O ovo conquista espaço... mas não é por acaso!

O ovo conquista espaço... mas não é por acaso!

Trabalho duro e constante de pesquisadores, produtores e entidades do segmento da produção de ovos tem levado o produto a conquistar espaços valiosos na mídia.

Com a palavra

agosto 03, 2015

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Capa da revista Veja: destaque importante para o ovo

Não, não, sorte não existe, senhores. O que existe é trabalho e comprometimento. Vez ou outra o acaso sopra, sabe-se lá porque, a favor e aí, desde que as velas tenham sido colocadas adequadamente em seu barco, ele navega mais rápido para chegar ao porto seguro. Mas nunca, sob nenhuma hipótese, o acaso – ou sorte, vá lá.... -, nos ajuda se não estivermos preparados para isso.

Adivinhem de quem estamos falando.... Ovo, é claro, o querido da vez, o “cara” que foi três vezes capa em maio de 2015:  capa na Veja na última semana de maio (Ovo,  Vitória Final, com destaque no índice da prestigiada revista, onde um ovo em forma de coração ilustrava a manchete Ovo: Liberado para consumo, sem culpa); capa do mês de maio da revista Saúde é Vital (Seis razões para comer ovo); e capa do jornal O Estado de São Paulo de 7 de maio de 2015, assunto principal de seu caderno Paladar, com o ovo tomando capa e contracapa, com o sugestivo título: Põe um ovo em cima. No interior do caderno, mais duas páginas inteiras dedicas a ele, sua majestade, o Ovo!

E para não se dizer que isso foi só um bom vento espontâneo de 2015, voltemos a 2014 e veremos que nosso ovo já tinha sido citado na capa da revista Época da primeira semana de agosto daquele ano, na matéria Gordura sem medo. Até se chegar a essas matérias favoráveis ao consumo do ovo, muitos pesquisadores debruçaram-se em pesquisas de laboratório e pesquisas de campo para isolar o joio do trigo, ou seja, a verdade da mentira ... ou da “falsa verdade”.

Por anos, essa proteína nobre – o ovo -, que só perde em valor nutricional para o sagrado leite materno, foi vítima de uma cruel “falsa verdade”: a de que o produto era puro colesterol. Naturalmente que o ovo é rico em colesterol, já que, a princípio, a galinha bota ovo para gerar uma vida, o pintinho. E não se produz uma nova vida sem colesterol, produto naturalmente produzido no organismo dos animais para dar sustentação à vida.

A questão é: esse colesterol do ovo não se transforma em colesterol no sangue humano (salvo raras exceções em alguns indivíduos, diz hoje, a medicina). Para se chegar a essa conclusão, muitos anos de pesquisa foram necessários e a mais famosa dela é a pesquisa da renomada Universidade de Harvard (EUA), conduzida entre 8 e 14 anos, em grupos diferentes de pessoas, pelo pesquisador americano Frank Hu, da Universidade de Harvard, que publicou seus resultados no jornal da Associação Médica Americana, o JAMA, em 1999. O veredito científico foi claro: comer um ovo diariamente não aumenta o risco das doenças do coração e nem de AVC em pessoas saudáveis.

Até vir a público, afinal, a verdade “verdadeira’ sobre o ovo, infelizmente, muito estrago já havia sido feito no conceito sobre esse nosso produto, que é uma “embalagem” perfeita de proteína, vitaminas e aminoácidos essenciais. A falsa verdade sobre seu colesterol já havia virado preconceito arraigado, o que provocou grande prejuízo em seu consumo. Muitas famílias ou baniram ou reduziram o ovo em suas refeições. Assim, crianças, adultos e idosos ficaram por décadas sem beneficiar-se como poderiam da riqueza alimentar do ovo. Santa ignorância!

Ignorância que começa a se dissolver à luz da verdade das recentes pesquisas, mas com o preconceito é uma nódoa daquelas difíceis de se livrar, muito precisou ser feito para começarmos a ter a verdade restabelecida.

