Defesa Sanitária entrega 32 registros de granjas de Bastos

Defesa Sanitária entrega 32 registros de granjas de Bastos

Agora, Bastos é o núcleo de postura comercial com o maior número de certificados de registros de estabelecimento avícolas emitidos em São Paulo.

POLOS DO OVO

dezembro 17, 2016

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Roberto Bottura: cerimônia de entrega dos registros de granjas, durante o jantar dos avicultores em Bastos

 

Desde o dia 14 de dezembro, Bastos é o núcleo de postura comercial do Estado de São Paulo com o maior número de granjas com certificado de registro de estabelecimento comercial avícola, de acordo com o que estabelece o Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA). Foi nesse dia que a Coordenadoria de Defesa Sanitária do Estado de São Paulo entregou a produtores dos municípios de Bastos e Iacri 32 certificados de registro de estabelecimentos avícolas. A entrega dos documentos aconteceu durante o XV Jantar de Confraternização dos Avicultores de Bastos, realizado na noite de 14 de dezembro, no salão social da Associação Cultural e Esportiva Nikkey de Bastos.

Num misto de cerimônia informal e festa, a entrega dos certificados foi feita com a presença do coordenador da Defesa Sanitária do Estado de São Paulo, o médico veterinário Fernando Buchala; do coordenador do Programa Estadual de Sanidade Avícola, o também médico veterinário Luciano Lagatta; e de José de Barros, chefe do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de Tupã. Estavam presentes, também, o médico veterinário José Roberto Bottura - secretário executivo da APA, a Associação Paulista de Avicultura - e a professora Masaio Mizuno Ishizuka – presidente do Comitê de Sanidade Avícola do Estado de São Paulo. Ambos atuam como consultores na comissão que os avicultores de Bastos instituíram em 2015 para estabelecer um programa de biosseguridade para as granjas da região, programa que está em fase de divulgação e gradativa implantação.

Assim, a noite foi para festejar os primeiros resultados de um bem-sucedido trabalho em equipe. Bottura, representando a APA, fez questão de elogiar a iniciativa de Bastos e de ressaltar o avanço e o arrojo que representa para a avicultura de postura brasileira o exemplo que o Sindicato Rural local dá ao país, ao propor e coordenar o Plano de Biosseguridade de Bastos. A iniciativa auxiliou na conscientização dos produtores para a necessidade de adaptar suas granjas às exigências da Defesa Sanitária, resultando no recebimento dos primeiros – e em número substancial – registros de granjas.  

“Este é um um momento único em que a avicultura de Bastos mostra à avicultura do Brasil essa pujança, esse arrojo e essa conscientização da importância de programas de biosseguridade”, ressaltou o secretário da APA. Ao anunciar o registro da Granja Ikeda, Bottura fez questão de ressaltar que o plano de biosseguridade em curso em Bastos foi idealizado por seu proprietário, Carlos Ikeda: “Este é o homem idealizador de tudo isso, que lutou, que conseguiu liderar um grupo para implantar um plano que é único no Brasil inteiro”, elogiou. (Saiba mais sobre o trabalho de biosseguridade de Bastos no link Bastos põe em prática programa de prevenção à influenza aviária).

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Fernando Buchala: Bastos dá exemplo

Antes da entrega dos certificados, Fernando Buchala fez um discurso em que também elogiou a iniciativa de Bastos: “Desde 2013, por ocasião da ocorrência do surto de laringotraqueíte em Bastos, nós viemos alertando sobre a necessidade de investimento em biosseguridade e agora, desde o ano passado, de uma forma muito espontânea, os senhores passaram a se organizar para realizar esse investimento, imprescindível para mantermos o status sanitário desta região. Vim de Campinas com muita satisfação para trazer para os senhores esses 32 processos de registros de estabelecimentos avícolas de granjas de Bastos.  É Bastos dando exemplo para São Paulo e para o Brasil. Todos estão de parabéns; esta noite é de muito orgulho para todos.“ 

Avicultores receberam o registro

Os certificados emitidos para as granjas da região de Bastos em 14 de dezembro eram de registros definitivos – para as granjas que estão cumprindo os requisitos da Instrução Normativa 56  (conhecida como IN 56), e também de registros para granjas que estão sob o programa de gestão de risco diferenciado, que é o registro sob a IN 10 (saiba a diferença entre os registros acessando o link: Telamento de aviários volta ao debate).

