Os produtores de ovos poderão contar com preços balizados pelo Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, a partir de fevereiro do ano que vem. O órgão, que é vinculado à Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, da USP - Esalq/USP - levará toda a sua confiabilidade no mercado do agrobusiness para compor também com a cadeia de produção de ovos. A boa ideia é uma iniciativa do Instituto Ovos Brasil, que vem trabalhando desde 2007, quando foi criado, para enriquecer o marketing do ovo, elaborando e pondo em práticas ações de valorização de todas as etapas da cadeia avícola brasileira.

Os indicadores serão formulados, inicialmente, para os Estados de São Paulo e Minas Gerais, primeiro e segundo lugares no ranking da produção nacional; também o Rio de Janeiro entrará nessa primeira etapa, por se tratar de um importante mercado consumidor de ovos. Em curto prazo, espera-se atingir outras regiões produtoras, informa o Instituto Ovos Brasil. Em sua divulgação, a entidade destaca, também, que o trabalho de elaboração de preços dos ovos brancos e vermelhos conterá, inicialmente, apenas o tipo extra, que costuma ser tomado como referência para preços dos demais tipos.

A princípio, o mercado contará com indicadores de preços ao produtor e no atacado – consumo in natura. Não serão incluídas vendas para o uso industrial nos primeiros indicadores Cepea/Ovos Brasil. Para compor os indicadores, serão consultados periodicamente produtores, entidades representativas da categoria e compradores do segmento atacadista. 

A parceria e os primeiros passos 

Com a parceria firmada entre o Instituto Ovos Brasil e o Cepea, o mercado de ovos passa a contar com indicadores com parâmetros confiáveis para os vários elos da corrente produtiva do ovo. A elaboração dos índices chegam em boa hora, quando o produto ovo já ganha maior valor agregado para os produtores, baseando-se no fato de que o alimento vem galgando patamares importantes na mesa do brasileiro. O consumidor tem comido mais ovos, o que elevou o índice de consumo, que passou de 130 ovos per capita em 2007 para 163 ovos per capita em 2011. O resultado pode ser creditado, em parte, ao aumento do poder aquisitivo do brasileiro, mas também é fruto de amplo e dedicado trabalho do Instituto Ovos Brasil ao longo dos últimos cinco anos.

A assinatura da parceria firmada com o Cepea foi feita no dia 1º de novembro. Os levantamentos do Cepea já estão sendo conduzidos e a estimativa é que as primeiras divulgações sejam feitas em fevereiro do ano que vem. Rogério Belzer, presidente do conselho diretivo do Instituto Ovos Brasil, revela que “o processo de formação de preços de ovos no país ainda carece de referenciais que proporcionem maior simetria de informação a todos que constituem a cadeia. Nesse sentido, o Cepea tem a contribuir, aplicando também a esse setor a experiência que acumula desde 1994 na elaboração de indicadores de preços, de forma idônea e isenta”. O diretor executivo do Instituto, José Roberto Bottura, salienta que essa era uma necessidade do setor há tempos; ele confirma que “através dessa parceria será possível proporcionar dados confiáveis que beneficiarão a todos”.

A equipe de pesquisa está aprofundando os estudos sobre a cadeia e já tem agendadas visitas às principais regiões produtoras. Após a reunião de dados específicos sobre os processos de produção e comercialização de ovos, a equipe Cepea iniciará a coleta diária de informações de mercado e submeterá os preços coletados a diferentes tratamentos estatísticos. O objetivo desse procedimento de praxe do Cepea é identificar os critérios de cálculo que mais adequadamente representem a realidade de cada segmento desse mercado (produtor e atacado).

(A Hora do Ovo, com informações da assessoria de imprensa do Instituto Ovos Brasil)