovos até o final da vida produtiva da galinha, na viabilidade e, também, em obtermos uma curva plana do tamanho dos ovos. Com essas características podemos chegar à meta de obter 500 ovos por galinha alojada em sua vida produtiva. E queremos ir aumentando ainda mais essa meta”, disse Veninga.

Ele conta que um avicultor pernambucano lhe disse que pretendia atingir em sua granja 550 ovos em 110 semanas, com boa casca e menor consumo de alimentos. E o geneticista disse que, de fato, é possível atingir essa expectativa dos avicultores, pois a Hendrix Genetics tem demonstrado ser possível que suas aves aumentem de três até quatro ovos a mais a cada ano. Além disso, com o constante melhoramento da casca do ovo desenvolvido pela empresa, a cada ano tem conseguido aumentar a idade dos lotes. E destacou: “Com isso poderemos ampliar a sustentabilidade da indústria da produção de ovos”. 

DIFERENCIAÇÃO DE EMBRIÕES

O geneticista holandês também fez questão de abordar a preocupação da empresa com o tema bem-estar animal. “Estamos trabalhando em um projeto cujo objetivo é diferenciar os embriões machos dos embriões fêmeas ainda antes de colocar os ovos para incubar. É uma pesquisa que vai nos levar a atender à questão do bem-estar animal”, afirma, lembrando que o objetivo é evitar o descarte ou sacrifício dos pintinhos machos no primeiro dia de seu nascimento, já que os ovos com embriões machos não serão incubados e poderão ter o destino de consumo in natura ou mesmo para a indústria alimentícia. E claro, será possível aumentar a eficiência das incubadoras.

 Também entrevistado, Marco Antônio Soares, diretor da Mercoaves, agradeceu a oportunidade de, através da visita de Veninga, atualizar os clientes brasileiros sobre os esforços para a constante evolução dos produtos genéticos da empresa. “As palestras foram muito importantes, também, para o fortalecimento das relações no mercado avícola”, destacou o diretor. 

Nas fotos da galeria abaixo, alguns momentos das palestras em São Bento do Una (PE) e Garibaldi (RS).

(Texto: Elenita Monteiro/A Hora do Ovo. Fotos de São Bento do Una - PE: Eduardo Valença. Fotos de Garibaldi - RS: divulgação Mercoaves)