Avicultores de Pernambuco reclamam suspensão dos leilões do milho

Avicultores de Pernambuco reclamam suspensão dos leilões do milho

Sem aviso prévio, Governo Federal suspendeu os leilões do milho da Venda do Estoque Público, o VEP, o que compromete a produção avícola do Estado.

Ovonews

novembro 13, 2012

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Josimário Florêncio, da Avipe: momento delicado

Se não for pelo comprometimento que tem com o povo que o elegeu, que ao menos seja pela pressão que o setor da avicultura exerce sobre a economia pernambucana. Sendo assim ou assado, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse aos avicultores, na semana passada, que falaria com a presidente Dilma sobre uma nova demanda dos produtores do estado. E a demanda é sempre um problema que os avicultores encontram pela frente quando precisam que o governo faça o mínimo que lhe cabe.

A notícia saiu no jornal Folha de Pernambuco, mostrando o quanto é necessário o avicultor se mobilizar para cobrar o que lhe é de direito, mesmo depois de produzir com seu trabalho o alimento para a população, gerando dividendos para a economia. Dados da Secretaria de Agricultura de Pernambuco demonstram que a avicultura local utiliza cerca de 50 mil toneladas de milho por mês. O segmento responde pela geração de 120 mil empregos.

O noticiário pernambucano mostrou que empresários do setor da avicultura de Pernambuco estiveram reunidos na semana passada em Caruaru, para manifestar descontentamento com a decisão do Governo Federal em suspender os leilões do milho da Venda do Estoque Público (Vep)”. Segundo a publicação, a suspensão do VEP começou no último dia 31 de outubro.

Presente à reunião dos avicultores, o governador do Estado, Eduardo Campos, prometeu levar a reivindicação da retomada da venda do Vep para a reunião que teria com a presidenta Dilma Roussef, em Salvador, na Bahia, quando aconteceria a 16ª reunião ordinária do Conselho Deliberativo da Sudene. O tema principal do encontro seriam as ações para convivência com a seca, mas o governador de Pernambuco comprometeu-se a tocar no assunto do milho com a presidente. 

Josimário Florêncio, presidente da Avipe, a Associação Avícola de Pernambuco, se mostrou indignado com a mudança de planos sem aviso prévio a quem de direito interessaria. “Foi surpreendente nos depararmos com a situação que enfrentamos agora. Essa atitude de suspensão dos leilões, sem aviso. Estamos com medo. O mercado voltou a ser especulativo. É um momento muito delicado.” Os primeiros reflexos dessa situação, segundo Florêncio, já estão sendo sentidos pelos avicultores, pois a saca de milho, que antes custava R$32,00, passou a R$40,00 diante desse novo “mercado”. Em entrevista ao jornal pernambucano, o vice-presidente da Avipe, Antônio Correia, reclamou que o mercado de balcão tem se intensificado nesse momento de crise provocada pela estiagem, mas o do Vep não, apesar de portarias ministeriais terem liberado volumes parecidos para a venda. “Há milho para os dois programas. Para o Vep foram destinadas 500 mil toneladas e, para o balcão, 400 mil”, explicou Correia, comentando ainda que apenas a metade em ambos os casos teriam sido utilizadas até agora. “O vice-presidente da entidade aproveitou para comentar que, apesar de uma quebra de safra de 31% no Nordeste, o Brasil teve uma das melhores produções do ano e deverá ocupar, até o fim deste ano, o segundo lugar em exportações.”

Como sempre, o avicultor paga o pato; no caso, paga para produzir o frango e o ovo que saem de suas granjas. 

(Teresa Godoy - A Hora do Ovo, com informações da Folha de Pernambuco)

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