Produção de ovos com qualidade e segurança para o consumidor
A importância de se manter um programa vacinal adequado para que sejam gerados e mantidos benefícios econômicos aos produtores de ovos.
Produção de alimentos com qualidade
O setor produtivo de ovos lida com um alimento de alto valor biológico e que faz parte de uma dieta saudável e nutritiva. As tecnologias disponíveis nos permitem complementar as qualidades do ovo com a segurança alimentar necessária para garantir a saúde dos consumidores.
A pressão por custos de produção continuará constante ao longo dos tempos, mas as garantias de saúde dos lotes de aves precisam ser mantidas. Estamos saindo de um período de maior incidência de problemas respiratórios, e com a chegada das temperaturas mais elevadas do verão, os problemas bacterianos e entéricos têm sido mais evidentes.
A importância da saúde e integridade intestinal
Independente do estágio de desenvolvimento da ave, é através da ração que a ave obtém praticamente a totalidade de nutrientes para o seu desenvolvimento durante a fase de cria e recria e para a produção de ovos durante a fase de postura.
Por isso é importante fornecer às aves uma alimentação de qualidade complementada por ferramentas que ajudam a manter a integridade intestinal das aves.
A Clostridium perfringens é provavelmente a bactéria causadora de enterite em animais domésticos mais difundida no mundo e a enterite necrótica sub-clínica está estreitamente relacionada com diminuição da taxa de crescimento e piora na conversão alimentar. O uso de promotores de crescimento para o controle de bactérias Gram Positivas (como a bacitracina de zinco e a lincomicina) tem sido até o momento a principal estratégia para o controle dos problemas associados ao C.perfringens.
Paralelamente, deve-se controlar fatores imunossupressores, tais como a doença de Gumboro, anemia infecciosa, Marek e a presença de insetos, como o cascudinho.
A importância de um sistema respiratório íntegro e ativo
As aves são muito dependentes do sistema respiratório, pois além das trocas gasosas e controle da temperatura corporal, o sistema respiratório precisa estar apto para evitar a entrada de agentes patogênicos, sejam aqueles que atuam no próprio sistema respiratório - como o Pneumovírus e os Micoplasmas -, e/ou com capacidade para atingir outros órgãos, causando complicações em períodos de estresse (comuns durante o período de verão), como é o caso das Colibaciloses e Bronquite Infecciosa.
Manter um programa vacinal adequado gera diversos benefícios econômicos aos produtores de ovos:
1. Melhor previsibilidade da produção diária dos lotes, reduzindo-se as oscilações de produção;
2. Manutenção dos custos de produção, sem custos adicionais com a medicação dos lotes;
3. Manutenção da qualidade do ovo, sem riscos de residuais de medicamentos;
4. Manutenção das taxas de ocupação dos galpões, através do controle de mortalidade dos lotes.
Antigamente, muitos dos problemas respiratórios exigiam o uso de medicamentos para o controle de agentes bacterianos secundários. Hoje, dispomos de ferramentas práticas e econômicas (como as vacinas vivas contra E.coli e Salmonella) que são eficazes no controle destas complicações.
O peso das doenças subclínicas
Sabemos da importância da busca de ferramentas que nos auxiliem na redução dos custos de mão de obra, as novas tecnologias surgem, mas elas podem possuir limitações importantes em determinadas situações. Quando os problemas de campo aparecem de forma clara, geralmente, tomam-se as medidas corretivas de forma rápida. Porém, quando temos problemas em sua forma subclínica além da dificuldade de identificação e convencimento do problema, esta condição consome de forma silenciosa parte importante do faturamento dos produtores de ovos.
Como exemplos, temos as doenças de Marek e Gumboro. Em alguns casos é possível agirmos de forma complementar no campo, como no caso da doença de Gumboro. Porém, em outros - como no caso da doença de Marek -, ficamos na dependência das ações que são tomadas no nascimento das aves.
A busca constante por soluções econômicas e eficazes
O trabalho de campo tem sido bastante intenso e programas vacinais até então estáticos estão sendo otimizados para manterem a segurança, eficácia e economia da produção dos ovos.
É importante que a relação entre os produtores de ovos e as tecnologias em uso sejam embasadas em critérios econômicos e técnicos e evitem situações de comodidade para que não sejamos surpreendidos neste mundo em constante mudança e que muda cada vez mais rápido. Estatísticas sobre o avanço dos plantéis, quantidade de produtores e lucratividade do setor nos mantêm sempre alertas.