Os avicultores que receberam seus certificados foram Paulo Ueyama (Granja Ueyama), Kenji Amano (Granja Tsuru), Eiji Miyakubo (Granja Miyakubo); KatsuhiroMizohata (Granja Mizohata); Fábio Katayama & outros (Granja Sato), Makoto Inoue (Granja Inoue), Lauro Morishita (Granja Morishita), Castro Yoshida (Chácara Yoshida), Tsunehiro Nakanishi & Outros  (Granja Nakanishi),  Sílvio Guastalli (Granja Copacabana), Francisco Nunes da Silva (Granja São Paulo), Sérgio Arida (Granja Arida),  Yonai Mizuma (Granja Mizuma) e Rubens Tsuboi & Outros (Granja Tsuboi). Vários desses avicultores receberam certificados de registro de mais de uma propriedade, por isso o número final de registros chegou a 32.

Compromisso e seriedade

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Luciano Lagatta: compromisso

Luciano Lagatta, coordenador do programa estadual de Sanidade Avícola, informou em entrevista à A Hora do Ovo que até o momento 28% dos estabelecimentos avícolas paulistas (aves de corte e de postura) estão de posse de seus registros. Segundo ele, em postura comercial, a região de Bastos é a que mais recebeu certificados emitidos pela Defesa Sanitária. “Isso demonstra o compromisso que o avicultor de Bastos está assumindo em relação à biosseguridade”, elogia. Para ele, a conscientização sobre a importância de se investir em biosseguridade foi maior entre os avicultores bastenses desde a ocorrência do forte surto de influenza nos Estados Unidos, em 2014. “Bastos passou entender a seriedade do risco da influenza aviária e a responsabilidade de ser o maior núcleo de postura comercial do país”, analisa Lagatta, que há vários anos vem defendendo a tese de que o aporte de recursos em biosseguridade não é custo, mas, sim, investimento para proteger a granja e assegurar a produção e, por consequência, o negócio. “O investimento em biosseguridade é como fazer um seguro para a propriedade”, afirma. 

Felizes com o avanço que representou os 32 registros de granjas no núcleo de Bastos, Buchala e Luciano Lagatta disseram estar confiantes de que agora os demais produtores se sentirão estimulados a acelerar o processo de adequação de suas propriedades para também obterem seus registros.

Fernando Buchala explicou que são medidas que requerem investimento financeiro para adequação das instalações de postura, e que envolvem um trabalho de educação sanitária continuada dentro da empresa. “São práticas cotidianas que devem ser implantadas no estabelecimento e que passam a ser uma nova rotina. E isso não se muda do dia para a noite”, reconhece o coordenador da Defesa Sanitária Estadual.

Ele lembra que num primeiro momento, Bastos apresentou algumas dificuldades na implantação das medidas, devido às características de sua avicultura mas, segundo ele, isso foi entendido pelas autoridades federais. “Em entendimento com autoridades estaduais foram feitas adequações necessárias na regulamentação federal para que se pudesse manter as condições de sanidade avícola, mas atendendo às especificações da avicultura de postura. Paralelamente, os avicultores começaram um trabalho de investimento, e temos que valorizar o trabalho que surgiu em Bastos, de maneira muito espontânea. Estimulados por lideranças locais, o município criou o plano de biosseguridade regional para construir um alicerce, um colchão de biosseguridade”. Agora, assegura ele, é fundamental prosseguir no processo de registro dos estabelecimentos avícolas do estado de forma gradativa e evolutiva.

“Os 32 registros são importantes, mas não bastam. Temos que ter 100 por cento das granjas de Bastos registradas, porque não podemos deixar um elo dessa corrente quebrado. Todos têm que estar incluídos para o sistema ser seguro e para que possamos evitar doenças como a influenza aviária e New Castle. Essas doenças são capazes de inviabilizar a produção local. “São doenças que têm raio de ação, e se tiver uma única ocorrência dessas doenças em Bastos, teríamos que traçar o raio de ação do vírus e, devido ao nível concentração avícola que se tem no município, ficaria praticamente inviabilizada a avicultura local”, alerta. E acrescenta: “Esse processo de investimento e atuação continuada em práticas de biosseguridade é um processo que teve começo mas não terá fim.”

As granjas e os registros

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Granja Nakanishi
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Granja Tsuru
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Granja Ueyama
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Granja Ono
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Granja Tsuboi
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Granja Sato
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Granja São Paulo
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Granja Mizohata
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Granja Ikeda
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Granja Mizuma
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Chácara Yoshida
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Granja Miyakubo
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Granja Arida
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Granja Copacabana
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Granja Morishita e Granja Fênix
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Granja Hirai
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Granja Inoue

(A HORA DO OVO. Texto: Elenita Monteiro. Fotos: Teresa Godoy)

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