Prejuízo com calor intenso em Bastos pode ter chegado a R$ 5 milhões

Prejuízo com calor intenso em Bastos pode ter chegado a R$ 5 milhões

Estima-se que morreram 500 mil poedeiras nas granjas da Capital do Ovo; um índice de até 3% por propriedade e 10% de queda na produção de ovos

POLOS DO OVO

novembro 26, 2012

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Mortalidade também ocorreu na década de 1990

Variou entre 2% e 3% o índice de mortandade de poedeiras nos primeiros dias de novembro nas granjas de Bastos. E a queda na produção de ovos no município foi de 10%. Os dados são do presidente do Sindicato Rural de Bastos, Welington Koga, tradicional produtor da Capital do Ovo. Ele informa que os prejuízos foram menores em granjas mais novas e automatizadas ou mesmo aquelas que têm os aviários mais altos. “Houve granjas em que não foi registrada mortandade de aves , mas a queda na produção atingiu a todas as propriedades, pois mesmo que a ave não morra ela sofre com o stress térmico e, com isso, reduz a postura”, afirma Welington, que soube de granjas que tiveram até 20% de queda na produção.  

Estima-se que meio milhão de aves morreu durante a onda de calor intenso, conforme chegou a ser noticiado na versão on line do jornal O Estado de São Paulo, no dia 15 de novembro. Na matéria,o repórter Sandro Villar, de Presidente Prudente (SP), entrevistou Francisco Oura, encarregado da compra e venda da Cooperativa Avícola de Bastos, que informou que a onda de intenso calor causou um prejuízo de mais de R$ 5 milhões na avicultura local. "São R$ 3 milhões pela mortandade das aves e mais de R$ 2 milhões pela queda na produção", avaliou Francisco Oura na entrevista ao Estadão.

Além de todo o stress térmico devido às altas temperaturas dos primeiros dias de novembro – há galpões mais antigos em que foram registradas temperaturas de 43 graus, segundo Koga, a dificuldade de garantir água fresca para as aves foi determinante para a mortandade das poedeiras. O presidente do Sindicato Rural de Bastos explica que a água que abastece os galpões esquenta durante o trajeto do reservatório de água até o cano que a conduz aos bebedouros. Como a água quente fica imprópria e a ave deixa de bebê-la, a temperatura corporal da poedeira fica muito alta e acaba morrendo ou então deixando de produzir ovos.

Com a queda na produção na Capital do Ovo – Bastos é o maior produtor de ovos no Brasil -, o preço do ovo subiu de R$ 50,00 a caixa com 360 ovos brancos extra para R$ 55,00. Koga explica que apesar da alta de R$ 5,00 por caixa, em termos reais o aumento resulta em apenas R$ 1,00 a mais para o produtor, já que anterior à onda de calor o preço por caixa havia caído R$ 4,00. Para piorar, os insumos para ração (milho e soja, principalmente) voltaram a subir no mesmo período, reduzindo também a margem de lucro.

Para compensar a perda no plantel de poedeiras da microrregião de Bastos – que pode ter chegado a cerca de 4%, segundo informações dadas por Francisco Oura ao Estadão -, agora os avicultores devem ir repondo as aves gradativamente, de acordo com o planejamento de alojamentos já estabelecidos por cada propriedade. Segundo Koga, o tempo mínimo para repor esse plantel é de 8 meses, no caso das perdas das poedeiras mortas já na fase de início de muda forçada. Para a reposição total do número de aves mortas em novembro serão necessários pelo menos dois anos.

(Texto: Elenita Monteiro – Foto: jornal A Hora, 1997)

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