Redução da fome no Brasil tem relação com a excelência do agronegócio

Redução da fome no Brasil tem relação com a excelência do agronegócio

É o que acredita Eduardo Daher, diretor executivo da Andef, referindo-se aos dados divulgados pela FAO no dia 1º de outubro; mas ainda há muito a fazer.

Ovonews

outubro 01, 2013

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Eduardo Daher, da Andef: recorde de produção de alimentos no Brasil

"É inegável a correlação do sucesso alcançado no combate à fome com os consecutivos recordes de produção de alimentos que o agronegócio nacional vem apresentando, bem como não podemos negar que tal conquista só foi possível com os constantes investimentos em tecnologia e inovação na produção rural”. A opinião é de Eduardo Daher, diretor executivo da Andef, a Associação Nacional de Defesa Vegetal, referindo-se à capacidade do agronegócio de gerar alimentos para o combate à fome.

A referência é direta aos dados divulgados no dia 1º de outubro pela FAO/ONU - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, segundo os quais em 20 anos o número de pessoas que passam fome no Brasil foi reduzido em quase 10 milhões. Entre 1992 e 2013, o número de cidadãos brasileiros famintos caiu de 22,8 milhões para 13,6 milhões de pessoas. Com esse resultado, o país atingiu uma das Metas do Milênio, ao lado de outras 30 nações.

Economista e pós-graduado em administração de empresas pela FGV-SP, Eduardo Daher refere-se justamente ao desenvolvimento do agronegócio como fator importante a alavancar esses dados de combate à fome no país. Segundo ele, a agropecuária brasileira tornou-se, no mesmo período citado pela FAO, uma referência de modernidade e produtividade para todo os países produtores de alimentos. "Não é à toa que hoje temos o desafio de assumir a posição de celeiro do mundo", lembra Daher. No entanto, o executivo também destaca que é preciso comemorar os bons resultados obtidos nos últimos anos, sem distrair-se do grande desafio que a agricultura brasileira ainda tem pela frente. “Precisamos acabar com os gargalos que ainda emperram o desenvolvimento da atividade rural brasileira para que sigamos neste caminho de sucesso e consigamos, em alguns anos, levar alimentos para todas as famílias do Brasil e do mundo".

Segundo dados da FAO, o Brasil está bem colocado em números absolutos, com a redução de 40%, da fome no país, considerada uma das maiores reduções obtidas no mundo, duas vezes mais acelerada que a média mundial. Entre 1992 e 2013, a fome mundial caiu 17%: hoje são 842 milhões de pessoas que passam fome, contra 868 milhões há dois anos. Em 1992, o número total era de 1 bilhão.

Apesar dos avanços, a FAO alerta que o volume de pessoas famintas ainda é inaceitável e compara: “Se grandes países emergentes conseguiram fazer avanços importantes, regiões inteiras da África ainda registram um aumento do problema. Do total de famintos, apenas 15,7 milhões de pessoas estão nos países ricos. Mas, enquanto o número cai de forma geral no planeta, o volume de cidadãos que passam fome nos países ricos aumentou nos últimos quatro anos, com um incremento de 500 mil. O fenômeno foi registrado no mesmo período em que a pior crise econômica em 70 anos afetou a Europa e os Estados Unidos.”

Pela meta criada pela ONU para ajudar no combate à fome, os governos precisariam reduzir em 50% a proporção de pessoas famintas em relação ao total da população, entre 1990 e 2015. Segundo os dados divulgados, a redução no Brasil superou a marca de 54%: em 1990, 15% da população nacional passava fome; hoje, a taxa é de 6,9%. 

(A Hora do Ovo, com informações da assessoria de comunicação da Andef e o jornal O Estado de S. Paulo)

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