Ovo no Paraná: equilíbrio entre oferta e procura

O preço do ovo está agradando o mercado de postura no Paraná. Pelo menos é o que demonstram os dados do Departamento de Economia Rural, o Seab, da Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná. Em reportagem de Victor Lopes, da Folha de Londrina, o cenário se mostra bem promissor para os produtores de ovos. Acompanhe a reportagem, publicada no dia 17 de maio, no informativo de Londrina (PR).

“Os avicultores de postura paranaenses iniciaram o ano com ótimos preços para a comercialização de ovos. Tanto na avaliação do quadrimestre, como no comparativo com o ano passado, as altas são significativas. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretária de Agricultura do Estado do Paraná (Seab), em abril, o preço médio ao produtor da caixa de 30 dúzias de ovos tipo grande atingiu o valor de R$72,03 - 14,4% maior que o valor médio vigente em igual mês de 2013 (R$62,92) e 56,6% maior que o de janeiro deste ano (R$45,97).

No atacado, o preço médio do ovo de abril foi de RS78,64, 10,5% maior que o valor praticado em igual mês de 2013 (R$71,11) e 50,1% menor que o de janeiro (R$ 52,37). No varejo, o preço do mês passado foi R$4,49 a dúzia, o que representa um aumento de 14,8% ante ao praticado em igual mês de 2013 (R$3,91/dúzia) e 40,7% maior que o de janeiro.

De acordo com o técnico do Deral responsável pelo levantamento, Roberto de Andrade Silva, o aumento dos preços está diretamente ligado ao equilíbrio entre a oferta e a demanda. "Após passar por dificuldades devido ao aumento dos insumos para a alimentação das aves, os produtores de ovos estão controlando melhor o mercado. Eles ajustaram a oferta, equilibrando a produção, e assim conseguem evitar as grandes oscilações nos valores do produto", afirma.

Além disso, Silva explica que a cadeia está mais organizada, e promovendo campanhas de marketing e fomento do consumo de ovos. "Com o poder aquisitivo melhor, os consumidores estão gastando mais com bolachas, bolos e ovos in natura. Além disso, os números de exportação, que ainda são pequenos comparados com o mercado interno, subiram significativamente no começo do ano". No primeiro bimestre de 2014, o Paraná exportou 656 toneladas de ovos, contra 294 toneladas no mesmo período do ano passado.

A produção paranaense de ovos fechou 2013 em 252,2 milhões de dúzias, uma queda de 2% frente aos 257 milhões do ano anterior. O Brasil seguiu a mesma tendência: queda de 1,7% e produção fechada em 2,74 bilhões de dúzias. "Sem dúvida, a avicultura de postura passa por um momento de modernização e novas tecnologias para atender o mercado", complementa Silva.

Relação de troca

Apesar da alta do preço dos ovos, o poder de compra de rações pelo produtor está menor. Isso mostra que as principais commodities para alimentar as aves – milho e farelo de soja – continuam em plena valorização. Em abril deste ano, foram necessárias 6,3 caixas de ovos grandes para comprar uma tonelada de milho (no atacado: R$ 454,50), ao passo que, há um ano, eram necessárias 6 caixas de ovos.

Em relação ao farelo de soja, a situação de troca também piorou. No mês passado, foram necessárias 16,4 caixas de 30 dúzias para comprar uma tonelada de farelo de soja (atacado: R$ 1.186,52), enquanto que, em abril de 2013, eram necessárias 13,9 caixas de ovos."

(A Hora do Ovo, com reportagem da Folha de Londrina – PR)