Assim como não foi “sorte” termos pesquisas para demonstrar a excelência do ovo – foi trabalho duro em laboratórios, acompanhamento de hábitos alimentares da população e milhares de avaliações de taxas de colesterol em consumidores de ovos; tampouco foi “sorte” termos essas pesquisas divulgadas e “traduzidas” em matérias de jornais, revistas e sites de alcance do grande público. Há muito trabalho duro de entidades de apoio à produção de ovos para fazer chegar a verdade ao grande público. Foi assim nos Estados Unidos, foi assim na Europa e, desde os anos 1990, é  assim no Brasil. 

Promovos abriu o caminho

Foi em 1993 que, para ampliar o consumo de ovos no país, surgiu a primeira iniciativa de defender o consumo de ovos. A iniciativa veio do estado líder em sua produção. A  Associação Paulista de Avicultura, a APA, desenvolveu a primeira campanha que se teve notícia no país em favor do Ovo. Era a Promovos, que à época previa o investimento de US$ 1 milhão, com duração prevista para 14 meses, visando atingir um consumo de 120 ovos por habitante/ano (informação do Anuário Avícola 1983 da Revista Avicultura Industrial).

De fato o consumo aumentou, de acordo com dados da APA, porém ainda longe do potencial brasileiro. Aquela importante iniciativa fez o avicultor brasileiro ver que era possível transformar o ovo em estrela de comerciais de TV, que era o forte da campanha da Promovos. Após essa iniciativa paulista, outras campanhas regionais foram acontecendo por centros produtores, e uma das mais longevas é a iniciativa da Associação Cearense de Avicultura, a ACEAV, com a Deliciovo, sua campanha permanente de apoio à divulgação do ovo no facebook, escolas e eventos. Mais recentemente, destaca-se a campanha da Associação Gaúcha de Avicultura, a ASGAV, com seu Projeto Ovos RS, que tem peças muito bem preparadas e divulgadas em canais importantes – de TV a jornais impressos; de ações sociais a eventos em escolas - , e vai além da divulgação do ovo. O Ovos RS inova, pois entra na seara fundamental da capacitação do produtor para que produza ovos com qualidade e segurança alimentar.

Também existe iniciativas mais simples, porém sempre de repercussão local importantes, como as omeleterias em festas do segmento, como a Festa do Ovo de Bastos (promovida pela Acenba, a Associação Cultural e Esportiva Nikkey de Bastos), as feiras de produção goianas (tradição mantida pela AGA, Associação Goiana de Avicultura) e os eventos da Deliciovo no Ceará. Deve haver muitas outras iniciativas nesse sentido, e que me perdoem o desconhecimento, mas é só avisar, que publicamos com prazer na Revista e no site da A Hora do Ovo.

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Rogério Belzer, conduzindo a primeira reunião do IOB: nascia a entidade que promove o ovo no Brasil

 

Um dos mais importantes movimentos em favor do ovo surgido do próprio produtor e suas entidades representativas está “no ar” desde 2007, quando, numa iniciativa do segmento organizado, criou-se, durante o Congresso Latinoamericano, em Porto Alegre (RS), o Instituto Ovos Brasil (IOB). A entidade sempre teve fortes apoios institucionais, porém poucos recursos, já que depende de doações do próprio produtor de ovos, o que nem sempre é fácil num mercado em que a lucratividade do produtor nem sempre navega em águas tranquilas.

Mas desde que foi criado, o IOB segue em frente com sucesso. Sob a coordenação do zootecnista Rogério Belzer em seu início, o trabalho foi bem apoiado pela APA, com destaque para a atuação firme durante alguns anos do médico veterinário José Roberto Bottura, secretário executivo da APA. Hoje está abrigado na ABPA, a Associação Brasileira de Proteína Animal, e regido pelo seu vice-presidente de aves, Ricardo Santin – também presidente do Conselho do IOB. O  Instituto Ovos Brasil sempre se pautou, inteligentemente, por fazer algo essencial, antes mesmo de chegar ao público consumidor: atingir o público da saúde (junto ao qual o preconceito contra o ovo é ainda muito forte) e das escolas de primeiro grau (onde o preconceito contra o ovo ainda não está sedimentado).

