Combate biológico à verminose

Combate biológico à verminose

A verminose é uma doença silenciosa que pode gerar diversos prejuízos econômicos e sanitários para os plantéis avícolas.

Com a palavra

novembro 20, 2022

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As aves de produção com maior tempo de vida, como galinhas de postura e reprodutores de frango de corte, são frequentemente acometidas pela verminose, mesmo quando criados em sistemas intensivos.

Em ambientes fechados, hospedeiros intermediários e/ou vetores, como as moscas, por exemplo, podem contribuir para a persistência da verminose carreando os ovos dos vermes entre as gaiolas. No entanto, quando as aves são criadas soltas ou com acesso ao ar livre, a dificuldade no controle da verminose pode ser ainda maior, devido ao contato direto com os ovos dos vermes e com maior variedade de insetos. Além disso, quando em contato com o solo, as aves podem se recontaminar, prejudicando a eficiência dos anti-helmínticos.

Dessa forma, considerando a crescente mudança de sistemas intensivos de criação para sistemas como o cage-free, o free-range e o caipira, torna-se ainda mais importante controlar a verminose.

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A restrição do uso de anti-helmínticos químicos é outro fator que dificulta o controle da verminose. Muitas fábricas de rações não possuem certificação que permita o uso de medicamentos via ração. Ainda existem medidas regulatórias no uso de medicamentos para ovos de consumo humano e para alguns sistemas de criação. Essas limitações no uso de químicos impulsionam as empresas avícolas a investir em alternativas naturais para o combate da verminose, sendo uma delas o controle biológico.

Controle biológico é a utilização de um inimigo natural para a redução da prevalência de um determinado agente etiológico. Existem diversos trabalhos na literatura demonstrando a eficiência in vitro e in vivo de fungos helmintófagos para controle biológico de vermes que acometem as aves. Esses fungos se alimentam de larvas e ovos que estão no ambiente, sendo uma entre as escassas alternativas existentes para o controle ambiental da verminose. Os ovos de vermes são extremamente resistentes, toleram condições climáticas adversas e desinfetantes, podendo sobreviver durante anos no ambiente, sendo o maior desafio para reduzir a verminose nos plantéis.

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Os fungos que podem ser utilizados para o controle biológico da verminose são extraídos da natureza, inclusive alguns são saprófitas e, portanto, não dependem da presença do parasita no solo para sua sobrevivência. Ainda, como são fornecidos junto à ração, devem possuir capacidade de sobreviver à passagem de forma inerte pelo sistema digestório das aves. Esses fungos podem possuir capacidade ovicida ou larvicida. A ação ovicida ocorro por efeito lítico, com alteração morfológica do embrião e casca do ovo do verme, a partir da colonização externa do ovo pelo fungo e posterior penetração de hifas. Já a atividade larvicida, ocorre por ação predatória, devido à habilidade de fazer armadilhas a partir de suas hifas, que prendem as larvas para posterior consumo.

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Os fungos helmintófagos podem ser utilizados para prevenção da verminose sinergicamente às medias de biosseguridade, podendo ser associados também ao uso de anti-helmínticos químicos ou naturais, principalmente quando existe uma infecção estabelecida, ou seja, quando são encontrados vermes adultos durante as necrópsias.

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Portanto, o controle biológico é uma excelente alternativa para a redução da verminose nos plantéis avícolas, contribuindo com as novas tendências e demandas de mercado.

Para saber mais sobre combate biológico à verminose acesse: www.cinergis.com.br

(Imagens/ilustrações da articulista/Cinergis)
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CAMILA ORO Autor

Médica veterinária e coordenadora técnico-comercial da Cinergis

tag: Verminose , Camila Oro , Cinergis , combate biológico à verminose ,

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