Empresas de frangos e suínos sofrem com quarentena e contágio nos EUA

Empresas de frangos e suínos sofrem com quarentena e contágio nos EUA

Fábrica sacrificará 2 milhões de aves por falta de funcionários, em Delaware; maior empresa de suínos fecha unidades por causa de contágios entre funcionários.

Ovonews

abril 29, 2020

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A situação do abastecimento de carnes nos Estados Unidos caminha perigosamente para a UTI no mercado de proteína animal. Depois do maior produtor de suínos do mundo fechar fábricas por conta de funcionários infectados, agora a crise chega a outros segmentos do setor de proteína animal americano. A Delmarva Poultry Industry Inc, empresa processadora de carne de frango, informa que pode ter que sacrificar mais de dois milhões de frangos por conta da falta de trabalhadores durante a pandemia de coronavírus.

A reportagem do Business Insider aponta que a empresa trabalha com cerca de 1,3 mil produtores de frango e disse em comunicado que a decisão "difícil, mas necessária", foi tomada "depois de analisar todas as outras opções", inclusive se aliar a empresas concorrentes para conseguir transportar e processar o alimento, opção que se mostrou inviável. "Se nenhuma ação fosse tomada, os frangos superariam a capacidade do aviário para mantê-los", disse a empresa, observando que os animais serão mortos "usando métodos humanos aprovados" e que os trabalhadores afastados continuarão recebendo salário.

A reportagem mostra, ainda, que o caso de Delaware não é o único; o problema atinge outros produtores de carne no território americano. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a quantidade de carne de porco congelada armazenada caiu 4% entre março e abril. Os matadouros processavam 25% menos carne enquanto 400 mil animais aguardavam em fila de espera.

EMERGÊNCIA NA CADEIA DE SUÍNOS

No segmento de suínos o problema não é menor, pelo contrário. Em meio à pandemia da Covid-19, o maior produtor de suínos do mundo fechou fábrica nos Estados Unidos, o que acendeu o alerta de desabastecimento no mercado. Nesse caso, notificado em meados de abril, o problema se deu com a contaminação de funcionários da Smithfield Foods, no estado de Dakota do Sul.

Em comunicado, na ocasião, a empresa alertou que os Estados Unidos estão se movendo “perigosamente perto do limite” para o suprimento de alimentos para supermercados. A planta é responsável por cerca de 5% de toda produção de suínos do país. O problema de desabastecimento também parece chegar ao segmento de ovos no país. Veja matéria sobre o ovo no mercado americano, em abril, dentro do cenário da pandemia do coronavírus: Pandemia também afetou oferta de ovos nos supermercados americanos.

As paralisações dos matadouros já atrapalham a cadeia de suprimento de alimentos dos Estados Unidos, diminuindo a disponibilidade de carne nas lojas e deixando os produtores sem pontos de venda. Outros grandes processadores de carne americanos e de aves, incluindo Tyson Foods Inc, Cargill Inc e JBS EUA, já estavam com plantas ociosas em outros estados.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, foram relatadas mortes de funcionários de frigoríficos de propriedade da JBS SA e da Tyson Foods Inc, por exemplo. Em comunicado, a Smithfield afirmou que estendeu o fechamento de sua fábrica em Sioux Falls, Dakota do Sul, depois de inicialmente dizer que ficaria ociosa temporariamente para limpeza. A instalação é uma das maiores unidades de processamento de carne suína do país.

Segundo informações oficiais do governo de Dakota do Sul, 238 funcionários da Smithfield tiveram casos ativos do novo coronavírus, representando 55% do total de casos confirmados no estado. A recomendação da administração pública municipal e estadual era que a empresa fechasse a fábrica, que tem cerca de 3.700 trabalhadores, por pelo menos duas semanas.

“É impossível manter nossos supermercados estocados se nossas fábricas não estiverem funcionando”, disse o executivo-chefe da Smithfield, Ken Sullivan, em comunicado. “Esses fechamentos de instalações também terão repercussões graves, talvez desastrosas, para muitos na cadeia de suprimentos, primeiro e acima de tudo os criadores de gado de nosso país.”

(A Hora do Ovo, com informações da mídia norte-americana e agência Bloomberg)

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