Avicultores de Pernambuco reclamam suspensão dos leilões do milho
Sem aviso prévio, Governo Federal suspendeu os leilões do milho da Venda do Estoque Público, o VEP, o que compromete a produção avícola do Estado.
Josimário Florêncio, da Avipe: momento delicado |
Se não for pelo comprometimento que tem com o povo que o elegeu, que ao menos seja pela pressão que o setor da avicultura exerce sobre a economia pernambucana. Sendo assim ou assado, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse aos avicultores, na semana passada, que falaria com a presidente Dilma sobre uma nova demanda dos produtores do estado. E a demanda é sempre um problema que os avicultores encontram pela frente quando precisam que o governo faça o mínimo que lhe cabe.
A notícia saiu no jornal Folha de Pernambuco, mostrando o quanto é necessário o avicultor se mobilizar para cobrar o que lhe é de direito, mesmo depois de produzir com seu trabalho o alimento para a população, gerando dividendos para a economia. Dados da Secretaria de Agricultura de Pernambuco demonstram que a avicultura local utiliza cerca de 50 mil toneladas de milho por mês. O segmento responde pela geração de 120 mil empregos.
O noticiário pernambucano mostrou que empresários do setor da avicultura de Pernambuco estiveram reunidos na semana passada em Caruaru, para manifestar descontentamento com a decisão do Governo Federal em suspender os leilões do milho da Venda do Estoque Público (Vep)”. Segundo a publicação, a suspensão do VEP começou no último dia 31 de outubro.
Presente à reunião dos avicultores, o governador do Estado, Eduardo Campos, prometeu levar a reivindicação da retomada da venda do Vep para a reunião que teria com a presidenta Dilma Roussef, em Salvador, na Bahia, quando aconteceria a 16ª reunião ordinária do Conselho Deliberativo da Sudene. O tema principal do encontro seriam as ações para convivência com a seca, mas o governador de Pernambuco comprometeu-se a tocar no assunto do milho com a presidente.
Josimário Florêncio, presidente da Avipe, a Associação Avícola de Pernambuco, se mostrou indignado com a mudança de planos sem aviso prévio a quem de direito interessaria. “Foi surpreendente nos depararmos com a situação que enfrentamos agora. Essa atitude de suspensão dos leilões, sem aviso. Estamos com medo. O mercado voltou a ser especulativo. É um momento muito delicado.” Os primeiros reflexos dessa situação, segundo Florêncio, já estão sendo sentidos pelos avicultores, pois a saca de milho, que antes custava R$32,00, passou a R$40,00 diante desse novo “mercado”. Em entrevista ao jornal pernambucano, o vice-presidente da Avipe, Antônio Correia, reclamou que o mercado de balcão tem se intensificado nesse momento de crise provocada pela estiagem, mas o do Vep não, apesar de portarias ministeriais terem liberado volumes parecidos para a venda. “Há milho para os dois programas. Para o Vep foram destinadas 500 mil toneladas e, para o balcão, 400 mil”, explicou Correia, comentando ainda que apenas a metade em ambos os casos teriam sido utilizadas até agora. “O vice-presidente da entidade aproveitou para comentar que, apesar de uma quebra de safra de 31% no Nordeste, o Brasil teve uma das melhores produções do ano e deverá ocupar, até o fim deste ano, o segundo lugar em exportações.”
Como sempre, o avicultor paga o pato; no caso, paga para produzir o frango e o ovo que saem de suas granjas.