Cuidados devem ser constantes e redobrados na biosseguridade da granja

Cuidados devem ser constantes e redobrados na biosseguridade da granja

São diversos os fatores que mantêm a biosseguridade, resultando em um ovo de qualidade e com segurança alimentar para o consumidor.

Com a palavra

April 13, 2014

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Cada vez mais presente à mesa do brasileiro, o ovo assume posição de alimento saudável e impulsiona o crescimento do mercado de postura comercial, atingindo a casa dos 34,12 bilhões de ovos produzidos em 2013, algo em torno de 7,4% acima do realizado em 2012. Em contrapartida o consumidor, ávido por qualidade, busca produtos que atendam quesitos sob o ponto de vista de segurança alimentar.

Para o produtor, a preocupação é redobrada se forem considerados os problemas relacionados à qualidade de produto e saúde pública, que também causam impacto econômico.

Devido a essa necessidade, o termo rastreabilidade ganha destaque na cadeia produtiva. Fazer o caminho inverso, ou seja, saber a origem do ovo e os processos produtivos envolvidos para garantir sua qualidade final são determinantes na hora da escolha.  Veja logo abaixo o fluxograma que evidencia este processo de rastreabilidade.

Portanto, para manter essa segurança no processo de produção, é importante reforçar as medidas de biosseguridade para garantir qualidade e produtividade da cadeia, desde o alojamento das fêmeas até os centros de distribuição e comercialização do ovo. 

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Pontos chaves do programa de biosseguridade

1. PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES

Do ponto de vista prático, a higienização das instalações associada ao vazio sanitário é fundamental para a quebra do ciclo de vida de determinados agentes infecciosos, minimizando os riscos sanitários.

Falhas no planejamento e execução das atividades de higienização podem resultar em perdas econômicas significativas por conta dos desafios sanitários ao qual os planteis são submetidos devido ao nível de patógenos remanescentes.

Acompanhe a figura 2 abaixo.

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 As etapas do processo de higienização podem ser divididas em:
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 Vale ressaltar que as etapas devem ser bem sincronizadas para atingir bons níveis de redução de patógenos, conforme a tabela 1, a seguir.

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2. CONTROLE DE PRAGAS

Moscas

Nos sistemas de produção de ovos, as poedeiras são alojadas em gaiolas suspensas, consequentemente há acúmulo de esterco abaixo das gaiolas, favorecendo o desenvolvimento de moscas, dentre as quais encontram-se Musca domestica L., Muscina stabulans (Fállen), Fannia pusio (Wiedemann) e Stomoxys calcitrans (L.).

Elas atuam como vetor mecânico, carregando microrganismos patogênicos, como por exemplo, Salmonella sp. Os microrganismos são carreados por todo o exoesqueleto e aparelho digestivo (SAIDE e GONZÀLEZ,1997). Por esse motivo, precisam ser controladas periodicamente

Roedores

Também sinantrópicos e com alta capacidade de adaptação ao meio, os roedores são capazes de sobreviver e proliferar com extrema facilidade. São responsáveis por perdas econômicas das mais variadas e incluem danos às instalações, consumo de ração, consumo de ovos e contaminação microbiana das aves e humanos.

Entre os microrganismos potencialmente patogênicos para aves e humanos destacamos as Salmonellas sp. (principalmente S. Enteritidis e S. typhimurium). Os roedores também precisam ser controlados nos sistemas de criação. 

3. PROGRAMA DE VACINAS

O programa de imunização das aves é fundamental para minimizar as perdas econômicas relacionadas a enfermidades infecciosas. Vacinas vivas e inativadas são usadas para controle dessas enfermidades, estimulando a produção de anticorpos e consequente proteção das aves.

Os programas de vacinação são variáveis e, para sua configuração, o médico veterinário deve considerar as condições locais, a prevalência das doenças, a gravidade dos desafios e atender às normas vigentes do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Também é importante ressaltar que nenhum programa de vacinação vai garantir eficácia total contra a colonização, multiplicação e infecção das aves. O programa é apenas mais uma das ferramentas que compõem os programas de biosseguridade, juntamente com o programa de monitoria desses plantéis. 

4. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA

Pessoas envolvidas na atividade avícola devem ser constantemente treinadas sobre as Boas Práticas de Produção e as premissas dos Programas de Biosseguridade. A tríade conscientização, comprometimento e multiplicação desses conceitos entre os colaboradores deve ser vigente. A educação continuada neste sentido propõe orientação sobre:

* Medidas básicas de asseio pessoal (mãos limpas e unhas aparadas) para manipulação da produção de ovos.

* Não ter contato com aves ornamentais ou de subsistência, pois elas são reservatórios de vírus e bactérias de impacto econômico para a atividade comercial.

* Cuidados básicos no arraçoamento e coleta de ovos para não criar uma agitação desnecessária nas aves. 

5. QUALIDADE DA ÁGUA

Segundo Macari (1996), em poedeiras 53% do organismo é água e tem função primordial como regulador da temperatura corporal e modulador de consumo de ração. No ovo não é diferente: 75,2% da composição total é água. (Gava, 2008).

Muitos fatores comprometem a qualidade da água de bebida dos sistemas de criação de aves. Os mais comuns são Ph, dureza e contaminação bacteriana e, por isso, devem ser testados com frequência.

A cloração é eficaz para garantir a qualidade microbiológica da água. Além da cloração é importante manter o sistema hidráulico livre de biofilme e os reservatórios em locais protegidos do sol. A temperatura da água influencia diretamente no consumo bem como na qualidade de casca.

Os parâmetros completos referentes à qualidade de água no Brasil estão descritos na Resolução 357 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). 

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ROGÉRIO FROZZA é médico

veterinário, especialista

em Avicultura na Sanphar

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Referências Bibliográficas:

Gava, A. T.; Silva, C. A. B.; Farias, J. R. G.: Tecnologia de alimentos: Princípios e aplicações – São Paulo: Nobel, 2008.
Kaskova. A; Ondrasovicova. O; Vargova. M; Smirjakova. S; Ondrasovic. M; Chovanec. M;. Efficiency of Sanitary Treatment in Poultry Breeding and Poultry Meat Processing Plant. ACTA VET. BRNO 2006, 75: 611–617
Macari, M. Água na avicultura industrial. Jaboticabal: FUNEP, 1996.
Mazzuco. H: Boas Práticas de Produção na Cadeia de Postura Comercial: Desafios e Oportunidades. XI Seminário Nordestino de Pecuária - PECNORDESTE 2007, Fortaleza-CE,
SAIDE, P. C. M.; GONZÁLEZ, H. D. Importancia de las moscas como vectores potenciales de enfermedades diarreicas em humanos. Revista Biomédica, Yucatan, v. 8, n. 3, p. 163-170, 1997.
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