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Roberto Bottura no Programa Bem-Estar, da Rede Globo: representando o IOB.

 

Foi assim que, mesmo com poucos recursos, o IOB focou com firmeza o púbico qualificado de médicos, nutricionistas, academias de fitness; além de escolas do ensino fundamental pelo país. O convencimento sobre o valor nutricional e os benefícios do ovo e a desmitificação do colesterol foi sendo feito em eventos pontuais de medicina e nutrição, apresentando em folhetos e estandes de degustação de ovos os dados irrefutáveis de pesquisas científicas, demostrando-se aquilo que cada vez mais está óbvio: ovo faz bem à saúde, sim!

Paralelamente a esses trabalhos, outra ação fundamental foi feita, agora com o apoio profissional da assessoria de imprensa da Litera, agência paulistana que passou desde os primórdios do IOB a tecer as informações sobre o ovo num site próprio da entidade. Este se tornou um canal de transmissão de dados atuais sobre pesquisas que destacam os benefícios do ovo para a grande imprensa.

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Ricardo Santin, presidente do Conselho Diretor do IOB: na liderança da atual gestão

 

Agora, nova campanha

Como disse lá no começo desta matéria, que sorte, que nada! Quando as pesquisas científicas inocentando o ovo (bons ventos!) foram publicadas pelo mundo afora, o Instituto Ovos Brasil estava com suas velas prontas para pegar o melhor do sopro de saúde e positividade que envolvia o ovo. Agora, além de chegar a um porto seguro (o consumidor – ou grande parte dele - já sabe que ovo faz bem!), é hora do IOB alcançar novos mares. Leia-se: ampliar ainda mais o consumo dos ovos no Brasil. É assim, que neste mês de julho de 2015, um novo aliado juntou-se à força-tarefa em favor do ovo.

A agência de publicidade Pilar, de São Paulo, foi contratada pelo IOB para criar e implementar uma campanha de divulgação do ovo, com o mote: “Sabe qual o alimento que nunca pode faltar em sua cozinha e na sua mesa? Um ovos, dois ovos, três ovos assim... Ovo é delicioso, prático, faz bem. Consuma sem moderação.”

A campanha constitui-se de anúncios para jornal impresso e spots para rádios AM e FM em veículos selecionados na capital e interior paulista (Tupã e Marília), e as capitais do Ceará, Pernambuco, Goiás e Minas Gerais, além das cidades de Linhares (ES) e Juiz de Fora (MG). Leia sobre a campanha no link Já está nos jornais a campanha de incentivo ao consumo de ovos no país.

A nova campanha é um novo e importante passo do IOB, e está sendo viabilizada financeiramente com o apoio das principais casas genéticas distribuidoras de pintainhas de um dia no mercado brasileiro: Globoaves, H&N Avicultura, Hy-Line do Brasil, Lohmann do Brasil, Mercoaves e Planalto Postura.

Assim é que se faz “sorte”: criando oportunidades. Apoiemos, pois! O prêmio será para todos nós da cadeia produtiva do ovo. Vida longa e próspera ao Instituto Ovos Brasil, Campanha Deliciovo, Projeto Ovos RS, e todas as omeletarias e restaurantes pelo país em que o ovo é a estrela. Enquanto boas ações existirem em favor do ovo, bons ventos soprarão a nosso favor. Como sempre, contem com A Hora do Ovo!

Elenita Monteiro é jornalista e editora da revista A Hora do Ovo

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Elenita Monteiro Autor

Jornalista, fundadora e editora da revista A Hora do Ovo. 

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